Missão |
Inês Figueiredo
Médica em missão
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Inês Jorge Figueiredo tem 27 anos, é natural de Leiria e neste momento é médica interna no Centro Hospitalar de Tondela-Viseu. Mas a vida desta jovem médica já conheceu muitos horizontes diferentes marcados pela missão.

 

O sonho da medicina

Desde cedo que a nossa convidada de hoje sonhava em ser médica e foi em 2006 que este sonho começou a concretizar-se com a entrada na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa: “nessa altura já tinha decidido que o percurso médico que estava a iniciar tinha de passar por retribuir de alguma forma o que estava a ‘receber’ e mesmo antes de entrar em medicina pensava bastante sobre a desigualdade na distribuição dos cuidados de saúde e já tinha em mente o objetivo de ser médica para além das nossas fronteiras”.

 

Dar o primeiro passo

Ainda durante a sua formação académica, Inês quis colocar em prática o seu desejo de estar ao serviço dos outros. Com alguns colegas e amigos, fundou no ano letivo 2008/2009 o “Projeto Move-te” que deu origem à atual “Associação Move-te +”: “para além dos objetivos sociais e humanitários, queríamos despertar o interesse dos nossos colegas e da população em geral para os problemas médicos e humanitários que existiam na nossa cidade, no nosso país e no nosso planeta; queríamos que todos os estudantes de Medicina tivessem a oportunidade de viver algo tão transformador como ir ao encontro daqueles que não têm acesso à água, comida ou cuidados de saúde mínimos”. Em 2009/2010, em parceria com os Médicos do Mundo, esta associação mandou os primeiros estudantes de Medicina para Timor-Leste, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau. A par de uma forte dinâmica além fronteiras, esta associação também foi crescendo nas parcerias e nos projetos com outras associações locais como a Associação Conversa Amiga, a Associação Coração Amarelo e desenvolveu ainda um projeto de educação para a saúde no Bairro 6 de Maio, na Damaia. Foi com a Associação Conversa Amiga que a nossa convidada de hoje, entre 2011 e 2013, deu diversas consultas médicas a sem abrigos de Lisboa, no decorrer no Projeto Saúde na Rua.

 

Um novo horizonte

Em agosto de 2011, Inês partiu pela primeira vez para Angola, numa missão de 2 meses, em conjunto com o grupo missionário Ondjoyetu (palavra em Umbundo que significa ‘a nossa casa’): “mudou a minha forma de ver o mundo e moldou para sempre a minha maneira de ser médica.” E desde essa altura que Inês sente que parte do seu coração ainda está na Comuna do Gungo, Kwanza-Sul, onde o Grupo Missionário Ondjoyetu desenvolve inúmeros projetos: “ao regressar a Portugal, sentia sempre que a minha missão ainda não tinha acabado e depois de terminado o curso decidi que não ia ingressar na carreira médica, mas que tinha de voltar à missão de São José do Gungo”. Assim, no final de agosto de 2012, Inês voltou a fazer as malas para Angola, desta vez para uma missão de 6 meses. Ao longo desse tempo “fui de bairro em bairro com uma equipa missionária e uma farmácia ambulante, fazendo formações e palestras sobre saúde e dando tantas consultas quantas o meu corpo permitisse. Tudo ali era diferente: chão de terra, telhados de palha, cama de observação feita de paus e geralmente um quarto pequeno e escuro.” Foram muitos os momentos em que Inês sentiu a importância da sua missão: “houve momentos marcantes em que senti que era chamada a estar naquele dia, naquele lugar, para ajudar aquela pessoa, que de outra forma teria complicações graves e possivelmente falecido. O Gungo é um local onde a fé faz com que os milagres aconteçam todos os dias!”

 

Uma lição de vida

Hoje, Inês encontra-se em Portugal a terminar a sua formação médica específica. Mas o sonho da missão permanece e o Gungo continua a ser o local do seu coração: “apesar de todas as dificuldades, que a minha geração não viveu nem imagina, o povo do Gungo mantém a alegria simples e a esperança de uma criança inocente. As palavras de ordem nas dificuldades são a paciência, persistência e resistência, que surgem quando fazemos as coisas por amor e nos conseguimos pôr em segundo lugar!”

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