Jornal Voz da Verdade

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22.03.2015

Papa |

A uma janela de Roma

�Um jubileu extraordin�rio que ter� no seu centro a miseric�rdia de Deus�

O Papa Francisco anunciou um Jubileu da Miseric�rdia, no dia em que cumpriu dois anos do seu pontificado. Na semana em que falou das crian�as, o Papa enviou uma carta aos bispos da Nig�ria, perspetivou a sua viagem a Sarajevo e condenou os atentados no Paquist�o.

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1. O Papa Francisco anunciou um Jubileu da Miseric�rdia, que vai come�ar a 8 de dezembro deste ano e terminar a 20 de novembro de 2016. A convocat�ria foi feita no decorrer de uma cerim�nia penitencial, no Vaticano. “Caros irm�os e irm�s, tenho pensado muito sobre como a Igreja pode tornar mais evidente a sua miss�o de ser testemunha da miseric�rdia. � um caminho que come�a com uma convers�o espiritual. Por isso, decidi convocar um jubileu extraordin�rio que ter� no seu centro a miseric�rdia de Deus. Ser� um ano santo da miseric�rdia. (...) Estou convencido que toda a Igreja poder� encontrar neste jubileu a alegria de redescobrir e tornar fecunda a miseric�rdia de Deus, com a qual todos somos chamados a consolar os homens e as mulheres do nosso tempo”, afirmou o Papa, no passado dia 13 de mar�o.

Durante este per�odo, ser� enfatizada a miseric�rdia de Deus pelos homens e as igrejas de todo o mundo ser�o convidadas a abrirem as suas portas mais tempo do que o costume, para promover o acesso ao sacramento da reconcilia��o. Segundo uma nota publicada pela Sala de Imprensa da Santa S�, “com o Jubileu da Miseric�rdia, o Papa Francisco chama a aten��o para o Deus misericordioso que convida todos os homens e mulheres a regressar a Ele. Este encontro com Deus inspira e n�s a virtude da miseric�rdia”.

Sempre que � convocado um ano jubilar, s�o abertas as portas santas das quatro bas�licas de Roma. A abertura destas portas � uma forma simb�lica de mostrar que os fi�is t�m agora um novo caminho para chegar � salva��o. O Papa Francisco tem enfatizado muito a miseric�rdia de Deus durante o seu pontificado, dizendo em v�rias ocasi�es que Deus nunca se cansa de perdoar os homens. Durante a cerim�nia penitencial, o Papa voltou a fazer como no ano passado e foi-se confessar, publicamente, antes de seguir para um confession�rio para ouvir a confiss�o de outros. Este � o primeiro ano jubilar convocado desde o grande jubileu do pontificado de Jo�o Paulo II, para o ano 2000.

Neste mesmo dia 13 de mar�o, data em que Francisco cumpriu o segundo anivers�rio da sua elei��o, o Papa afirmou ter "a sensa��o" de que o seu pontificado pode ser breve, de quatro ou cinco anos, mas desmentiu sentir-se "s� e sem apoio". Numa longa entrevista � cadeia de televis�o mexicana Televisa, divulgada pela R�dio Vaticano, o 265� sucessor do ap�stolo Pedro respondeu sobre a poss�vel dura��o do seu papado, que pode concluir-se com a sua morte ou resigna��o. “Tenho a sensa��o que o meu pontificado vai ser breve. Quatro ou cinco anos. N�o sei. Ou dois ou tr�s. Dois j� passaram. � uma sensa��o um pouco vaga que tenho", afirmou. "O Senhor colocou-me aqui para uma coisa breve, nada mais”, acrescentou, elogiando a "coragem" do seu antecessor, Bento XVI, que renunciou ao pontificado, em fevereiro de 2013, e entendendo que esse gesto n�o deve ser considerado como uma exce��o. "Abriu uma porta institucional", sublinhou o Papa, de 78 anos.

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2. O Papa Francisco enalteceu o grande dom que as crian�as representam para a humanidade. “As crian�as s�o em si pr�prias uma riqueza para a humanidade e para a Igreja, porque nos chamam a aten��o, constantemente necess�ria, para entrar no Reino de Deus”, sublinhou Francisco, na audi�ncia-geral da passada quarta-feira, dia 18 de mar�o. O Papa destacou ainda que as crian�as lembram que todos somos necessitados de ajuda, de amor e de perd�o. “� verdade que as crian�as acarretam tamb�m preocupa��es e �s vezes problemas, mas � melhor uma sociedade com estas preocupa��es e problemas do que uma sociedade triste e cinzenta porque sem crian�as”, terminou.

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3. O Papa Francisco enviou, na passada ter�a-feira, dia 17 de mar�o, uma carta aos bispos da Nig�ria, manifestando a sua solidariedade �s comunidades crist�s que t�m sido v�timas de ataques terroristas ao longo dos �ltimos anos, em particular perpetrados pelo grupo ‘Boko Haram’. Na mensagem, divulgada pela Sala de Imprensa da Santa S�, o Papa afirma que a paz � o pr�prio Cristo e para alcan��-la � preciso “um compromisso di�rio, corajoso e aut�ntico em favor da reconcilia��o, de experi�ncias de partilha e di�logo e do servi�o aos mais fracos e exclu�dos”. O Papa Francisco afirma lembrar-se dos nigerianos “todos os dias” nas suas ora��es e elogia a a��o da Igreja num contexto de “tantas prova��es e sofrimentos” onde tem sido capaz de “testemunhar a hospitalidade, a miseric�rdia e o perd�o”. “N�o vos canseis de fazer o que est� certo”, apelou o Papa na sua carta aos bispos da Nig�ria.

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4. N�o "poupeis energias" para apoiar os fracos e os pobres e para ajudar aqueles que querem permanecer no pa�s evitando aumentar as fileiras dos migrantes. Este foi o apelo do Papa Francisco aos bispos da B�snia e Herzegovina, em visita ‘ad Limina Apostolorum’, durante uma audi�ncia na passada segunda-feira, dia 16 de mar�o. O Papa falou dos problemas do desemprego e das mem�rias da guerra ainda vivas, exprimindo solidariedade com o pa�s na expectativa de encontrar pessoalmente as pessoas no dia 6 de junho, durante a visita que vai realizar a Sarajevo.

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5. O Papa Francisco condenou, no passado Domingo, dia 15, ap�s a ora��o do Angelus, o duplo atentado que atingiu igrejas crist�s num bairro crist�o em Lahore, a segunda cidade do Paquist�o. Estes atentados provocaram, pelo menos, 14 mortos e 78 feridos. “Que esta persegui��o contra os crist�os, que o mundo procura esconder, acabe e haja paz”, declarou o Papa, perante milhares de pessoas, na Pra�a de S�o Pedro.

Francisco disse ter recebido “com dor, com muita dor” a not�cia dos atentados terroristas contra duas igrejas na cidade de Lahore, “que provocaram numerosos mortos e feridos”. “S�o igrejas crist�s, os crist�os s�o perseguidos, os nossos irm�os derramam o seu sangue apenas por serem crist�os”, denunciou, deixando depois a certeza da sua ora��o “pelas v�timas e as suas fam�lias”.

Aura Miguel, � conversa com Diogo Paiva Brand�o