Maria Lagos nasceu a 25 de Dezembro de 1993, no Hospital S. Francisco Xavier, em Lisboa. Vive em Algés com os seus pais e os seus três irmãos. É licenciada em Fisioterapia pela Escola Superior de Saúde de Alcoitão, trabalhando atualmente numa clínica de fisioterapia. No seu caminho, cruzou-se com a Equipa d’África com quem partiu por um mês e meio para Moçambique.
“Trago comigo principalmente pessoas!”
Foi batizada a 19 de Março de 1994, fez o percurso catequético normal e em 2010 recebeu o sacramento do Crisma. No seu grupo de preparação para o Crisma, composto por jovens de Miraflores e Algés, a sua caminhada cristã e pessoal foi marcante, como nos diz: “Aprendi muito com eles com o que nos queriam transmitir, com a alegria que tinham em amar e cuidar dos outros… e levo, para sempre, uma frase comigo: ‘Coloca um bocadinho de amor em tudo o que fizeres, sempre’”. Esse caminho continuou após a peregrinação a Fátima em Julho de 2010, como partilha, “na minha primeira peregrinação a Fátima, tinha 16 anos, e foi brutal ter estado com Jesus e Maria daquela maneira! A vontade de querer estar e viver com Ele aumentava a cada dia… e pude partilhar disso com os meus amigos, foi uma sensação incrível poder viver com eles esse momento… trago comigo principalmente pessoas, muitas que se tornaram grandes testemunhos, que me ensinaram tanto e que permanecem no meu dia-a-dia nem que seja apenas no pensamento! Juntos começámos e quisemos continuar… por isso formámos o GJ (guê jota), grupo de jovens da paróquia de Algés e Miraflores”. Após quatro anos de formação, oração, reuniões, retiros e pequenas missões decidiram “agir um pouco mais” e iniciar várias missões em Portugal, em especial em Bragança. Em 2012 esteve em Variz e em 2013 em Gebelim, “pequenas aldeias que nos acolheram com um enorme carinho, que fizeram das suas casas a nossa casa”, como nos diz.
Altura de colocar em ação os temas abordados!
Ao fim de quatro anos no Grupo de Jovens começou a sentir dificuldades em gerir o seu tempo para participar nos encontros e a sentir a necessidade de colocar “mais em ação” os temas abordados. Decidiu, com alguma dificuldade, abdicar do grupo e dar um passo maior. Começou então a equacionar a sua entrada na Equipa d’África, grupo que já conhecia há algum tempo pelo facto dos formadores do seu grupo de preparação para o Crisma serem membros. Em 2010 a sua irmã tinha entrado na Equipa d’África e isso mexeu com o seu íntimo, como nos diz: “O percurso dela, os amigos que foi criando, o testemunho de ir em missão para Moçambique e em Portugal, a alegria que via no rosto dela ao partilhar com a família o que faziam e o que viviam, fez crescer o bichinho de pertencer à Equipa d’África… mas demorei, ponderei, pois se entrasse queria mesmo estar e dar o meu melhor… aliás sempre foi algo que os meus pais nos ensinaram, estar entregues a tudo o mais que pudermos. Viver o compromisso! Ao mesmo tempo foi difícil porque não queria deixar o GJ, não queria que eles pensassem que estava a desistir deles, apenas queria algo diferente para mim”. Entrou então na Equipa d’África e realizou o ano de formação, uma experiência que “custou um pouco, por não querer desiludir a minha irmã e outros voluntários, por achar que esperavam mais de mim do que estaria a dar… ou por ainda não me sentir confortável naquele meio”, refere. Com o tempo, foi tranquilizando e foi crescendo em si a vontade de se entregar à missão.
Moçambique e a felicidade mais pura!
Partiu para Moçambique (Nzinje, bairro na cidade de Lichinga na Província do Niassa) por um mês e meio e recorda com muita emoção essa experiência: “Aquele povo tem uma facilidade em saber acolher! Não houve um único momento onde não me sentisse em casa. Ainda hoje fecho os olhos e recordo aquelas missas, uma panóplia de cores e capulanas nas mamãs, onde se cantava e dançava com uma incansável alegria. Volto a transportar-me para lá, e é tão bom! Tenho em mim as imagens coloridas daquela terra vermelha por onde caminham aquelas vidas cobertas de cor… Tenho em mim o ritmo dos batuques e o som da alegria daqueles cânticos, tenho em mim os sorrisos e os abraços daquelas crianças, tenho em mim o jeito maroto de ser daqueles jovens que a tudo se entregavam! Tenho em mim as partilhas e o mês e meio que vivi intensamente, com sinceridade e com respeito, com os meus manos de projeto, aqueles quatro foram o meu porto de abrigo constante. Obrigada por termos vivido sem mascaras, sendo nós próprios e aceitando isso mesmo! Juntos tentámos sempre ter uma atitude de observação e humildade, perante aquela comunidade, pois só assim conseguíamos ajudar no que nos pediam, entregando-nos ao serviço que fosse necessário. Tenho em mim, testemunhos de vida missionária, dos padres e irmãs que nos acolheram, da sua personalidade vincada e tão desprendida ao mesmo tempo… guardo as conversas, os ensinamentos, as risadas, os carinhos, as expressões, os sotaques. As pessoas que encontrei em Moçambique fizeram-me reencontrar, uma Maria que andava um pouco escondida, meio esquecida até… mas voltou e voltei feliz! Como a minha irmã me disse: “Lá é uma felicidade mais simples, mais pura, mais natural, mais viva. Faz ‘mossa’ da boa. Faz crescer”. E é essa marca que quero que permaneça em mim, conseguir transportá-la comigo no meu dia-a-dia e transmiti-la no mais simples abraço”.
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