Missão |
Paula Gala, em Missão com a Equipa D’África
“Consegui sentir muito Deus nas pessoas que se cruzavam no meu caminho”
<<
1/
>>
Imagem

Paula Gala nasceu a 28 de abril de 1994, em Lisboa. Viveu na Pontinha até aos 11 anos, altura em que se mudou com a família (os pais e os 11 irmãos) para Campo de Ourique, pois “apesar de aquela zona ser agradável para se morar a casa já se tornava pequena”. Frequenta atualmente o curso de Enfermagem na Escola Superior da Cruz Vermelha Portuguesa, em Lisboa.

 

Foi batizada em junho de 1994, na igreja da Pontinha, recebeu o sacramento da Eucaristia em Maio de 2002, no Mosteiro dos Jerónimos, e o sacramento do Crisma em Maio de 2009. Desde pequena que foi educada num meio ligado à religião. “Ensinaram-me os valores e os hábitos para ser boa pessoa mas acima de tudo uma boa cristã. Sempre tive a religião muito presente no meu dia-a-dia, desde as escolas onde andei até aos grupos a que pertenci. Foi catequista na paróquia de Telheiras, escuteira em Carnide e pertence à Associação Equipa D’África desde 2013. Nesta caminhada, o desejo de fazer voluntariado começou a surgir desde muito cedo: “Acho que foi nos escuteiros que descobri o prazer de ajudar os outros mas foi na Equipa D’África que o pude fazer mais intensiva e regularmente. Sempre tive o ‘bichinho’ de ir para África e fazer voluntariado. Através de uma amiga minha dos escuteiros que tinha uma amiga na equipa conheci esta maravilhosa organização.”

 

Servir e a ser Equipa D’África

O desejo de partir em missão conduziu a Paula até à Equipa D’África: “Tinha o sonho de ir para fora ajudar, então fiz de tudo para o conseguir. Acho que o primeiro ano foi vivido muito intensamente. Senti-me como uma esponja, absorvia todos os momentos ao máximo. Era jovem e com energia, pronta a fazer tudo o que fosse preciso.” No final do primeiro ano de formação, voluntariou-se para partir em missão para Moçambique. Em Agosto de 2013 partiu para Metoro, província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, onde esteve durante um mês e meio com mais três raparigas: “Trabalhei maioritariamente com jovens e crianças na parte da educação (explicações, alfabetização, jogos, ...) e por vezes ajudava uma das Irmãs na parte da saúde. Foi uma experiência incrível e que me fez querer continuar e ajudar até quando tivesse disponibilidade.”

De volta a Portugal, Paula recorda que o segundo ano na Equipa D’África foi vivido de maneira diferente do primeiro ano: “O meu segundo ano foi um bocado mais difícil. Muitas das ‘minhas’ pessoas do primeiro ano tinham saído e já não era nova, já tinha mais responsabilidades apesar de só perceber isso mais tarde.” No final desse ano, decidiu que o seu tempo de missão seria vivido em Portugal e por isso esteve durante quinze dias no Gavião, distrito de Portalegre, com mais quatro voluntários: “Nesse projeto descobri o fantástico que é trabalhar com idosos. As pessoas mesmo sem nos conhecerem abrem-nos a porta, estão disponíveis mesmo quando não têm tempo, ajudam-nos quando estamos mais aflitos e dão-nos a mão sempre que precisamos. Voltei a sentir a alegria de estar verdadeiramente com as pessoas, a servir e a ser Equipa D’África.”

 

Vida em Comunidade, a Oração, o Serviço e a Entrega

No final do terceiro ano de formação, Paula recorda que se sentia indecisa se devia partir em missão para fora de Portugal ou não. Mas decidiu aceitar o desafio do coração e partiu novamente para Moçambique, desta vez com destino a Entre-lagos, na província do Niassa, no norte de Moçambique: “Fui como responsável de grupo, logo aí muda tudo. No meu primeiro ano fui como nova, agora tinha um papel diferente, não podia viver tanto a minha missão mas sim estar mais atenta aos outros três voluntários, sem nunca esquecer o meu eu individual. Se não cuidamos de nós não conseguimos cuidar dos outros. Foi um projeto onde senti bastante bem presentes os quatro pilares da Equipa D’África: a Vida em Comunidade, a Oração, o Serviço e a Entrega. Com esta missão pude reaprender a viver com simplicidade, a viver as coisas a pouco e pouco e não sempre a correr. Consegui aproveitar a calma, contemplar e encontrar o belo nas coisas simples, nas coisas pequenas. Nem sempre foi fácil mas a equipa ensinou-me que o serviço também é isso: dar-nos quando nos custa ou fazer o que nos é mais difícil ou menos apelativo.” Paula recorda que esta missão não teve sempre dias fáceis mas foi também a missão em que sentiu mais de perto a presença de Deus no seu dia-a-dia: “Consegui sentir muito Deus nas pessoas que se cruzavam no meu caminho durante cada dia mas também nas Irmãs com que nós vivíamos. Elas são um exemplo de Deus vivo. Saem do conforto de suas casas e das suas relações para se entregarem a uma missão e servir um povo que não é seu e que por vezes não sabe dar o devido valor ao seu trabalho, e tudo por amor a Deus.”

Estas foram três missões muito distintas entre si mas que Paula recorda com muito carinho e uma enorme gratidão por tudo quanto recebeu e que contribuiu para formar a pessoa que é hoje: “Acho que só tenho de agradecer a todas as pessoas que se cruzaram na minha caminhada durante estes anos, às pessoas que ficaram, às que foram exemplo e que continuam a ser e  às que me fizeram crescer e querer sempre ser mais e melhor.”

texto por Emanuel Oliveira Soeiro, FEC – Fundação Fé e Cooperação
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES