Missão |
Irmã Maria Luísa Pinto Carneiro
Missionária e peregrina desde o ventre materno
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A Irmã Maria Luísa Pinto Carneiro nasceu a 22 de Fevereiro de 1962, em Lisboa, mas quando lhe perguntam de onde é, quase sempre responde que é do Porto porque a sua família é toda de lá, foi onde estudou e foi batizada.

 

Gosta de responder que é “missionária e peregrina desde o ventre materno”. É professora de Educação Física e está neste momento a terminar uma pós-graduação em Psicologia do Desporto e da Atividade Física. Escreveu um livro a que chamou “Liberdade de Sonhar mais Além”, sob o pseudónimo de Luís da Paz.

 

Conciliar a vida profissional com a descoberta e o caminho vocacional

Entrou na Universidade do Porto na sua primeira opção e licenciou-se como professora de Educação Física. Atualmente exerce a sua profissão no Agrupamento de escolas de Almeirim, na Escola Secundária Marquesa da Alorna. Enquanto terminava o 5º ano realizava simultaneamente o Postulantado na Congregação das Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor (FMMDP), congregação à qual pertence atualmente. Nem sempre foi fácil conciliar a vida profissional com o percurso dentro da Congregação e teve mesmo de o interromper várias vezes. Nasceu numa família católica e, apesar das dificuldades, os seus pais matricularam-na numa escola católica. É a filha do meio de três irmãos. “Tenho a recordação bonita da minha mãe me acompanhar à noite à cama e rezar comigo antes de deitar. Sempre me lembro de criança de ir à missa acompanhada pelos meus pais e irmãos”, partilha. Apesar disso, também viveu um momento de afastamento da igreja mas aos 15 anos quando foi convidada a ir a uma aula de EMRC (das quais se tinha afastado) por uma colega, sentiu o apelo forte em duas perguntas feitas pela professora que a fizeram mudar de rumo.“Dei comigo a voltar a rezar, dirigindo as minhas palavras a Jesus, a quem eu tinha posto de lado e até verifiquei que já não me saía bem a oração do Pai-Nosso que tantas vezes tinha rezado. Depois de refletir escrevi a minha resposta e esta provocou o início de uma caminhada de regresso à casa do Pai. Mas este regresso foi progressivo, com altos e baixos no caminho”, recorda.

 

Sair de casa apenas com a guitarra e a bíblia na mão!

Aos 23 anos começou a sentir um chamamento mais forte, e já não lhe bastava ser apenas catequista na paróquia: “Mas não via claro, nem percebia bem o que sentia. Parecia que sentia o chamamento a ser missionária em terras longínquas onde as necessidades fossem maiores e onde a Palavra de Jesus ainda não tivesse chegado. Mas o facto de estar na reta final para acabar o meu curso e tantos projetos e sonhos que tinha nessa área, fazia-me sentir confusa…”. Partilhou as suas inquietações com o Padre Daniel (na sua paróquia), sentindo que queria ser missionária mas não freira…Ainda assim, decidiu conhecer a Congregação das FMMDP à qual pertenciam duas irmãs que já conhecia da paróquia. A primeira ida à comunidade da congregação, no Porto, mudou para sempre a sua vida: “a partir daí começou uma linda, difícil caminhada de discernimento, que nalgum momento eu identifiquei como o ano mais maravilhoso/feliz da minha vida, mas também o mais duro, pelas dificuldades que tive de enfrentar da minha família que se opôs a este caminho que escolhi resultado de um chamamento que foi mais forte do que eu e venceu!” Foi expulsa de casa pelos pais no 10 de Junho de 1986 e saiu apenas “com a guitarra e a bíblia na mão”, sendo acolhida da melhor forma na congregação: “cada uma trouxe algo seu e tudo me servia!” Durante o noviciado e vendo que a filha estava feliz, os seus pais aceitaram finalmente o seu caminho.

 

O sonho realizado da missão em Angola e na Bolívia

Nos seus 25 anos na congregação foram vários os destinos e os desafios: Fazendas de Almeirim, Angola, Bolívia. Em Angola esteve nos primeiros anos como formadora de jovens vocacionadas e recorda: “Foi um primeiro ano, em Luanda, de difícil adaptação, eram mundos totalmente diferentes… Luanda, uma cidade de altos contrastes e de trânsito louco; e o mundo da formação humana e religiosa, o acompanhar dia-a-dia, jovens com cultura e histórias de vida tão diferentes da minha. Foi um desafio! Mas confesso que foi uma missão que acabou por me apaixonar”. Nos últimos dois anos em Angola, esteve também a colaborar numas das cinco zonas pastorais e sente que aqui já foi mais de encontro ao seu sonho “junto de um povo simples, alguns nem sabiam o Português, foi o desafio de aprender Umbundo …e foi muito bonito o trabalho levado a cabo. Angola ficou no meu coração!”. Este ano, respondendo a um apelo seu, como forma de celebrar os seus 25 anos de consagração, a Congregação enviou-a, em conjunto com duas jovens (uma portuguesa e uma espanhola do Grupo de Voluntariado Missionário Maria Ana Mogas) durante um mês e meio à Bolívia, experiência que considera como maravilhosa em várias dimensões: “O conhecer irmãs da minha família de FMMDP, o diálogo com cada uma, o partilhar experiências, dificuldades, oração e sonhos… foi “espetacular!” E sem dúvida ajuda-me a ser mais fiel à minha vocação; o tocar de perto algumas realidades daquele povo Boliviano”.

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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