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Sector da Pastoral Familiar
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Setembro é tempo de regresso à escola mas também tempo de azáfama nos campos em que se faz a vindima e se termina a apanha da pera e da maçã. A este propósito, recebemos da zona pastoral do Oeste um belo testemunho que nos fala sobre como também pelo trabalho no campo se constrói a família. Como partilhava o amigo Jorge Cruz: “O amor e a paixão que o agricultor sente pela terra é algo de inexplicável e estranho. Se o filho se interessa, ou se mostra vontade para continuar a cuidar da exploração, é mostrado e afirmado pelo agricultor com orgulho e vaidade. Se se trabalha com a família no manejo da terra, é com espírito de festa que se trabalha. Se o que se faz é cansativo e monótono, se as pessoas são rudes, no trabalho agrícola tudo é amenizado por estarem juntos, por se entreajudarem, por conviverem.”

 

Notícias do Oeste: A agricultura familiar

Falar dos novos desafios da agricultura de hoje pressupõe compreender que as empresas de grande sucesso estão quase sempre associadas a um conjunto de valores que ultrapassam o racional e a disciplina do lucro pelo lucro.

Ao contrário das instituições focadas apenas numa economia de mercado, aquelas onde exista uma cultura organizacional, também chamada “cultura de empresa” que privilegie o carácter afetivo das relações entre empregados, clientes e fornecedores, destacam-se pela motivação, entusiasmo e mobilização que permitem superar dificuldades e geram um nível de excelência dos resultados obtidos.

Aconteceu no Oeste no passado mês de Junho uma mesa-redonda subordinada ao tema “A agricultura familiar e os novos desafios”, assinalando o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Este encontro foi promovido pela Fundação João XXIII – Casa do Oeste em Ribamar, Lourinhã e teve como pano de fundo a Festa da Família Rural, com o envolvimento dos movimentos da Ação Católica Rural.

Um dos temas abordados foi “A Agricultura Familiar e a Sustentabilidade do Meio Rural”. A agricultura de base familiar para autoconsumo ou para comércio de proximidade é a forma agrícola predominante no setor de produção alimentar mundial.

Na Europa, a agricultura familiar representa 68% da produção. Em Portugal e na região Oeste, a agricultura familiar confunde-se com a agricultura nacional, uma vez que 96% das explorações agrícolas são familiares.

A agricultura familiar e de pequena escala está intimamente ligada à segurança alimentar mundial. Este tipo de produção tem muito mais baixos impactos ambientais, preserva os alimentos tradicionais, respeita os ciclos naturais, além de contribuir para a proteção da biodiversidade. Impulsiona as economias locais e regionais e é, ainda, uma forma de sustento económico complementar ou alternativo.

Outro aspeto abordado foi a necessidade de apoios à agricultura familiar, na medida em que esta atividade merece o reconhecimento da sua condição singular e específica, enquanto estrutura de produção que se deve defender e dignificar pelo envolvimento de tantos, que estão ligados entre si por laços familiares, com uma necessária interdependência de meios de sustento. Ora neste enquadramento, os agricultores aguardam a regulamentação do novo Quadro de Apoio 2014/2020 que se espera venha a potenciar o financiamento à organização de produtores e o aconselhamento agrícola.

Nesta ótica, e face à dificuldade de informação e à importância do aconselhamento, a Fundação João XXIII propõe-se criar condições para uma orientação aos pequenos agricultores.

A abordagem destes temas despertou a atenção dos participantes para a sustentabilidade do meio rural, que passa essencialmente pelo equilíbrio das famílias envolvidas na atividade agrícola. Ou seja, passa pelo equilíbrio a nível emocional e financeiro. O grau de exigência que é assumido por estes “agregados de produção agrícola familiar” assenta numa lógica que não se confina à condição financeira do lucro, mas emerge de uma lógica de exigência entre aqueles que mais se amam: os elementos da família envolvida.

Assim, o despertar das novas gerações para a agricultura familiar acontece num enquadramento de grande entrega a esta causa, pois nada é mais construtivo do que o amor entre as gerações, nada liberta tamanhas energias como o amor familiar, nada transforma tanto como a causa familiar e o objetivo do bem comum, nada arrisca tanto como o envolvimento de todo um núcleo familiar, nada é tão absorvente como o espírito criador entre pais e filhos, entre netos e avós.

 

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Catequese Doméstica: Humanae Vitae

Em 1968, o papa Paulo VI publicou a encíclica Humanae Vitae que aborda as questões relacionadas com a regulação da natalidade. Com uma viva consciência sobre as mudanças verificadas na sociedade e o progresso científico que conduziu ao desenvolvimento de novos métodos de planeamento familiar, apresenta o ensinamento da Igreja sobre os desafios daí derivados que têm por fundamento uma visão integral do ser humano.

O papa enaltece a grandeza do amor conjugal, descrevendo-o como sendo plenamente humano (tanto espiritual como sensível), total (uma entrega incondicional pelo outro), fiel, exclusivo e fecundo. No ato conjugal encontram-se presentes duas finalidades inseparáveis: o fim unitivo (o ato conjugal une profundamente os esposos) e o fim procriativo (o ato conjugal torna-os aptos para a geração de novas vidas). É colaboração livre e responsável dos esposos com Deus criador na transmissão da vida humana.

Conscientes desta cooperação, os casais cristãos desempenharão o seu ministério com responsabilidade, atendendo ao próprio bem e dos filhos (nascidos ou por nascer), bem como ao bem da sociedade, da família e da Igreja. Assim apresenta-nos o verdadeiro sentido de paternidade responsável, a atuação coerente dos esposos com a consciência dos seus deveres para com Deus, a sociedade e os próprios. Como tal, paternidade responsável implica a utilização da inteligência para compreender as leis biológicas que estão na base da conceção da vida humana, no domínio do instinto e das paixões pela razão e pela vontade, e também o discernimento do casal sobre se tem condições de fazer crescer uma família numerosa ou se enfrenta motivos graves que lhes confiram o dever de evitar um novo nascimento.

Deste modo, coloca-se a questão sobre como exercer esta paternidade responsável. A permanente abstinência não é resposta satisfatória, pois o ato conjugal como manifestação de afeto e como salvaguarda da fidelidade mútua é um bem para o casal, mesmo perante a sua infecundidade. Também quaisquer tipos de métodos abortivo, interruptivo ou contracetivo artificial (cf. HV 14) não são lícitos pois contrários à integralidade do ser humano e da plenitude do ato conjugal. Contudo, a presença de ciclos biológicos de fertilidade e infertilidade na fisiologia da mulher oferecem uma via legítima para a regulação dos nascimentos tendo em vista a prossecução da paternidade responsável (cf. HV 16). Como tal, a proposta da Igreja para o planeamento familiar são os chamados métodos naturais de regulação da fertilidade, os quais respeitam a integralidade da pessoa humana, a dignidade da relação sexual e se enquadram numa visão da conjugalidade aberta à vida.

 

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“O sonho missionário de chegar a todas as famílias”

No ano em que a Igreja universal e a nossa Igreja local percorre um caminho sinodal, a primeira missão do Sector da Pastoral da Família é envolver as famílias da nossa Diocese nesta caminhada, de modo a que se sintam parte integrante desta nova etapa evangelizadora. Neste percurso desejamos levar a alegria do Evangelho a todas as famílias e a todas as realidades familiares, ajudando-as a entenderem-se não só como destinatário, mas também como sujeito da ação pastoral. Neste sentido destacamos algumas das propostas do programa:

Outubro de 2014:

·         17 a 19 | Jornada Nacional da Pastoral da Família, em  Fátima

Novembro de 2014

·         8 | Formação para Agentes da Pastoral do Batismo

·         15 | Módulo 1 da formação para Agentes da Pastoral Familiar: O que é Pastoral Familiar?

·         29 e 30 | Retiro para casais grávidos

Janeiro de 2015

·         11 | Encontro anual com agentes de preparação para o Batismo

Fevereiro 2015

·         8 | Encontro anual com agentes de preparação para o Matrimónio

·         21 a 22 | Retiro para casais (O Amor Humano no Plano Divino)

Março 2015

·         7 | Módulo 2 da formação para Agentes da Pastoral Familiar: O Magistério sobre a Família

Abril 2015

·         11 e 12 | Retiro para namorados (Da Castidade à Liberdade para o Dom)

Maio 2015

·         9 e 10 | Retiro para Famílias

·         11 a 17 | Semana da Vida

·         17 | Festa da Família (Jornada Diocesana da Família)

Junho 2015

·         6 | Módulo 3 da formação para Agentes da Pastoral Familiar: Exemplos de Pastoral Familiar

Setembro 2015

·         22 a 28 | Encontro Mundial da Famílias, em Filadélfia

 

 

Concurso: “Familiarmente: há 5 anos com a sua família”

 Em Outubro próximo assinalamos 5 anos da rubrica Familiarmente no Jornal Voz da Verdade. Para o assinalar, gostaríamos de o celebrar com a sua família. Para isso lançamos um concurso em que vos convidamos a enviar-nos uma foto da sua família e um testemunho sobre como é ser família cristã. Publicaremos todos os textos e fotos em http://familia.patriarcado-lisboa.pt/ e será selecionado um para divulgar na edição do Familiarmente de 12 de Outubro. Os textos não deverão exceder 1.500 caracteres e devem ser enviados para família@patriarcado-lisboa.pt até ao dia 27 de Setembro.

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