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Também no Hospital eu posso e quero viver e celebrar a fé
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Prática de fé

O internamento hospitalar não impede a vivência e a prática de fé e culto. Pelo contrário, os hospitais não só reconhecem o direito a uma vida espiritual e prática religiosa livre, como também promovem esse direito e reconhecem os seus benefícios na luta contra o sofrimento. Existe, por isso, nos hospitais públicos (e porque é que só existe em alguns privados?), o SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL E RELIGIOSA (SAER), antes designado de Capelania, para responder às necessidades espirituais e religiosas dos doentes, seus familiares e profissionais. O SAER, regulado pelo Decreto-lei 253/2009, existe nos hospitais para garantir o direito à assistência espiritual e religiosa. Nada nem ninguém pode impedir o direito a viver a fé e praticar atos de culto em liberdade. E porque é um direito do doente, é este quem deve também solicitar a visita do assistente espiritual e religioso ou capelão aos enfermeiros de serviço. Se não o poder fazer por si, devem fazê-lo os familiares ou alguém para ele significativo. Neste sentido, pedir a assistência espiritual e religiosa é um ato de liberdade e um exercício de cidadania. E, para o crente, pedir o conforto espiritual é uma manifestação de amor, confiança e comunhão com Jesus Cristo, o Senhor da Vida.

 

“Porquê”?

As necessidades espirituais e religiosas emergem no Hospital, quando se está internado, de uma forma muito mais expressiva que em tempo de saúde. Na emergência da busca de saúde, cada pessoa experimenta a fragilidade e a precariedade, o sofrimento e a possibilidade da morte. Se os doentes o experienciam a partir da fragilidade vivida no próprio corpo, os familiares experienciam-no emocional e espiritualmente na relação com os seus e os profissionais, ao prestarem cuidados. Para uns e outros, o sofrimento leva a fazer a pergunta: “porquê”? Leva ainda a interrogar o sentido da vida, e alguns até, envolvidos em sentimentos de revolta, desespero, resignação ou tristeza, levantam dúvidas sobre a existência de Deus. Ou seja, o sofrimento não é apenas físico, mas também emocional, existencial e espiritual, despertando necessidades espirituais e religiosas.

Para o sofrimento físico há medicinas, para o psicológico há psicoterapias, e para o sofrimento espiritual qual o remédio? Há, por isso, doentes que, conscientes da importância do conforto da fé, solicitam o acompanhamento espiritual e religioso logo no início do internamento para beneficiarem da comunhão com Jesus e dos seus dons na luta contra a doença e emoções negativas que esta suscita.

 

Pedir

A assistência espiritual e religiosos é um direito reconhecido pela Concordata e pela Lei de Liberdade Religiosa. O Decreto-Lei 253/2009 regulamenta o exercício desse direito nos hospitais e determina que em cada um deles seja prestada Assistência Espiritual e Religiosa de uma forma regular e organizada. O Serviço Assistência Espiritual e Religiosa (SAER) cumpre essa missão.

Como aceder, no Hospital, ao SAER? O doente, por si próprio, ou os seus familiares, se não poder, deve pedir a visita do assistente espiritual ou capelão aos enfermeiros de serviço. E pode e deve fazê-lo logo no início do internamento. Os enfermeiros e outros profissionais, de uma forma geral, estão conscientes do direito do doente à assistência espiritual e religiosa e estão disponíveis para estabelecer o contacto com os assistentes espirituais ou capelães.

Se tiver de ser internado(a) no Hospital ou um seu familiar, não fique passivamente à espera que o capelão ou alguém da capela passe. Tome a iniciativa e exerça o seu direito de cidadão crente: solicite aos enfermeiros a visita do assistente espiritual ou capelão e usufrua do conforto espiritual. O Senhor da Vida, tal como afirma o Evangelho, é a rocha segura contra a resignação, o desânimo, o desespero, as tentações. A presença da Sua graça é força e ânimo na luta pela saúde da alma e do corpo. Se o pedido não tiver logo resposta, volte a insistir. A vida dos profissionais é dura e exigente e pode ter havido dificuldades de comunicação. Viver e celebrar a fé é fonte de saúde. Mais, viver e celebrar a fé no Hospital é também um direito e um profundo ato de liberdade.

 

Testemunho de fé

O internamento hospitalar não silencia ou põe entre parêntesis a vida espiritual e a prática religiosa. Isso é um direito do doente que está garantido por lei. O Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa (SAER) visa garantir esse direito de uma forma regular, organizada e livre no Hospital. Saber da existência do SAER e que se tem o direito de solicitar a assistência espiritual desde o início ao longo do internamento é importante, portanto. Neste sentido, o SAER existe para servir o doente, particularmente o doente crente.

O cristão confia em Jesus e confia-se a Jesus, o Médico Divino. A Igreja está, por isso, presente no SAER para responder às necessidades espirituais e religiosas do doente: visita, diálogo espiritual, acompanhamento, oração, meditação da Palavra de Deus, celebração da fé, sacramentos, eucaristia… O cristão, portanto, não só tem o direito à assistência espiritual, mas tem também o dever de a solicitar para gozar o conforto da comunhão com Jesus nesse tempo duro e difícil de sofrimento e emoções negativas. O Apóstolo Tiago, na Bíblia, ordena-o, dizendo: «algum de vós está doente? Chame os presbíteros da Igreja e que estes orem sobre ele …». (Tg 5, 15). E com o testemunho de fé do doente, com a partilha da sua experiência crente também a Igreja fica mais rica.

texto pela Pastoral da Saúde do Patriarcado de Lisboa
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