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A missão de ser família
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O Papa Francisco recorda-nos recorrentemente que ser cristão é ser missionário. O cristão tem a missão de anunciar Cristo com alegria. Esta missão individual concretiza-se, também, NA família, EM família, e COM a família.

Para o cristão, a família é lugar privilegiado da manifestação do amor de Deus, refletida no amor entre esposos, pais, filhos, irmãos, avós, netos, primos, tios… A família é uma escola de afetos. Amar é algo que se aprende primeiramente em família, pois é no sentir-se amada pelos pais que a criança descobre o que é amar. O afeto recebido em família prepara-nos para dar e para receber, despertando-nos para o amor ao outro e a Deus. Em família aprende-se a amar a vida que nasce, a vida nas suas debilidades e diferentes etapas.

Quem tem fé vive animado pelo grande amor que Deus tem por todos e cada um de nós. Quem se sabe amado deseja partilhar essa alegria. Como tal, é muito importante que a fé não seja remetida para o âmbito privado e pessoal de cada elemento da família, mas que seja celebrada e vivida em conjunto. Sabemos que em muitas famílias há elementos que se definem como ateus, agnósticos e até indiferentes. Muitas vezes por suposto respeito para com estas pessoas, coibimo-nos de manifestar a nossa fé. Porém, é necessário estar alerta para esta situação, pois a boa-nova deve ser anunciada a todos, sem exceção: os outros podem decidir que não querem ouvir, podem decidir discordar ou ignorar, mas nós não podemos deixar de propor! Portanto devemos sempre procurar encontrar e anunciar Cristo na nossa família.

É, por isso, uma boa prática, a oração em família. Rezemos uns com os outros e uns pelos outros. É importante rezar as alegrias e preocupações, os desentendimentos, os fracassos, as imperfeições… A oração dá esperança e fortalece, ajuda a colocar em perspetiva. Rezar o dia-a-dia é bom e é expressão de que o nosso Deus é próximo e que se quer revelar no concreto da nossa vida.

Cada pessoa conta e todos fazem falta nesta missão evangelizadora. Por exemplo, as crianças são o “meio” para muitos pais se (re)aproximarem de Deus e da vivência comunitária, nomeadamente quando iniciam a catequese, pois os pais aproximam-se de outros pais em circunstância semelhante e, progressivamente, vão fazendo um caminho de (re)encontro da fé. Os adultos, por sua vez, são muitas vezes o garante da memória e das tradições, recordando os que estão mais sós, os que estão doentes ou aqueles que não têm nada e ajudando os mais novos a valorizar todas as bênção que lhes são concedidas.

Por fim, famílias evangelizadas são também famílias evangelizadoras. E esta dinâmica é muito poderosa! Deus quer precisar de nós e do nosso testemunho para se manifestar. Confiemo-nos, pois, ao seu amor, para que ele transforme a nossa família e, através de nós, muitos outros possam conhecê-Lo.

 

texto escrito por Catarina e Nuno Luís Fortes

 

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Catequese Doméstica – A Alegria do Evangelho

Em pleno caminho sinodal, a catequese doméstica deste mês apresenta a exortação que serve de instrumento de trabalho para esta etapa que a Diocese de Lisboa está a viver. Falamos de “A Alegria do Evangelho”, a primeira exortação apostólica do Papa Francisco. Trata-se de um documento que há-de conduzir a vida da Igreja nos próximos tempos, tal como diz o Papa: «Não ignoro que hoje os documentos não suscitam o mesmo interesse que noutras épocas, acabando rapidamente esquecidos. Apesar disso sublinho que aquilo que pretendo deixar expresso aqui, possui um significado programático e tem consequências importantes. Espero que todas as comunidades se esforcem por usar os meios necessários para avançar no caminho de uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão. Neste momento, não nos serve uma “simples administração”. Constituamo-nos em “estado permanente de missão”, em todas as regiões da Terra» (EG 25).

Nesta exortação o Papa recolhe a riqueza dos trabalhos sinodais sobre a “Nova Evangelização e transmissão da fé” e as preocupações que movem a obra evangelizadora da Igreja (cf. EG 16). As diretrizes deste documento baseiam-se na doutrina da Constituição Dogmática Lumen Gentium, mais especificamente nos seguintes temas: a) a reforma da Igreja em saída missionaria, b) as tentações dos agentes pastorais, c) a Igreja vista como a totalidade do Povo de Deus que evangeliza, d) a homilia e a sua preparação, e) a inclusão social dos pobres, f) a paz e o diálogo social, g) as motivações espirituais para o compromisso comunitário.

O primeiro capítulo desta exortação introduz-nos neste “sonho missionário de chegar a todos” (cf. EG31). O Papa pede uma transformação missionária da Igreja; pede uma Igreja que saia às periferias da existência humana: «Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! (...) Prefiro uma Igreja acidentada, ferida, enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e comodidade de se agarrar às próprias seguranças» (EG49). Para isso é preciso partir do coração do Evangelho, do essencial da mensagem cristã, ou seja, a beleza do amor salvífico de Jesus. Lembra-nos ainda que a Igreja é uma mãe de coração aberto, e por isso pede que as comunidades cristãs estejam de portas abertas, prontas para acolher: «a Igreja é uma casa paterna e não uma alfândega» (EG47).

No Segundo capítulo o Papa descreve o contexto em que temos de viver e atuar, falando-nos da crise do compromisso comunitário em que este mundo está imerso. Apresenta-nos esta crise não apenas como uma constatação, mas acima de tudo como um desafio que somos chamados a enfrentar para o transformar.

O anuncio do Evangelho é o tema do terceiro capítulo. Nele o Papa começa por nos dizer que o anuncio do Evangelho não é tarefa de alguns especialistas, mas é tarefa de todo o Povo de Deus; os carismas de todos e de cada um estão ao serviço da comunhão evangelizadora. A evangelização acontece pela simplicidade do testemunho de vida, por contágio; acontece pessoa a pessoa. Numa segunda parte deste capítulo, o Papa Francisco fala-nos da importância da homilia e da pregação como momento verdadeiramente evangelizador. Por fim, apela a que a Igreja seja mais querigmática, pois o primeiro anúncio da fé cristã deve ocupar o centro da atividade evangelizadora da Igreja: «Jesus Cristo, ama-te, deu a Sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar» (EG164).

O quarto Capítulo apresenta-nos a dimensão social da Evangelização, pois evangelizar é tornar o Reino de Deus presente neste mundo. O Papa lembra-nos que o querigma (primeiro anuncio da fé) possui um conteúdo inevitavelmente social, pois no coração do Evangelho aparece inevitavelmente a vida comunitária e o compromisso com os outros (cf. EG177)

O quinto capítulo desta exortação intitula-se “Evangelizadores com Espírito”. O Papa diz-nos que Jesus quer evangelizadores que anunciem a Boa-Nova, não só com palavra, mas sobretudo com uma vida transfigurada pela presença de Deus; isto acontece no encontro pessoal com o amor de Jesus Cristo que nos salva. A última parte deste capítulo apresenta-nos Nossa Senhora, como Mãe da Evangelização. Nossa Senhora é a missionária por excelência que vai ao encontro das periferias da existência humana e apresenta-as ao seu Filho quando lhe diz: «não tem vinho».

Que Nossa Senhora nos ajude a dizer o nosso “sim” para que a Igreja possa cada vez mais fazer ressoar a Boa Nova de Jesus.

 

texto escrito por Pe. Rui Pedro Trigo Carvalho

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