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A uma janela de Roma
Papa: “Podemos ser santos com pequenos gestos”
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O Papa Francisco falou da vocação à santidade. Na semana em que confirmou a visita aos Estados Unidos em 2015, o Papa rejeitou o aborto e a eutanásia, pediu o fim dos ataques contra imigrantes e dirigiu-se aos contabilistas.

 

1. “Todos os cristãos, como batizados, têm igual dignidade diante do Senhor e a mesma vocação, a da santidade”, recordou o Papa, falando sobre o tema ‘A Igreja Universal, vocação à santidade’, na catequese da audiência-geral da passada quarta-feira, dia 19 de novembro. Francisco começou a sua reflexão questionando: “Em que consiste esta vocação e como podemos realizá-la? Não obtemos a santidade graças às nossas capacidades ou qualidades pessoais. Ser santo não é uma prerrogativa oferecida só para alguns escolhidos, nem significa ser dotado de uma capacidade especial. Não! Trata-se de um dom que o Senhor Jesus oferece gratuitamente a cada um de nós. É uma característica que distingue os cristãos”. O Papa concluiu a catequese convidando a fazer um exame de consciência sobre o chamamento de Deus à santidade. “Longe de tornar a existência pesada e triste, o chamamento à santidade é um convite a viver na alegria cada momento da nossa vida”. 

Nesta audiência, o Papa Francisco lembrou que sexta-feira, dia 21 de novembro, memória litúrgica de Maria Santíssima no Templo, se iria celebrar a Jornada ‘pro Orantibus’ dedicada às comunidades religiosas de clausura: “Será uma ocasião oportuna para agradecer ao Senhor pelo dom de tantos que, em mosteiros e eremitérios, se dedicam a Deus na oração e no silêncio operoso. Agradeçamos ao Senhor pelo testemunho de vida de clausura destas pessoas e não lhe façamos faltar o nosso amparo espiritual e material para realizar esta importante missão”.

Na parte final da audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro, o Papa Francisco condenou o aumento da violência na Terra Santa, um dia depois de um ataque contra uma sinagoga em Jerusalém, pedindo o fim destes atos “inaceitáveis”.

 

2. O Papa Francisco anunciou esta segunda-feira, dia 17, que vai deslocar-se aos Estados Unidos no próximo ano, naquela que será a sua primeira viagem a este país. Francisco revelou, numa conferência inter-religiosa sobre casamento, que iria a Filadélfia em setembro de 2015 para o VIII Encontro Mundial das Famílias, que se realiza de 22 a 27 desse mês. Recorde-se que o Papa vai fazer uma visita-relâmpago a Estrasburgo, França, a 25 de novembro próximo, para discursar no Parlamento Europeu e, a seguir, no Conselho da Europa. O Vaticano também anunciou que, no próximo ano, o Papa volta a França, para uma visita mais demorada.

Ainda neste mês de novembro (28 a 30), Francisco desloca-se à Turquia e em janeiro, entre 12 e 19, viaja às Filipinas e Sri Lanka. O Papa vai-se encontrar com sobreviventes do tufão Yolanda nas Filipinas e no Sri Lanka visitará a zona onde vive a minoria Tamil.

 

3. Complementaridade é uma palavra preciosa para se falar de casamento e família, disse o Papa na segunda-feira, dia 17, na abertura de um colóquio internacional dedicado a este tema. Num tempo de crise do casamento entre homem e mulher, Francisco fala em urgência social e alerta para o risco de manipulações ideológicas à volta da família. A complementaridade entre homem e mulher é um bem e uma riqueza, ao contrário da visão simplista que nivela os dois sexos num modelo único. E se o casamento e a família estão hoje em crise, é também devido à cultura do provisório que domina a sociedade. “Esta revolução dos costumes e da moral muitas vezes desfraldou a bandeira da liberdade, mas na realidade causou uma devastação espiritual e material a imensos seres humanos, especialmente aos mais vulneráveis. As crianças têm direito a crescer numa família, com um pai e uma mãe; mas contra a complementaridade entre homem e mulher, há quem nos queira convencer o contrário. Não devemos cair na rasteira de nos classificarem através de conceitos ideológicos. A família é um facto antropológico e, consequentemente, um facto social, de cultura, etc. Por isso, não podemos classificá-la usando conceitos de natureza ideológica, que só têm força num determinado momento da história e depois acabam. Não se pode falar hoje de família conservadora ou progressista: família é família. Tem força por si só”, sublinhou o Papa.

Já no sábado, Francisco tinha lembrado que o aborto, a eutanásia e a “produção” de filhos mostram uma “falsa compaixão” que põe em causa a dignidade da pessoa, pedindo que nenhum ser humana seja uma “cobaia”. “O pensamento dominante propõe, por vezes, uma falsa compaixão, a que considera como ajuda à mulher favorecer o aborto, como um ato de dignidade procurar a eutanásia ou como conquista científica ‘produzir’ um filho”, disse, num discurso proferido durante a audiência que concedeu à Associação de Médicos Católicos Italianos, que decorreu no sábado, 15 de novembro.

 

4. O Papa Francisco apelou ao fim dos confrontos entre moradores e imigrantes que têm acontecido em Roma, pedindo uma resposta a esta “emergência social” que se verifica nos subúrbios de várias cidades europeias. “Convido as instituições, de todos os níveis, a assumir como prioridade aquilo que já constitui uma urgência social e que, se não for já enfrentada e de modo adequado, arrisca-se a degenerar cada vez mais”, pediu Francisco, depois da oração do Angelus, no passado Domingo, 16 de novembro.

O Papa frisou que a comunidade cristã deve empenhar-se “para que não haja confronto mas encontro”.

 

5. Perante cinco mil contabilistas, o Papa Francisco afirmou, no dia 14 de novembro, que a dignidade humana vale mais que o dinheiro. Num encontro com os participantes do Congresso Mundial de Contabilistas, que decorreu em Roma, Francisco sublinhou a importância do respeito pelo trabalho, dizendo que esta é mesmo a chave para superar a crise económica que afeta o mundo ocidental, e lembrou o drama vivido por muitas famílias que têm membros desempregados ou com trabalho precário: "Não basta dar respostas concretas a questões económicas e materiais, é preciso suscitar e cultivar uma ética da economia, da finança e do trabalho". O Papa pediu ainda aos contabilistas para colocarem sempre a dignidade humana à frente da "rigidez da burocracia".

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