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Festa da Família
Igreja, Família de Famílias
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Em linha com o que já fora feito em anos anteriores, o Patriarcado de Lisboa promoveu a Festa da Família, porque a família é um bem que precisa ser estimado e celebrado. O encontro realizado no dia 25 de Maio em Mafra, no jardim do Cerco, contou com centenas de famílias que escolheram celebrar o Domingo em Igreja, que é família de famílias. Sendo o dia em que o Senhor ressuscitou, o Domingo interpela particularmente o cristão a louvar o Senhor com alegria. E foi sob este tema que nos propusemos a, em família, viver a alegria da fé fazendo festa no Senhor.

Celebrar o Domingo é contemplar e dar graças a Deus por todas as maravilhas que opera sobre nós. Tudo fazer em ato de louvor, alegrando-nos porque o Senhor, nosso Criador e Salvador, vem ao nosso encontro, dando-nos a experimentar a alegria da vida eterna. Assim, no familiarmente deste mês, procuramos dar testemunho de como a Festa da Família foi uma oportunidade de santificar o Domingo. Para isso apresentamos a catequese doméstica sobre o dia do Senhor que é também o dia do cristão. Trazemos também os ecos da celebração das bodas matrimoniais.

Terminamos o familiarmente de Junho com um artigo do Departamento Nacional da Pastoral Familiar sobre a Semana da Vida que celebrámos de 11 a 18 de Maio últimos. 

 

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Catequese Doméstica: O Domingo

No Domingo celebra-se semanalmente a ressurreição de Cristo, eixo fundamental da história, que marca o tempo e revela o seu sentido profundo. Contudo, a vivência do Domingo tem vindo a ser transformada na sociedade, passando a ser substituído pelo conceito de fim-de-semana, período alargado composto por Sábado e Domingo dedicado ao exercício de atividades de lazer, políticas, desportivas, entre outras, mas que não passa necessariamente pela centralidade da eucaristia e do louvor a Deus. Como tal, urge santificar o Domingo, aprofundando o seu sentido verdadeiro de fazer festa no Senhor.

O “dia do Senhor” é um marco no ciclo semanal que quebra a rotina e alimenta aquilo que deve ser uma vida em louvor permanente a Deus. No Domingo somos convidados ao descanso à imagem de Deus que, ao completar a sua tarefa criadora, descansou. Contudo este descanso corresponde à contemplação da criação e não a mera inatividade. Assim, santificar o Domingo corresponde “a repousar não só como Deus repousou, mas a repousar no Senhor, devolvendo-Lhe toda a criação, no louvor, na acção de graças, na intimidade filial e na amizade esponsal” (Dies Domini 16). Para que não perca o sentido, este descanso dominical deve gerar enriquecimento espiritual, para o que é necessário que empreendamos atividades edificantes e que vão ao encontro de uma vida conforme aos ensinamentos do Evangelho.

Sendo o dia em que o Senhor ressuscitou, o Domingo é vivido pelos cristãos como o dia da alegria, a qual brota do encontro com o Ressuscitado. Assim, a partir do mistério pascal, ao Domingo é atribuído o sentido do oitavo dia, significando aquele que não tem fim que virá com a vinda definitiva de Cristo, no que orienta o cristão para a meta da vida eterna.

O Domingo é a celebração da presença viva do Ressuscitado no meio de nós, presença esta que implica a reunião do seu corpo místico, a Igreja. A eucaristia é expressão particular desta comunhão eclesial, alimentando-a, particularmente na Missa dominical. “A dimensão eclesial intrínseca da Eucaristia realiza-se todas as vezes que esta é celebrada. Mas com maior razão, exprime-se no dia em que toda a comunidade é convocada para relembrar a ressurreição do Senhor.” (Dies Domini 32) Perante esta identidade entre Igreja e Eucaristia dominical, o “dia do Senhor” é também o dia da Igreja, o que implica a necessidade de valorizar a importância da dimensão comunitária da celebração dominical. O Domingo é o dia da fé, em que o Espírito Santo atualiza hoje, na Igreja, a primeira manifestação do ressuscitado, contemplada por cada batizado na dupla mesa da Palavra e da Eucaristia. Por tudo isto importa salvaguardar a identidade do Domingo, cuja celebração é constitutiva da própria identidade cristã.

 

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Uma Semana da Vida a construir futuro

Este ano a Semana da Vida teve como lema: Gerar Vida, construir Futuro.

No ano que ser assinala o vigésimo aniversário do Ano internacional da família, 1994, o Departamento Nacional da Pastoral Familiar desafiou as dioceses, movimentos e associações católicas a refletir, rezar, agir sobre o gerar mais vida e apelou a um maior compromisso com a construção de um futuro melhor para todos.

Quando as questões da família, da natalidade, dos modelos de economia, estão na ordem do dia na Igreja e na sociedade, queremos sublinhar o que de mais positivo aconteceu a nível nacional.

As nossas atividades ainda estiveram muito centradas na dinamização da família como Igreja Doméstica, através de propostas de oração, reflexões e pequenos gestos que pretendiam revalorizar a relação entre as várias gerações que hoje compõem a família. São cada vez mais as famílias que juntam aos filhos e pais, os avós e os bisavôs, em muitos casos mestres de sabedoria, tradição e fonte de aprendizagem para os mais novos. O maior envolvimento, das paróquias e outros sectores pastorais nesta Semana da Vida, foi muito positivo o que reforçou a visibilidade da Pastoral Familiar.

Desde que esta equipa do Departamento Nacional assumiu funções, em final de 2012, definimos como prioridade ajudar a que a Igreja seja cada vez mais uma “família de famílias”, uma comunhão de disponibilidades, de diálogos que construam pontes e derrubem muros de modo a aproximar a Igreja das realidades que a família enfrenta.

Neste ano tivemos sinais claros de que esse horizonte é possível. Ajudados claramente por um clima pré-sinodal que suscitou muitas espectativas e gerou muita esperança. A participação das dioceses foi maior em número de iniciativas, na diversidade das mesmas. De saudar o salto qualitativo e positivo de algumas dioceses que pareciam adormecidas. De igual modo o maior envolvimento dos movimentos que colaboram com a Pastoral Familiar.

O futuro está em aberto e a ser construído 

 

Pelo Departamento Nacional da Pastoral Familiar, Fátima e Luís

 

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Festa da Família: 25 de Maio em Mafra


Concurso de desenhos

Apresentamos o desenho vencedor do concurso de desenhos da Festa da Família. O Daniel Correia tem 10 anos e pertence à paróquia do Milharado. Desenhou a sua família, onde “aprende e vive as raízes da oração alegremente.”

A Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa agradece a todos os meninos e meninas que participaram neste concurso. Foram um testemunho muito belo que encheu de cor e alegria a nossa festa. Continuem a crescer no amor a Jesus e à vossa família!

 

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Testemunhos: Celebrar as bodas matrimoniais


Um olhar sobre a celebração das bodas matrimoniais

O matrimónio cristão é uma bênção de Deus, que nos convida a amar como Ele ama, a uma entrega total pelo outro procurando constantemente o seu bem, sem reservas, tal como Jesus o fez pela sua esposa, a Igreja.

Na Festa da Família recebemos o testemunho de muitos casais que celebravam as suas bodas matrimoniais de 10, 25, 50 ou mais anos de casamento. Consideramos que celebrar o aniversário durante a celebração eucarística comunitária é uma prática muito bela e que deveria ser corrente, pois transmite o testemunho da fidelidade e indissolubilidade do matrimónio, bem como da fecundidade que brota do seu exemplo de vida cristã. Sentimos grande alegria por ver que, apesar de tudo o que se ouve e vê, “é possível” chegar lá.

Todos os casais que têm a bênção de permanecer unidos por tanto tempo referem que “nem sempre foram rosas”, mas todos terminam dizendo que “feitas as contas, tem sido muito bom!”. Para nós, enquanto esposos, estes testemunhos são fundamentais, pois ajudam-nos a olhar para a vida com otimismo mas também com realismo. Hoje encontramos muitos casais que após as primeiras dificuldades do matrimónio optam por se separar, como que defraudados por o casamento não ser um contínuo estado de alegre paixão. Ora, nenhuma vida é apenas feita de alegrias! Pensar isso seria como construir uma casa na areia, em que vem o mar ou o vento e destrói a casa num instante (Lc 6,49). Ouvir de outros casais esta experiência de viver e ultrapassar a tribulação com amor é pedagógico e a sociedade precisa desta pedagogia. Na Festa da Família havia mesmo um casal a celebrar 69 anos de matrimónio. Afinal, não é uma missão impossível!

Assistir a celebrações semelhantes na nossa comunidade enquanto casal de namorados foi importante para o nosso discernimento vocacional. Por isso também acreditamos que celebrações deste género possam ser uma referência e um sinal de esperança para muitos jovens que descobrem o seu chamamento ao amor. Que ao ver casais felizes, muitos outros desejem constituir famílias felizes.

Sejamos então um sinal de esperança no mundo e que ao olhar para as nossas relações muitos outros sintam o desejo de viver um casamento assim! Ser cristão, também é isto.

Nuno e Catarina Fortes

 

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Celebrar 25 anos de matrimónio

Eu sou o Zé Manel, tenho 49 anos e sou natural de Ribafria, Alenquer.

Eu sou a Elisabete, sou do Sobral de Monte Agraço, tenho 47 anos e namoramos há 30 anos, 25 dos quais casados, temos dois filhos, o Samuel de 22 anos, noviço a Dirigente do CNE. A Mariana de 17, pioneira nos escuteiros. Moramos no Sobral.

Quando nos conhecemos há 30 anos e começamos a namorar apercebi-me que a Elisabete era, junto com a sua família, uma católica não praticante, era batizada mas não mais do que isso.

Eu sou descendente de uma família católica praticante. Em criança os meus primeiros passos foram na Igreja de Nª Sr.ª do Egipto, Paróquia de S. Miguel de Palhacana, e tive a felicidade de ter crescido dentro da Igreja. Frequentei a catequese, fiz a 1ª comunhão, profissão de fé, e o crisma aos 15 anos. Quem me crismou foi o D. António Marcelino. Ligado à pastoral juvenil desde a fundação do SDPJ, como um dos jovens responsáveis pela vigararia de Alenquer, sempre estive envolvido em múltiplas atividades juvenis, o que para a Elisabete era muito estranho, pois, além das missas Dominicais, ainda havia sempre encontros ou reuniões.          

Foi então que com o início do nosso namoro, comecei a ouvir falar de Deus com alguma insistência, até aí benzer-me ao final do dia ou de manhã era um gesto repetitivo que os meus pais me tinham ensinado.

Agora não, agora era diferente. Cinco anos de namoro que coincidiram com 5 anos de Catequese que para mim foram muito importantes na descoberta da minha relação pessoal com Deus, no dia do nosso matrimónio fiz a minha 1ª Comunhão.

Hoje dou graças a Deus por ter conhecido o Zé Manel, pois não só continuamos apaixonados como ele levou-me à descoberta do verdadeiro sentido da vida.

Foi por isso com alguma naturalidade que nos vimos depois confrontados com o desafio de integrarmos uma equipa de CPM.

Não foi fácil responder mas percebemos que devíamos partilhar com os outros a nossa fé e a aprendizagem de vida que tínhamos a felicidade de já ter construído.

Tratava-se sobretudo de, com outros casais, abordarmos uma série de temas importantes para a vida de um casal: o sacramento do matrimónio, a educação dos filhos, o diálogo no casal, as novas situações de vida com que o casal de vê confrontado, os desenraizamentos, a relação com os pais/sogros, a maneira como gerir o dinheiro, a fecundidade e a sexualidade, etc.

Tudo isto feito de uma forma vivencial e conversando a partir da nossa experiência, com a riqueza própria das diferenças que havia entre os casais.

Nós os católicos devemos incentivar os nossos jovens/noivos a não se demitirem de evangelizar, pois muitas vezes são eles que se deixam levar pelo facilitismo, pelo dormir a manhã na cama, pelo comodismo, por tantos outros deuses do mundo material, que são eles que se afastam da igreja, em vez de serem eles a evangelizar o noivo/noiva.

- “ não sereis mais dois, mas sim um só

- “ não só vos comtempleis, mas olhai para o mesmo objectivo

A observação destes lemas têm- nos ajudado a construir o nosso matrimónio passo a passo sem definir objetivos inalcançáveis, vamos caminhando, com a ajuda das nossas famílias e das comunidades em que estamos inseridos e dos sacerdotes com quem temos convivido, mas acima de tudo com a ajuda de N. Senhora.

Zé Manel e Elisabete

 

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Celebrar 50 anos de matrimónio

No dia 18 de outubro do corrente ano, se Deus nos deixar lá chegar, celebramos as Bodas de Ouro matrimoniais.

Quis Deus que nos conhecêssemos, pela primeira vez, no dia 31 de maio de 1962, em dia de Quinta-feira da Ascensão do Senhor. Cerca de dois anos e meio depois, a 18 de outubro de 1964, com graça do Espírito Santo, casámos na Capela de Nossa Senhora da Graça em Martim-Joanes, paróquia de Pêro Moniz, concelho de Cadaval.

Hoje, decorridos 50 anos de matrimónio, pela nossa alegria e felicidade, olhamos para trás e testemunhamos uma vida que passou rapidamente. Foram, no entanto, anos vividos com ‘altos e baixos’, muitos sacrifícios, mas também muitas graças de Deus, paz e harmonia. Quis Deus dar-nos dois filhos: o Armando, de 48 anos, que é casado catolicamente com a Margarida, e de cuja aliança brotaram dois netos (Tiago de 24 anos e Ricardo de 19 anos) e o Nuno, padre do Patriarcado de Lisboa, hoje pároco de Benfica, em Lisboa. Com alegria e humildade alegramo-nos por ser uma família católica que procura viver em união.

Alda e Gaspar Fernandes

textos pela Pastoral Familiar de Lisboa
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