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Sudão do Sul – Um país que desconhece o que é viver em paz
“Não nos abandonem”
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O mais jovem país do mundo ganhou a independência em 2011. Porém, os festejos duraram pouco tempo. Dois anos depois, na véspera do Natal, tudo desabou, com o país a mergulhar num verdadeiro inferno. Do Sudão do Sul chegam-nos gritos de ajuda. Não os podemos ignorar.

 

É um país em guerra, um país em luto. Desde Dezembro de 2013 que aldeias e vilas têm sido palco de confrontos, de uma violência alimentada por um ódio tribal antigo, com confrontos entre membros das etnias Dinka e Nuer. Tudo começou na véspera desse Natal de 2013. O país desmoronou-se em confrontos, em ataques que não pouparam ninguém nem nenhum lugar. Milhares de pessoas perderam a vida. Calcula-se que há mais de dois milhões de refugiados. Para muitas gerações será impossível esquecer estes anos de guerra como se um fantasma teimasse em não desaparecer da memória de todos os que presenciaram a violência mais irracional, o ódio mais irracional. Além dos mortos e feridos, e dos desalojados, há um número assustador de pessoas que passam por necessidades absolutas. Muitas não têm quase nada para comer. São eles que nos pedem ajuda, são eles que depositam toda a esperança na generosidade dos benfeitores da Fundação AIS. Na verdade, não têm praticamente mais ninguém que os auxilie.

 

Ninguém está a salvo

Segundo as Nações Unidas, se juntarmos a fome às doenças, há, no Sudão do Sul, neste instante, cerca de 7 milhões de homens, mulheres e crianças que precisam de ajuda urgente. Muitos podem mesmo não sobreviver nas próximas semanas, nos próximos meses, caso não recebam ajuda urgentemente. Falar da história recente do Sudão do Sul exige contenção de palavras. Não se pode dizer tudo. Não se pode explicar tudo em detalhe. É demasiado violento para se poder escrever. Na verdade, ninguém está a salvo. Nem as igrejas ou mesquitas são locais seguros de abrigo. Há relatos, arrepiantes, de pessoas mortas quando procuravam refugiar-se em igrejas ou capelas. Há aldeias que foram pura e simplesmente dizimadas, com mulheres e raparigas a serem violadas, enquanto os rapazes eram levados, à força, para se converterem em soldados. A Igreja é das poucas instituições que continuam a consolar, a dar alimentos, a curar feridas, a oferecer esperança. A fazer pontes que levem ao perdão. Em Julho de 2014, há apenas ano e meio, num par de dias de horror, as cidades de Bentiu, Malakal e Bor quase que desapareceram do mapa. Cerca de 30 mil casas ficaram em ruínas e mais de 100 mil pessoas foram obrigadas a fugir. Monsenhor Roko Taban lembra-se, como se fosse hoje, dessas horas de verdadeira descida aos infernos. “Os ataques foram brutais. Muitas das nossas igrejas e casas foram destruídas e tudo o que tínhamos foi saqueado. Estamos num estado miserável.” Dirigindo-se aos benfeitores da Fundação AIS, dirigindo-se a si, também, o Bispo de Malakal deixa um apelo: “Por favor, lembrem-se de nós nas vossas orações. Não nos abandonem!”

 

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A Fundação AIS e a autora Maria Teresa Maia Gonzalez convidam todos os seus benfeitores e amigos para o lançamento do livro Os Sonhos de José.

 

17 de Março, 18h00 Igreja de Nossa Senhora de Fátima

Av. Marquês de Tomar, Lisboa (Sala Cónego Abranches)

 

Com a apresentação do Cónego Luís Alberto Martins de Carvalho.

Contamos com a sua presença!

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