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Roma
“A Porta é Jesus e Jesus é grátis… a salvação é grátis!”
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O Papa garantiu que “a salvação não se vende nem se compra”. Na semana em que foi publicada a Mensagem para o Dia Mundial da Paz, foram proclamadas as “virtudes heróicas” da lisboeta Teresa de Saldanha e o Papa abriu a Porta Santa da Catedral de Roma. Francisco vai ao México.

 

1. O Papa Francisco falou sobre os sinais do Jubileu, lembrando que este Ano Santo da Misericórdia é celebrado em todo o mundo para marcar a comunhão eclesial na Igreja: “Possa esta comunhão eclesial tornar-se sempre mais intensa, para que a Igreja seja no mundo o sinal vivo do amor e da misericórdia do Pai. No entanto, a misericórdia e o perdão não podem ficar reduzidos a belas palavras; são vida e dão vida neste Jubileu, se aderirmos de coração aos sinais que o caracterizam: cruzar a Porta Santa, amar a todos e tudo perdoar, aproximarmo-nos do sacramento da Confissão”, afirmou o Papa, na audiência-geral de quarta-feira, 16 de dezembro, na Praça de São Pedro.

“O primeiro sinal é a Porta Santa, que eu quis aberta em todas as dioceses do mundo, para todos os fiéis poderem experimentar a graça do Jubileu. Aquela Porta indica o próprio Jesus, que nos convida a entrar e repousar n’Ele, mas também nos impele a sair ao encontro dos outros, levando-lhes o seu abraço de amor e perdão. Por isso, não teria grande eficácia o Jubileu, se a porta do nosso coração não se abrisse para deixar Cristo passar para os outros: assim como a Porta Santa permanece aberta, porque é o sinal do acolhimento que Deus nos reserva, assim também há-de estar sempre aberta de par em par a nossa porta, sem excluir ninguém”, prosseguiu Francisco.

Improvisando, o Papa chamou a atenção para eventuais enganos com pagamentos de indulgências: “Estejam atentos! Não é que algum mais esperto vos diga que se tem que pagar. A salvação não se paga! A salvação não se compra! A Porta é Jesus e Jesus é grátis… a salvação é grátis!”.

 

2. No final de um ano marcado “por guerras e atos terroristas com trágicas consequências”, ao ponto de assumir os contornos de uma “terceira guerra mundial por pedaços”, o Papa Francisco lançou, na Mensagem para o Dia Mundial da Paz, um apelo para que se vença a indiferença, a que chama “uma ameaça para a família humana”.

Dirigindo-se a todos, o Papa renova o apelo a que se faça “do amor, da compaixão, da misericórdia e da solidariedade um verdadeiro programa de vida” no sentido de transformar “o nosso coração de pedra num coração de carne, capaz de se abrir aos outros com autêntica solidariedade”. A “globalização da indiferença” perante as tragédias, diz, tem rosto: “Há quem esteja bem informado, ouça o rádio, leia os jornais ou veja programas de televisão, mas fá-lo de maneira entorpecida, quase numa condição de rendição: estas pessoas conhecem vagamente os dramas que afligem a humanidade, mas não se sentem envolvidas, não vivem a compaixão”. “Este é o comportamento”, aponta Francisco, “de quem sabe, mas mantém o olhar, o pensamento e a ação voltados para si mesmo”. “Infelizmente”, constata, “o aumento das informações, próprio do nosso tempo, não significa, de por si, aumento de atenção aos problemas”.

Elogiando as organizações que trabalham a favor do alívio das dificuldades dos mais frágeis, o Papa volta a lançar fortes críticas ao “cancro social” da corrupção, “profundamente radicada em muitos países – nos seus governos, empresários e instituições – seja qual for a ideologia política dos governantes”. Francisco termina a mensagem com um “triplo apelo” aos Estados: “Abster-se de arrastar os outros povos para conflitos ou guerras que destroem não só as suas riquezas mas também – e por longo tempo – a sua integridade”; “o cancelamento ou gestão sustentável da dívida internacional dos Estados mais pobres”; e ainda a adoção de políticas que sejam respeitadoras dos valores das populações locais e, “de maneira nenhuma, lesem o direito fundamental e inalienável dos nascituros à vida”.

O 49º Dia Mundial da Paz é comemorado no dia 1 de janeiro de 2016.

 

3. Há mais uma portuguesa que pode estar a caminho dos altares. O Papa Francisco autorizou, esta semana, a proclamação das “virtudes heróicas” de Teresa Saldanha, fundadora da Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, nascida em Lisboa. Esta proclamação é um primeiro passo no processo com vista à canonização. Caso venha e ser reconhecido um milagre ocorrido por sua intercessão, Teresa Saldanha pode ser considerada beata. Para ser declarada santa, terá de ocorrer um segundo milagre. Teresa Saldanha Oliveira e Sousa nasceu em Lisboa, a 4 de setembro de 1837, e morreu na mesma cidade, a 8 de janeiro de 1916. Foi a primeira mulher fundadora de uma congregação em Portugal após a extinção das ordens religiosas.

 

4. O Papa Francisco abriu, no passado Domingo, 13 de dezembro, a Porta Santa da Catedral de Roma, São João de Latrão, e proclamou que com o Jubileu “começa o tempo do grande perdão”. “Este terceiro Domingo do Advento faz com que assistamos à chegada do Natal, já próximo. Não podemos deixar-nos cair no cansaço; não nos é permitida nenhuma forma de tristeza. Embora tenhamos motivo para tantas preocupações e para as múltiplas formas de violência que ferem a nossa humanidade”, disse o Papa, na sua homilia, evocando a alegria pelo início do Jubileu: “O tempo do grande perdão. Abrimos a Porta Santa, aqui e em todas as catedrais do mundo. É também um gesto simples e um convite à alegria. Começa o tempo do grande perdão. É o Jubileu da misericórdia”.

Mais tarde, durante a oração do Angelus, o Papa Francisco saudou a adoção por 195 países, em Paris, de um acordo sem precedentes de luta contra o aquecimento global, e apelou para se estar especialmente atento aos "mais vulneráveis", particularmente afetados pelas catástrofes ambientais. “A cimeira sobre o clima terminou em Paris com um acordo que bem podemos qualificar como histórico. A sua aplicação exige um compromisso unânime e um generoso empenho de cada um”.

 

5. O Papa vai terminar a viagem ao México, 12 a 18 de fevereiro de 2016, com uma Missa na Cidade de Juarez, junto à fronteira dos Estados Unidos, por onde passam muitos migrantes ilegais. O itinerário da visita foi divulgado sábado, dia 12, e além da capital Cidade do México Francisco vai ainda deslocar-se ao estado de Chiapas – o mais pobre do país – e encontrar-se com jovens no estado de Michoacan, palco de violência nos últimos meses.

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