Lisboa |
Primeiro aniversário da morte do Cardeal Policarpo
“D. José Policarpo olhava os acontecimentos com uma certeza de um Deus que não abandona o mundo”
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O atual Cardeal-Patriarca considera que D. José Policarpo “marcou muito a Diocese de Lisboa em torno de duas palavras: fidelidade e esperança”. Na Missa do primeiro aniversário da morte do Cardeal Policarpo, D. Manuel Clemente lembrou palavras do seu antecessor na última homilia que fez à frente da diocese.

 

“Fidelidade e esperança foram duas palavras que D. José Policarpo vincou na última homilia que fez à frente da diocese, na ordenação de sacerdotes, nos Jerónimos, em 29 de junho de 2013, e acho que ele foi muito certeiro na escolha dessas palavras. Eu conheci-o praticamente sempre, desde que ele começou o sacerdócio, e depois estive muito perto dele em diversas funções, e a nota da fidelidade era muito própria dele e calha-lhe muito bem, porque tinha a preocupação de avançar naquilo que era preciso avançar, mas sempre com os pés bem firmes neste caminho que já trilhamos há dois mil anos. D. José Policarpo foi sacerdote e bispo em tempos de profundas mudanças, aqui em Lisboa como na Igreja em geral, antes, durante e depois do Concílio Vaticano II, muitas vezes até para nós, que éramos mais novos, acertar no rumo, ver qual era exatamente o caminho, foi muito importante termos um homem com a sua lucidez e fidelidade tão perto de nós”, afirmou D. Manuel Clemente aos jornalistas, no final da celebração no primeiro aniversário da morte de D. José Policarpo, que decorreu no Panteão dos Patriarcas, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, no passado dia 12 de março.

O pontificado de D. José Policarpo à frente da Diocese de Lisboa, entre 1998 e 2013, foi também marcado pela esperança, segundo sublinhou o atual Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. “Ele era muito esperançoso, não no sentido vazio do termo, mas no sentido preenchido. D. José Policarpo olhava para os acontecimentos, quer na diocese, quer na Conferência Episcopal, quer certamente em Roma nas suas funções de cardeal, com uma certeza de um Deus que não abandona o mundo e de um Cristo que não abandona os seus. Por isso, ele sabia discernir evangelicamente, no meio dos acontecimentos, às vezes os mais contraditórios, onde é que estava essa presença e fazia-nos ver que não estamos sós e que o Evangelho há-de seguir e abrir caminho”, apontou o Cardeal Clemente, reforçando que “estas duas atitudes – fidelidade e esperança – eram muito próprias de D. José Policarpo”.

 

O “grande legado” deixado pelo Cardeal Policarpo

O atual Cardeal-Patriarca de Lisboa destacou ainda o legado deixado pelo seu antecessor. “É muito grande o legado deixado à Igreja, por tudo isto que eu disse, pela obra que escreveu e que pode ser, e deve ser, objeto de leitura, de meditação e de reflexão, e também pela maneira como ele viveu e depois serviu, como bispo e como patriarca, esta diocese, que foi sempre a sua. D. José Policarpo deixou uma marca em todos aqueles que formou, em todos aqueles de que foi colega e depois bispo. D. José Policarpo marcou muito a Diocese de Lisboa”, garantiu o Cardeal-Patriarca, no final de uma celebração concelebrada pelo Núncio Apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, por dois Bispos Auxiliares de Lisboa, D. Joaquim Mendes e D. Nuno Brás, além de muitos sacerdotes, e em que participaram fiéis, familiares e amigos do Cardeal Policarpo.

 

Um ano do falecimento

D. José Policarpo nasceu em Alvorninha, concelho de Caldas da Rainha, no dia 26 de fevereiro de 1936. Ordenado sacerdote a 15 de agosto de 1961, foi Bispo Auxiliar de Lisboa entre 1978 e 1997, ano em que foi nomeado, pelo Papa João Paulo II, Arcebispo Coadjutor do Patriarca de Lisboa (com direito de sucessão). Em 24 de março de 1998, com a morte do então Patriarca, Cardeal D. António Ribeiro, tornou-se no 16º Patriarca de Lisboa, tendo sido nomeado Cardeal em 21 de janeiro de 2001.

No dia 12 de março de 2014, o Cardeal Policarpo, então Patriarca Emérito de Lisboa, faleceu na capital portuguesa, aos 78 anos de idade.

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos por Filipe Teixeira
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