Missão |
Florbela Maria
Os doentes eram Jesus para nós
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Florbela Maria nasceu no concelho de Oeiras a 14 de dezembro de 1977, numa família cristã. Tem residência em Paço d’Arcos. Foi educada nos valores cristãos, fez os sacramentos e foi educada a participar na Eucaristia e na vida da Igreja.

 

Uma infância marcada pelo sentimento de liberdade

Com 5 anos entrou na escola primária e seguiu o percurso normal até ao 9º ano, quando teve de fazer uma escolha. No 9º ano optou por um curso técnico profissional de equivalência ao 12º ano. Ingressou no curso de animadora sociocultural/técnica psicossocial na Escola Técnico-profissional de Telheiras.

Estagiou no departamento de psiquiatria do Hospital S. Francisco Xavier e trabalhou como monitora de ATL numa escola do Estoril, entre 1999 e 2001. Terminou o seu curso profissional com 22 anos e no seu estágio com doentes mentais sentiu que essa foi “uma experiência decisiva” na sua vida e que na época “nem imaginava o quanto ia traçar a minha vida e as minhas escolhas.” “Aprendi a não perder um minuto na vida e a não deixar para amanhã o que devemos fazer hoje, a valorizar as dificuldades e partilhas dos outros”, refere.

Florbela ficou sem pai aos dois anos de idade e viu na sua mãe o papel de mãe e pai. Tem, por isso,muito orgulho e respeito à minha mãe pelo esforço e luta que teve para nos proporcionar o melhor”. Relata com emoção a sua infância e refere que vem “de uma família humilde e sem grandes ambições”. A sua infância passou-a “descalça a correr pelos campos, a subir às árvores, a brincar na rua com a lama e as panelas, a passar o dia de porta aberta e sentir uma liberdade imensa!”. Aos 10 anos mudou do campo para a cidade e este foi um marco importante: toda a sua vida mudou. “Sem dúvida a minha infância acabou aos 10 anos e aos poucos comecei a ser adulta à força.” As tarefas que teve de assumir em casa tornaram-na “autónoma e com um perfil prático e flexível”.

 

Um sim “inato” e a decisão de deixar tudo e partir

Em 1999 participou num campo de férias com as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus (IHSCJ)! Este foi um marco muito importante na sua vida e as pessoas que aí conheceu foram amizades “nascida à luz da fé e dos doentes a quem fomos ensinadas a amar e a servir porque eram Jesus Cristo para nós”. Em 2001 foi convidada a fazer parte de um grupo de trabalho da Juventude Hospitaleira (raio pró-missão) preparando pessoas para partir em missão adgentes. Ouvia sempre emotivamente relatos de missão que ia escutando. Assim, quando lhe perguntaram se queria partir para Moçambique o seu sim foi “inato, depois de um processo de amadurecimento, oração e formação.”

“Sentia que era a hora certa”, diz-nos e apesar de nessa altura ter tudo a nível material, não hesitou: deixou tudo e partiu. “Foi mais fácil deixar tudo e ir atrás de uma felicidade prometida por seguir Jesus e ir ao encontro de uma vida só minha e de Deus”. Sentiu “ser a oportunidade de encontrar a resposta que faltava”. Foi por um ano e acabou por renovar por mais 9 meses, porque se apaixonou pela missão. Partilha que a sua fé “cresceu entre missionários e verdadeiras vidas de doação a Deus”. Quando regressou de Moçambique “vinha num estado de plena paixão por Deus” e passou pelas IHSCJ, sentindo-se chamada à consagração. Rapidamente percebeu que não. Voltou ao mundo laboral e à sua vida em Portugal. Até que surgiu o convite para partir para Timor-Leste e “o sim fez ecos nas paredes da sala e no meu coração que saltou de contentamento e não pude esconder a ninguém.” Três meses depois estava dentro do avião. Foi “sem data de regresso à partida”, assumindo este caminho “para uma vida inteira!”

A missão ganhou o primeiro lugar na sua vida e foi traçando o seu caminho como Leiga Missionária Hospitaleira (LMH), identificando-se cada vez mais com o carisma de S. João de Deus. Considera que esta caminhada a ensinou “o que era amar e servir genuinamente, simplesmente porque é uma consequência inata do amor hospitaleiro e não se consegue deter”. Esteve 3 anos em Timor-Leste, sempre animada no espírito de S. João de Deus e espalhando a fé e a hospitalidade.

 

Encontrar o seu lugar, abraçar o seu tesouro

Hoje, encontra-se novamente em África, de volta a Nampula, desde abril de 2011. Dá vida ao projeto “Humanizar”, cujo objetivo maior é “proporcionar uma qualidade de vida e bem-estar numa perspetiva holística e de amor incondicional a cada doente, sem reservas, sem medos e sem barreiras”. Não tem data de regresso e diz-nos que ali é o seu lugar. “Percebo que aqui é o meu lugar e cheio de desafios! Que Deus em cada dia dá-me motivos para ficar e me pede mais! Que aqui está o meu tesouro!”.

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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