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A uma janela de Roma
Papa lembra início da II Guerra Mundial e apela à paz na Europa e no mundo
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“Hoje, em especial, temos necessidade de paz”, alertou Francisco, lembrando também os cristãos “perseguidos” e “indefesos”. Na semana em que recebeu no Vaticano os jogadores e promotores do primeiro jogo inter-religioso pela paz, o Papa disse ficar “triste por encontrar cristãos que já não são o sal da terra”. Foi divulgado o tema da Mensagem para o Dia Mundial da Paz e, em agosto, Francisco visitou a Coreia do Sul.

 

1. O Papa Francisco evocou esta quarta-feira o início da II Guerra Mundial (1939-1945) e rezou pela paz na Europa, num momento em que o continente vive em clima de tensão por causa dos confrontos no leste da Ucrânia. “Invoquemos o dom da paz para todas as nações da Europa e do mundo”, apelou, durante a saudação aos peregrinos polacos presentes na audiência pública semanal que decorreu na Praça de São Pedro, Vaticano, na passada quarta-feira, dia 3 de setembro. “Hoje, em especial, temos necessidade de paz”, acrescentou. Francisco recordou que nestes dias, em várias cidades da Polónia, se assinala o 75.º aniversário do início da II Guerra Mundial. “Confiemos à misericórdia de Deus os que perderam a vida por amor à pátria e aos irmãos”, declarou.

A intervenção do Papa deixou ainda uma palavra aos cristãos “perseguidos” e “indefesos”. “Hoje quero assegurar-lhes a minha vizinhança: estais no coração da Igreja, a Igreja sofre convosco e está orgulhosa de vós, orgulhosa por ter filhos como vós. Sois a sua força e o testemunho concreto e verdadeiro da sua mensagem de salvação, de perdão e de amor”, afirmou. Francisco quis “abraçar todos” estes cristãos e rezou para que Deus os “abençoe e proteja”.

 

2. O Papa Francisco recebeu no Vaticano os jogadores e promotores do primeiro jogo inter-religioso pela paz que decorreu segunda-feira, dia 1, em Roma, elogiando o papel do desporto na construção de uma “cultura do desporto”. “É possível construir a cultura do encontro e um mundo de paz, onde os crentes de religiões diferentes, conservando a sua identidade, possam conviver em harmonia e no respeito recíproco”, declarou, durante a audiência que decorreu na sala Paulo VI.

Francisco cumprimentou jogadores da atualidade e ex-futebolistas, entre eles o seu compatriota Diego Maradona. “Agradeço-vos porque aderistes prontamente ao meu desejo de ver campeões e treinadores de vários países e de diversas religiões a disputarem uma partida, para testemunhar sentimentos de fraternidade e de amizade”, declarou o Papa.

O jogo no Estádio Olímpico de Roma recolheu fundos para apoiar dois projetos de educação para as novas gerações: a Scholas Ocurrentes, promovida pelo Papa Francisco, e a Fundação Pupi, do ex-jogador argentino Javier ‘Pupi’ Zanetti. O Papa abençoou o troféu da partida e uma oliveira que foi plantada para assinalar esta iniciativa.

 

3. O Papa Francisco alertou os cristãos para os riscos de se guiarem apenas pelos critérios mundanos e não pelos ensinamentos de Jesus Cristo. Na meditação do Angelus, no Domingo de manhã, 31 de agosto, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa lamentou que tantos cristãos percam o vigor e sejam como vinho aguado. “Na verdade, nós, os cristãos, vivemos no mundo totalmente integrados na realidade social e cultural do nosso tempo e com razão, mas isso comporta o risco de nos tornar-mos mundanos, o risco de que o sal perca o seu sabor. É triste encontrar cristãos sem consistência, que parecem vinho aguado e não se sabe se são cristãos ou são do mundo, como o vinho aguado não se sabe se é vinho ou água. É triste encontrar os cristãos que já não são o sal da terra e sabemos que quando o sal perde seu sabor não serve para mais nada”, afirmou Francisco.

Para manter a marca a força e a vitalidade da vida cristã, os cristãos devem ter sempre presente o Evangelho. Foi o caminho indicado este domingo pelo Papa. “Não se esqueçam: Evangelho, Eucaristia, oração. Graças a estes dons do Senhor podemos identificar-nos não com o mundo, mas com Cristo e Segui-lo no seu caminho, o caminho de perder a vida para a encontrar. Perder a vida no sentindo de dá-la, oferecê-la por amor e no amor - e isto implica o sacrifício, até a cruz – para a recuperar novamente purificada, liberta do egoísmo e da morte, plena de eternidade”, salientou.

 

4. ‘Não mais escravos, mas irmãos’ é o tema da Mensagem do Papa para o 48º Dia Mundial da Paz, a segunda de Francisco. Geralmente pensa-se que a escravatura é um facto do passado. Na verdade, esta praga social continua muito presente no mundo de hoje. O tema foi anunciado em comunicado, pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz, no dia 21 de agosto.

O Dia Mundial da Paz resultou da vontade de Paulo VI e é celebrado todos os anos no primeiro dia de Janeiro. A Mensagem do Papa é enviada aos Ministros dos Negócios Estrangeiros de todo o mundo e indica também a linha diplomática da Santa Sé para o ano que se inicia.

 

5. O Papa visitou a Coreia do Sul, de 13 a 18 de agosto, tendo alertado para as três tentações que afetam a identidade cristã. Numa celebração eucarística no Domingo, 17 de agosto, perante 68 bispos de 35 países asiáticos, Francisco falou do "deslumbramento enganador do relativismo", que ofusca a verdade, impelindo os cristãos para "as areias movediças da confusão e do desespero", da "superficialidade" e a tendência para os cristãos se entreterem com as "coisas de moda, quinquilharias e distrações, em vez de se dedicarem ao que realmente vale a pena" e da "terceira tentação", ou seja, a "aparente segurança de se esconder atrás de respostas fáceis, frases feitas, leis e regulamentos". Por isso, disse o Papa aos bispos asiáticos, o autêntico diálogo implica simplicidade e deve ser sincero, honesto e sem presunção. "Quando olhamos para o grande Continente Asiático, com a sua vasta extensão de terras, as suas antigas culturas e tradições, tomamos consciência de que, no plano de Deus, as vossas comunidades cristãs são verdadeiramente um 'pusillus grex', um pequeno rebanho, ao qual, porém, foi confiada a missão de levar a luz do Evangelho até aos confins da terra”.

Na véspera, uma multidão estimada em mais de um milhão de pessoas ouviu do Papa Francisco palavras de encorajamento para testemunhar a fé no meio do mundo, mas sem ceder ao mundo, tal como fizeram os 124 mártires beatificados nesse dia, em Seul.

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