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A uma janela de Roma
Francisco pede orações para a viagem à América Latina
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O Papa Francisco inicia este Domingo, 5 de julho, uma viagem ao Equador, Bolívia e Paraguai, que se prolonga até dia 13. Na semana em que visitou o Papa Emérito Bento XVI, Francisco denunciou forças que procuram “aniquilar” a Igreja e instituiu a Secretaria para a Comunicação. A Santa Sé e a Autoridade Palestiniana assinaram um acordo.

 

1. O Papa Francisco pediu orações pela viagem que vai realizar de 5 a 13 de julho, ao Equador, Bolívia e Paraguai. “Peço a todos que me acompanhem com a oração. Para que o Senhor abençoe a minha jornada no continente da América Latina, tão querido para mim como podem imaginar. Quero expressar ao povo do Equador, da Bolívia e do Paraguai a minha alegria por estar em sua casa”, disse na recitação do Angelus, por ocasião da solenidade litúrgica de São Pedro e São Paulo. Francisco dirigiu-se à população desses países para manifestar a sua “alegria” por realizar esta viagem, a oitava ao estrangeiro no atual Pontificado.

Já este sábado, dia 27, o Papa tinha enviado uma mensagem em vídeo a estas comunidades, adiantando “preocupações” com as "vítimas da cultura do descarte”. “O meu desejo é estar convosco, compartilhar as vossas preocupações, manifestar-vos o meu afeto e proximidade, e alegrar-me também”, afirmou.

Durante a viagem à América Latina, o Papa vai presidir a cinco Eucaristias, encontrar-se com os presidentes, bispos, a sociedade civil e os consagrados dos três países, pronunciando 22 discursos. No total, vai percorrer 24.730 quilómetros em sete voos, que totalizam cerca de 33 horas.

Durante todo o mês de julho, recorde-se, estão suspensas as audiências gerais das quartas-feiras, que serão retomadas no mês de agosto, na Sala Paulo VI, no Vaticano. Neste período de julho estão suspensas também todas as outras audiências. O único compromisso semanal do Papa Francisco que se mantêm é o Angelus de Domingo.

 

2. Francisco visitou esta terça-feira, dia 30 de junho, Bento XVI na residência do Papa Emérito, no Vaticano, num encontro que demorou cerca de meia hora, segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé. A visita aconteceu antes da partida do Papa Emérito para a residência pontifícia de Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, onde vai permanecer até 14 de julho, adiantou ainda o padre Federico Lombardi. Este local acolheu Bento XVI, 88 anos de idade, em várias ocasiões, durante os oito anos de Pontificado e nos dois primeiros meses após a renúncia ao ministério petrino, em fevereiro de 2013.

O secretário particular de Bento XVI, D. Georg Gaenswein, afirmou que o Papa Emérito “está bem, para a sua idade”, e caminha todos os dias cerca de meia hora, nos Jardins do Vaticano. “Em geral vou com ele, rezamos juntos o Terço. Ele, que sempre teve passo rápido, agora, seguindo conselho médico, usa um andarilho nos seus passeios, e em casa, uma bengala”, comentou o arcebispo alemão, em entrevista citada pela Rádio Vaticano.

 

3. A perseguição à Igreja Católica ao longo da história foi lembrada pelo Papa na Missa da Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, celebrada segunda-feira, dia 29 de junho. Francisco denunciou todas as forças que “procuraram e procuram aniquilar a Igreja”. “A Igreja permanece viva e fecunda. Tudo passa, só Deus resta. Na verdade, passaram reinos, povos, culturas, nações, ideologias, potências, mas a Igreja, fundada sobre Cristo, não obstante as inúmeras tempestades e os nossos muitos pecados, permanece fiel ao depósito da fé no serviço, porque a Igreja não é dos papas, dos bispos, dos padres e nem mesmo dos fiéis: É só e unicamente de Cristo”, disse, na Basílica de São Pedro.

Francisco condenou as perseguições “atrozes, desumanas e inexplicáveis” que ainda hoje atingem os cristãos em várias partes do mundo, “muitas vezes sob o olhar e o silêncio de todos”. O Papa disse preferir venerar a coragem dos Apóstolos e da primeira comunidade cristã. “A coragem de levar por diante a obra de evangelização, sem medo da morte nem do martírio, no contexto social dum império pagão”.

A homilia aludiu à importância do “testemunho”, deixando um apelo “à oração, à fé e ao testemunho”. “Não há testemunho sem uma vida coerente! Hoje sente-se necessidade não tanto de mestres, mas de testemunhas corajosas, convictas e convincentes; testemunhas que não se envergonham do nome de Cristo e da sua Cruz, nem diante dos leões que rugem nem perante as potências deste mundo”, pediu.

 

4. O Papa Francisco instituiu um novo Dicastério da Cúria Romana: a Secretaria para a Comunicação. Depois de examinar relatórios e de ouvir o parecer unânime do Conselho de Cardeais, o Papa explicou numa Carta Apostólica em forma de ‘Motu próprio’: “O atual contexto comunicativo, caracterizado pela presença e pelo desenvolvimento dos medias digitais, pelos fatores da convergência e da interatividade, requer uma reformulação do sistema informativo da Santa Sé e uma reorganização que proceda decididamente rumo a uma integração e gestão unitária”. Deste modo, o Papa considera que todos os organismos que, até o momento, se ocuparam da comunicação sejam incorporados num novo Dicastério da Cúria Romana, para responder “sempre melhor às exigências da missão da Igreja”. Integram, assim, o novo Dicastério os seguintes organismos: Pontifício Conselho das Comunicações Sociais; Sala de Imprensa da Santa Sé; Serviço Internet Vaticano; Rádio Vaticano; Centro Televisivo Vaticano; L’Osservatore Romano; Tipografia Vaticana; Serviço Fotográfico; Livraria Editora Vaticana.

O Papa nomeou como novo Prefeito da Secretaria da Comunicação o atual Diretor do Centro Televisivo Vaticano, monsenhor Dario Edoardo Viganò.

 

5. A Santa Sé e a Autoridade Palestiniana assinaram, no passado dia 26 de junho, um acordo em que se refere à Palestina como um estado, oficializando pela primeira vez num documento bilateral este reconhecimento, que o Vaticano adotou a partir do momento em que as Nações Unidas admitiram a Palestina como estado observador. O acordo firmado diz respeito às atividades da Igreja Católica em território palestiniano e é, segundo a Santa Sé, fruto de vários anos de diálogo entre as partes.

No discurso feito por altura da assinatura, o secretário da Santa Sé para as relações com os Estados, o arcebispo Paul Richard Gallagher, refere que este acordo pode ser um exemplo para o resto da região.

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