‘Evangelii Gaudium’ |
‘Evangelii Gaudium’ (nº 259 a 267) – Capítulo V
Evangelizadores com Espírito
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Ao iniciar este quinto e último capítulo da Exortação Apostólica ‘A Alegria do Evangelho’ , o Papa Francisco começa por explicar o significado do título dado a esta ultima parte da exortação. “Evangelizadores com espírito quer dizer evangelizadores que se abrem sem medo à ação do Espírito Santo”. Espírito que “infunde a força para anunciar a novidade do Evangelho com ousadia, em voz alta e em todo o tempo e lugar”, acrescenta.

Neste último capítulo da exortação, o Papa Francisco propõe-se fazer algumas reflexões “acerca do espírito da nova evangelização” e nesse sentido esclarece que “uma evangelização com espírito é muito diferente de um conjunto de tarefas vividas como uma obrigação pesada que quase não se tolera, ou se suporta como algo que contradiz as nossas próprias inclinações e desejos”. Uma evangelização com espírito, sublinha, “é uma evangelização com o Espírito Santo, já que Ele é a alma da Igreja evangelizadora”.

 

Motivações para um renovado impulso missionário

Neste sentido, evangelizadores com espírito são “evangelizadores que rezam e trabalham”. “É preciso cultivar sempre um espaço interior que dê sentido cristão ao compromisso e à atividade”, exorta Francisco. “Sem momentos prolongados de adoração, de encontro orante com a Palavra, de diálogo sincero com o Senhor, as tarefas facilmente se esvaziam de significado, abatemo-nos com o cansaço e as dificuldades, e o ardor apaga-se”, garante. Na opinião do Papa argentino “a Igreja não pode dispensar o pulmão da oração”, embora reconheça que “há o risco de que alguns momentos de oração se tornem uma desculpa para evitar dedicar a vida à missão, porque  a privatização do estilo de vida pode levar os cristãos a refugiarem-se em alguma falsa espiritualidade”.

 

O encontro pessoal com o amor de Jesus que nos salva

Para a realização desta missão de evangelização a que o cristão é chamado é preciso que haja motivação. Segundo Francisco o amor que recebemos de Jesus é “a primeira motivação”, ou seja, “aquela experiência de sermos salvos por Ele que nos impele a amá-lo cada vez mais”. Percebemos, por aqui, que é preciso que sintamos esta necessidade de falar do amor que vivemos. Se, por acaso, não sentimos esse desejo intenso de comunicar Jesus, “precisamos de nos deter em oração para lhe pedir que volte a cativar-nos”, apela o Papa Francisco. “Precisamos de o implorar cada dia, pedir a sua graça para que abra o nosso coração frio e sacuda a nossa vida tíbia e superficial”, adverte. “’O que nós vimos e ouvimos, isso anunciamos’”, aponta citando o evangelista São João. Por isso, “a melhor motivação para se decidir a comunicar o Evangelho é contemplá-lo com amor, é deter-se nas suas páginas e lê-lo com o coração”. Porém, por vezes perdemos o entusiasmo pela missão porque “esquecemos que o Evangelho dá resposta às necessidade mais profundas das pessoas”. Deste modo, o Papa Francisco ajuda-nos a recordar que é preciso ter em conta que “temos à nossa disposição um tesouro de vida e de amor que não pode enganar, a mensagem que não pode manipular nem desiludir”. “É a verdade que não passa de moda, porque é capaz de penetrar onde nada mais pode chegar”, observa.

No entanto, esta convicção é sustentada com a experiência pessoal, constantemente renovada, de saborear a sua amizade e a sua mensagem”. “Sabemos bem que a vida com Jesus se torna muito mais plena e, com Ele, é mais fácil encontrar o sentido para cada coisa”. “Uma pessoa que não está convencida, entusiasmada, segura, enamorada, não convence ninguém”, garante Francisco apelando à verdade do testemunho.

Assim, “unidos a Jesus, procuramos o que Ele procura, amamos o que Ele ama” e, por detrás da nossa procura está a “glória do Pai”. “Independentemente de que nos convenha, interesse, aproveite ou não, para além dos estreitos limites dos nossos desejos, da nossa compreensão e das nossas motivações, evangelizamos para a maior glória do Pai que nos ama”.

texto por Nuno Rosário Fernandes
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