Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Construtores da paz

Quando, décadas atrás, existiam dois blocos político-militares que se enfrentavam um pouco por toda a parte, a sensação de vivermos à beira do precipício da guerra era uma realidade diária. A qualquer momento, um descuido ou mal-entendido poderia conduzir a um conflito mundial. Muitos foram os livros e filmes sobre o assunto. Era o tempo da chamada “guerra fria”. E em vários momentos (recorde-se, por exemplo a célebre “crise dos mísseis” cubanos) o mundo inteiro esteve prestes a cair na tentação de uma terceira guerra mundial.

E, no entanto, hoje esse precipício está mais próximo e, sobretudo, é mais profundo. Não se fala em guerra, mas nem por isso a corrida aos armamentos parou. Pelo contrário: a indústria de armamento foi ficando mais sofisticada; a ciência e a técnica foram permitindo mais precisão mas, sobretudo, colocam a eventualidade de uma destruição cada vez mais global.

E se já não existem dois blocos que se oponham por motivos ideológicos, nem por isso o mundo contemporâneo deixou de procurar divisões, de fomentar ódios, de criar inimizades entre povos e culturas.

Há dias li a notícia de que tinha sido criada a “espingarda cristã”: para não poder ser usada pelos muçulmanos, o seu criador colocou nela a inscrição de um Salmo e um símbolo dos Templários, a recordar as cruzadas.

Para os órgãos de informação que deram a notícia, creio que se tratava da tentativa de insinuar que também o cristianismo é violento. Para o seu inventor, contudo, mais não seria que a loucura de um fanático em pânico com eventuais ofensivas muçulmanas – ou então a tentativa desesperada de ganhar mais dinheiro.

Como quer que seja, neste mundo real que é o nosso, o convite de Jesus permanece sempre o mesmo: “Bem-aventurados os construtores da paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). No meio deste mundo que persiste em fazer a guerra, é urgente – hoje mais que nunca – que alguém (muitos) tenha a coragem de construir a paz. Ela é dom de Deus, mas é (também) disponibilidade e atitude de cada um. A construção da paz é a única verdadeira atitude capaz de destruir a guerra na sua raiz. E não julguemos que é utopia: pelo contrário, é algo que se vai espalhando e contagiando a todos.

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