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A uma janela de Roma
A “última chance” para travar aquecimento global
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O Papa Francisco considera que a Cimeira do Clima de novembro, em Paris, é crucial. Na semana em que foi revelado que Francisco já prepara a visita a Cuba e Estados Unidos, o Papa agradeceu a receção na América Latina. O Vaticano apresentou as contas do governo do Estado e da Santa Sé, relativas a 2014.

 

1. A Santa Sé acolheu esta terça-feira, dia 21, representantes de várias das principais cidades do mundo, numa cimeira que tinha por objetivo pressionar as Nações Unidas para se alcançar um acordo para travar o aquecimento global, no encontro que terá lugar em novembro deste ano, em Paris. O Papa Francisco dirigiu-se aos presentes, dizendo que os governos, incluindo o da Santa Sé, têm um papel limitado no que diz respeito ao trabalho efetivo para levar a cabo mudanças a este nível. “Porque é que a Academia Pontifícia das Ciências convidou presidentes de câmara e administradores locais? Porque mesmo que esta consciência [dos problemas ecológicos] se espalha do centro para a periferia, o trabalho mais sério e profundo é feito da periferia para o centro. A Santa Sé, ou este ou aquele país, podem fazer discursos bonitos nas Nações Unidas, mas se o verdadeiro trabalho não vier da periferia para o centro, não terá qualquer efeito. É aí que se encontra a responsabilidade de autarcas e de governos locais urbanos. Agradeço muito terem vindo, na qualidade de periferias”, referiu Francisco, no seu discurso.

O Papa considera ainda que a cimeira de novembro é crucial uma vez que pode representar uma última chance de “negociar um modelo que mantenha o aquecimento induzido pelo homem abaixo de dois graus centígrados”. Segundo o documento, que os presentes assinaram e que vai ser apresentado à ONU, as alterações climáticas induzidas pelo homem são “uma realidade científica, e o seu controlo efetivo é um imperativo moral para a humanidade”.

Durante esta cimeira, o Papa falou também da importância de se combater mais efetivamente o tráfico humano, que tem entre as suas causas o aquecimento global e a consequente migração forçada. “Tenho grandes esperanças de que um acordo fundamental será alcançado na cimeira de Paris, em novembro. Tenho grandes esperanças, mas sem dúvida as Nações Unidas têm de tomar uma posição forte em relação a este fenómeno, sobretudo em relação ao tráfico de seres humanos causado pelo fenómeno ambiental”, desejou Francisco.

 

2. O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé revelou que o Papa Francisco está a preparar a décima Viagem Apostólica, onde vai visitar Cuba e os Estados Unidos da América (EUA), entre 19 e 27 de setembro. O padre Federico Lombardi explicou que o Papa está a escrever os discursos para a próxima viagem pastoral à ilha de Cuba e aos EUA, que inclui encontros com os presidentes dos dois países, celebrações e encontros e por exemplo uma oração no ground zero, em Nova Iorque.

Nos Estados Unidos da América destaca-se do programa um discurso na Casa Branca, a 23 de setembro, uma intervenção às duas câmaras do Congresso norte-americano, no dia seguinte, e na Organização das Nações Unidas (ONU), a 25, sexta-feira. A partir do dia 26, Francisco ruma para Filadélfia onde, entre outros compromissos, participa no VIII Encontro Mundial das Famílias.

Neste momento, as tradicionais audiências-gerais de quarta-feira, no Vaticano, estão suspensas e regressam a 5 de agosto, na sala Paulo VI. A Eucaristia matinal que o Papa preside da capela da Casa de Santa Marta recomeça em setembro.

 

3. O Papa Francisco agradeceu, no passado Domingo, dia 19 de julho, o modo como foi recebido pela população e as autoridades da Equador, Bolívia e Paraguai, na sua recente visita pastoral à região. “Agradeço aos povos dos três países a sua calorosa e afetuosa forma de acolher e o entusiasmo”, afirmou durante a oração do Angelus, no Vaticano. “Renovo o meu reconhecimento às autoridades destes países pelo seu acolhimento e colaboração. Com grande afeto agradeço aos meus irmãos bispos e sacerdotes, às pessoas consagradas e a todas as populações pela forma enérgica como participaram”, insistiu.

No Angelus, Francisco começou por lembrar as palavras do Evangelho desse Domingo e a maneira como Jesus observou, teve compaixão e ensinou – fórmula que o Papa tentou aplicar na sua visita à Bolívia, ao Equador e ao Paraguai. O Papa lembrou ainda que a América Latina tem grandes potencialidades espirituais e humanas, valores humanos profundamente radicados, mas também problemas sociais e económicos, a que a Igreja procura estar atenta e ajudar com soluções. “Para contribuir com soluções, a Igreja está empenhada a mobilizar forças espirituais e morais das suas comunidades, colaborando com toda a sociedade”, garantiu.

 

4. O Vaticano apresentou, no passado dia 16, as contas do governo do Estado e da Santa Sé relativas a 2014, com um resultado positivo de mais de 37 milhões de euros. O documento foi analisado pelo Conselho para a Economia, organismo criado pelo Papa Francisco, e dá conta de lucros de 63 milhões de euros na gestão do governo do Estado da Cidade do Vaticano, independente das instituições da Santa Sé, um aumento de 30 milhões de euros face a 2013. Em relação à Santa Sé, com 64 entidades, as contas de 2014 fecharam-se com um défice de 25,6 milhões de euros. As principais despesas estão relacionadas com os 2.880 trabalhadores da Santa Sé, ascendendo a 126,6 milhões de euros.

O comunicado oficial do Vaticano adianta que na sequência da reestruturação da atividade financeira da Santa Sé, o seu património líquido aumentou em 939 milhões de euros. O número deve-se ao trabalho desenvolvido pela nova Secretaria para a Economia, liderada pelo cardeal George Pell, que incluiu neste balanço consolidado fundos e atividades que até agora estavam registas apenas nas contas individuais de cada organismo da Cúria Romana.

Em relação às contas do Estado da Cidade do Vaticano, o aumento dos lucros é justificado com as receitas das "atividades culturais", especialmente dos Museus, e "investimentos favoráveis". As dioceses de todo o mundo contribuíram com 21 milhões de euros para a manutenção do serviço prestado pela Cúria Romana e o Instituto para as Obras de Religião ofereceu 50 milhões de euros para apoiar as iniciativas de caridade do Papa.

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