Na Tua Palavra |
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D. Nuno Brás
Choque de civilizações?
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É verdade que os acontecimentos das últimas semanas foram muito aproveitados mediaticamente. Mesmo exageradamente amplificados, de forma a tirar deles o melhor partido por parte de tantos. Nisso, a Europa jogou o jogo dos fundamentalistas, pensando que lhes fazia frente.
Mas, até pela reacção do mundo ocidental, parece que nos aproximamos cada vez mais, infelizmente, de um choque inevitável de civilizações: um choque entre o fundamentalismo dos que nos querem impor pela força um modo de vida (em particular à cultura europeia) e aqueles outros que, vivendo numa “cultura de morte” que caminha quase irremediavelmente para o desaparecimento, quando se percebem atacados saem à rua e gritam a sua revolta para, logo de seguida, tudo voltar ao mesmo. Para uns e para outros, Deus conta pouco. Pelo meio, estão os crentes e, acima de todos, Deus, tomado como pretexto para os contendores.
Como quer que seja, a acontecer, será um choque de modos de vida e de modos de o ser humano se situar no mundo e na existência. Com consequências eventualmente dramáticas. Bastará, simplesmente, um ataque terrorista coordenado, em várias capitais europeias, para que, com toda a facilidade, se instale o pânico e se perca todo o bom senso.
Os fundamentalistas parecem ter capacidade para o realizar; e a instalação do pânico por entre o mundo ocidental, sem Estado nem direito que contenham a ira e o medo das multidões, será, para aqueles, uma consequência bem-vinda, desejada.
Não creio, infelizmente, que este cenário esteja tão distante. Dependerá de como o mundo europeu, adormecido e sem valores, reagir – se simplesmente se deixa conquistar, tão farto que está da existência, ou se luta, desesperadamente, por se manter; ou, ainda, se é capaz de despertar da sonolência em que se encontra e de voltar a viver com sentido.
Tudo dependerá da fé, da sua capacidade que faz os homens verem mais alto e para além do momento e, desse modo, refrearem a vontade de vingança e a ira que faz perder a razão e o bom senso.
Costumo dizer que, habitualmente, sou pessimista e que, graças a Deus, poucas vezes tenho razão. Rezo para que assim seja uma vez mais.
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