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185ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa
“A família evidencia-se hoje com uma inegável força intrínseca que só espera o reconhecimento público equivalente”
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O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considera que a Igreja tem de “reconhecer e promover nas comunidades cristãs” a “temática fundamental da família”, de forma a contribuir “para idêntico reconhecimento por parte da sociedade em geral”. No discurso de abertura da 185ª Assembleia Plenária da CEP, que decorreu em Fátima, de 10 a 13 de novembro, D. Manuel Clemente falou ainda da vida consagrada, garantindo que “a Igreja reconhece e agradece aos consagrados”.

 

“Se, por um lado, as dificuldades económicas e até a indefinição cultural atingem hoje as famílias, fragilizando a sua constituição e manutenção, por outro, elas revelam-se em muitos casos como único sustentáculo de tantas existências e subsistências pessoais que não encontram outro ponto de apoio material e afetivo. Tudo somado, creio que, apesar de tanta indefinição, cultural e até legal, a seu respeito, a família evidencia-se hoje com uma inegável força intrínseca que só espera o reconhecimento público equivalente, para poder render ‘a cem por um’ e em benefício de todos”, destacou o presidente da CEP, sublinhando o papel da Igreja: “Idêntica no essencial da complementaridade homem - mulher, geradora de vida; e no atual contexto, que a torna mais nuclear, urbana, móvel e dispersa: a família evidencia-se como base inultrapassável da solidariedade geral. Conte a sociedade com a Igreja, para progredir nesse sentido; comprometamo-nos nós ainda mais, para fazermos das nossas comunidades cristãs autênticas ‘famílias de famílias’, como insistia São João Paulo II”.

 

Reflexão que continua

Nesta Assembleia Plenária da Conferência Episcopal, D. Manuel Clemente lembrou depois o Sínodo dos Bispos sobre a Família, onde participou e que decorreu em Roma, de 5 a 19 de outubro, para citar a mensagem dos padres sinodais às famílias cristãs e ao mundo inteiro, intitulada ‘Uma casa com a porta sempre aberta’. “Detém-se em vários tópicos, como os que seguem: reconhecimento da situação atual das famílias, com dificuldades acrescidas; reforço da identidade da família cristã e da urgência em acompanhá-la mais de perto e continuamente; reflexão sobre casos problemáticos, entre os quais o dos divorciados recasados”. Precisamente sobre este último ponto, o presidente da CEP esclareceu: “Como foi amplamente noticiado – com alguma desproporção até, em relação ao lugar que este ponto realmente teve no decurso do sínodo – esboçou-se uma reflexão sobre os divorciados recasados e a respetiva relação com os sacramentos. Ponto que continuará a ser refletido antes e durante o próximo sínodo. Insistiu-se sobretudo no reconhecimento do lugar que, sendo batizados, continuam a ter na Igreja e no acompanhamento que merecem da nossa parte”. Da parte da Conferência Episcopal, a disponibilidade para reforçar a atenção à família “é total”, garantiu D. Manuel Clemente, recordando a nota pastoral ‘A força da família em tempos de crise’, publicada em 11 de abril de 2013.

 

“A Igreja reconhece e agradece aos consagrados”

Na primeira intervenção desta Assembleia Plenária da CEP, o presidente do organismo sublinhou depois o Ano da Vida Consagrada, lembrando palavras do Papa Francisco: “Referindo-se aos consagrados, refere-se a toda a Igreja, que não os dispensa nem se dispensa deles, muito menos nos tempos que correm. Na verdade, cada carisma reconhecido traz à vida eclesial o exemplo vivo do seguimento radical de Cristo, estímulo e consolação para todos”. Segundo D. Manuel Clemente, “a Igreja reconhece e agradece aos consagrados a continuação nas suas vidas dos respetivos carismas fundacionais, que tanto assinalam, cada um a seu modo, a fecundidade do Espírito para bem da Igreja e serviço do mundo”. Por isso mesmo, continua, “os Bispos reconhecem os consagrados das suas dioceses como igualmente ‘seus’, pois que cada Igreja particular ou local se deve tomar como ‘localização’ da Igreja universal, na variedade carismática com que o Espírito a enriquece, para bem de todos”. “Todos os consagrados merecem igual acolhimento diocesano e simultaneamente respeito pela especificidade de modos e fins de cada Instituto. Não apenas pela compensação que possam dar à falta de outros agentes pastorais; mas antes e sobretudo pela radicalização evangélica das suas vidas e a incidência profética do seu modo de estar e intervir na Igreja no mundo”, terminou, acerca dos consagrados.

 

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Comunicado final

Ao longo dos quatro dias de reflexão (10 a 13 de novembro), os Bispos portugueses debateram o seguimento da reflexão sinodal sobre a Família e o Ano da Vida Consagrada, bem como o Escutismo Católico e os Centros Sociais Paroquiais, entre outros temas. O comunicado final da 185ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa foi divulgado no último dia de reunião do episcopado, após o fecho desta edição do Jornal VOZ DA VERDADE, que voltará ao tema no próximo número.

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