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Alboan
Tecnologia livre de conflito
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A ALBOAN – Organização Não Governamental para o Desenvolvimento promovida pelos Jesuítas em Espanha - tem a decorrer até ao final do mês de fevereiro uma campanha denominada “TECNOLOGIA LIVRE DE CONFLITO”. Esta campanha pretende ser um alerta para a relação entre os telemóveis, tablets e computadores e a guerra na República Democrática do Congo.

 

O que se passa na extração de minerais no Congo?

Na parte oriental da República Democrática do Congo estão concertadas 80% das reservas mundiais de Coltan (uma mistura de dois minerais – columbite e tentalite). Da combalite é extraído o nióbio e da tentalite é extraído o tântalo. O tântalo é um metal de alta resistência térmica, eletromagnético e corrosivo e que é usado no fabrico das componentes eletrónicas de equipamentos portáteis que fazem parte das nossas rotinas, tais como os telemóveis, tablets e computadores. A sua extração está ligada à violação de direitos humanos, à destruição ambiental e ao financiamento de conflitos na região. O nióbio em muito se assemelha ao tântalo e tem também potencial como supercondutor. Estes dois metais ainda continuam a ser fundamentais para o avanço tecnológico da comunicação portátil.

Além do coltan, existem ainda mais três minerais chave que são essenciais para a tecnologia de informação: o ouro (que tem uma elevada condutividade elétrica e resistência e, por isso, exerce funções críticas em computadores, comunicações, motores de reação na aviação, e em diversos outros produtos), o volfrâmio (um tungsténio elementar usado em muitas aplicações de alta temperatura, tais como filamentos de lâmpadas, etc.) e o estanho (usado para produzir diversas ligas metálicas usadas para proteger outros metais da corrosão). Estes minerais, caros, são chamados de “minerais de conflito” ou “minerais de sangue”.

 

Extração de minerais “contaminados de sangue” escondidos nos telemóveis

A extração, o processamento e a venda destes minerais é controlada por grupos armados que tornaram o Congo um “inferno”, com uma “ferramenta de morte” que já provocou a morte de mais de cinco milhões de pessoas, um milhão de pessoas deslocadas, somente em 2013 e mais de cem mil mulheres violadas a cada ano.

Estes minerais “contaminados de sangue” estão escondidos nos nossos telemóveis, o que significa que quando se compra um telemóvel, pode estar a encaminhar dinheiro para os grupos armados responsáveis por tanto sofrimento e a reforçar o controlo dos mesmos grupos sobre as minas e a exploração das pessoas que trabalham com eles. Um telemóvel tem, além do seu custo económico, custos sociais e ambientais. Sem que tenhamos consciência, um telemóvel convencional tem entre 500 e 1000 componentes diferentes (alguns dos quais são caros e raros e estão relacionados com abusos sociais e ambientais, tal como acima referido no caso do tântalo), sendo que a sua extração e processamento gera cerca de 75kg de resíduos por cada telefone. Na Europa, a cada ano é renovado em 40% o parque de telemóveis, sendo que o tempo médio de utilização dos mesmos varia entre 1 ano e meio e dois anos (apesar do tempo de vida de um telemóvel ser de cerca de 10 anos).

 

O que podemos fazer?

- Assinar a petição da ONG Alboan a favor de uma diretiva europeia que impeça a compra de minerais oriundos de zonas de conflitos armados, até ao final de fevereiro de 2015 em www.change.org/p/our-representatives-in-the-european-parliament-prevent-blood-minerals-in-our-phones.

- Usar os telemóveis de forma responsável, de forma a prolongar a sua vida útil e ajudar a reduzir o impacto da extração mineira no Congo.

- Visitar o site da Campanha (www.tecnologialibredeconflicto.org), onde pode ser encontrada mais informação sobre este assunto, materiais audiovisuais e propostas de ação concreta para ajudar a tornar a tecnologia livre de conflito.

A FEC - Fundação Fé e Cooperação e a FGS - Fundação Gonçalo da Silveira já se associaram à campanha Tecnologia Livre de Conflito, da ONG Alboan.

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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