Domingo |
À procura da Palavra
Como ser santo?
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BAPTISMO DO SENHOR Ano C
"Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo
e com o fogo.”
Lc 3, 16


A pergunta parecia feita por uma criança mas quem a fazia era um adulto: “O que fez S. Domingos para ser santo?” Pensei imediatamente naquilo que sabia da sua história, e na de outros santos, à procura de uma resposta que pudesse satisfazer a curiosidade e fosse simples de entender. E dei-me a gaguejar e a dizer atabalhoadamente: “Olha, fundou uma ordem religiosa que tem o seu nome: os Dominicanos!” Claro que não é isso que faz alguém santo (mas diz-se que ajuda muito!), e juntei logo a amizade com Jesus, a sua vida ao serviço de Deus pelo estudo e pelo anúncio aos homens, e dos milagres, claro, como é que pode haver santos sem milagres? Mas por dentro ia sentindo como era difícil o que diz S. Paulo na Carta aos Romanos e gosto tanto de lembrar nos baptismos: somos “amados por Deus e chamados a ser santos” (1, 7)!

Da santidade persistem muitas ideias “piedosas” e desencarnadas, de uma espiritualidade melosa, de fuga ou luta com o mundo, como se Deus não tivesse entrado na condição humana pela encarnação de Jesus. Ao mergulhar nas águas do Jordão o evangelista Lucas diz que, “quando todo o povo recebeu o baptismo, Jesus também foi baptizado”. Não para se purificar dos pecados (que não tinha), mas para nos dizer que nenhum pecado humano ficaria fora do alcance da misericórdia do Pai. Este é o estilo de Deus e a santidade que nos oferece: nada do que é humano lhe é estranho, e todo o ser humano é amado incondicionalmente. Por isso vem para fazer encontro connosco, para vencer a solidão que nos desumaniza, para dialogar e partilhar, para comunicar e acolher, para fazer festa connosco! Que pena esquecermos tanto que a festa é um dos grandes sinais da santidade!

Entre o “fui baptizado” e o sou “baptizado” há um salto qualitativo. De uma festa, mais ou menos bonita, para o começo de uma vida nova; de padrinhos mais ou menos “negociados” com a Igreja, para a pertença a uma comunidade; de algo que aconteceu na história, para uma relação viva com Deus e com os outros. No fundo, a diferença entre a água e o fogo, o estar vivo e o ser vivo, a vida que dura e a vida que cresce! Será verdade que a fé é algo que até pode “servir e dar jeito” em algumas situações, mas tem pouco a ver com as “coisas” deste mundo? Para quê acreditar, se não for para viver em mais plenitude? Aqui, mergulhando na vida e atrevendo-nos a ser humanos até ao fim, pois não há outro caminho de santidade senão o dos dias que construímos; aqui, rejeitando toda a espécie de escravidão, especialmente as prisões das coisas e do imediato, dos prazeres não partilhados e das mentiras que nos desfeiam; aqui, promovendo a ternura e a esperança, amando com todas as forças e salvando quantos pudermos; aqui e agora, porque a eternidade será sempre trabalho de Deus, mas o tempo é da nossa responsabilidade! Com a grande certeza de que o seu amor por nós será sempre como o fogo que aquece e ilumina. É esse fogo que se reconhece na vida dos santos!

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