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Papa elogia o povo grego, “tão generoso no acolhimento”
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O Papa Francisco viaja neste sábado à ilha grego de Lesbos para manifestar solidariedade com os refugiados. Na semana em que as Misericórdias Portuguesas partilharam com o Papa o drama dos refugiados, Francisco falou de Ressurreição e da esmola e foi ainda revelada uma visita papal à Arménia e também à Geórgia e ao Azerbaijão.

 

1. Nas vésperas de partir para a Grécia, onde vai estar neste sábado, 16 de abril, o Papa elogiou a capacidade de acolhimento dos gregos. Francisco diz que viaja “para exprimir a proximidade e solidariedade quer aos refugiados, quer aos cidadãos de Lesbos e a todo o povo grego, tão generoso no acolhimento”. “Desloco-me à ilha de Lesbos, por onde nos últimos meses passaram muitos refugiados. Irei acompanhado dos meus irmãos, o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla e o Arcebispo de Atenas e de todas as Grécias, Hieronymus. Peço por favor, que me acompanhem com oração, invocando a luz e a força do Espírito Santo e a materna intercessão da Virgem Maria”, pediu o Papa esta quarta-feira, 13 de abril, na habitual audiência-geral no Vaticano. Após ter ido a Lampedusa, nos primeiros dias do seu pontificado, Francisco regressa ao coração do Mediterrâneo para dar conta do drama dos migrantes e refugiados. O presidente do Conselho Pontifício da Justiça e Paz, cardeal Peter Turkson, referiu que o Papa viaja à ilha grega de Lesbos com o objetivo de abanar a consciência do mundo pela situação dos refugiados. “A visita será uma nova tentativa para colocar sob o olhar mundial a situação dos refugiados e, ao mesmo tempo, as suas causas. E vai interpelar o mundo e a consciência global para se fazer alguma coisa para evitar isto”, desejou o cardeal ganês.

Durante o encontro público semanal, na Praça de São Pedro, na saudação aos peregrinos de língua portuguesa, o Papa Francisco deixou um convite à misericórdia: “Queridos amigos, abandonemos a presunção de nos crermos mais justos e melhores do que os outros; ao contrário, reconheçamos que somos todos discípulos e pecadores necessitados de ser tocados pela misericórdia de Deus”.

 

2. Uma delegação da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) partilhou com o Papa o drama dos refugiados. No final da audiência-geral de quarta-feira, dia 13, as Misericórdias Portuguesas encontraram-se com Francisco para sublinhar o trabalho destas instituições a favor dos refugiados. “É um Papa muito consciente das dificuldades”, sublinhou à Rádio Vaticano o presidente da UMP, Manuel de Lemos, acentuando “uma contradição”: o drama dos refugiados, que “deixam tudo”, e “ os países que não os querem acolher”.

Manuel de Lemos diz que as Misericórdias acolheram a maior parte dos refugiados que Portugal já recebeu, e destaca uma proposta da UMP: “A candidatura da Misericórdia, do património imaterial das Misericórdias, a património da Humanidade”.

 

3. O Papa lembrou que todos os cristãos são chamados a comunicar a mensagem da Ressurreição. “Todos nós cristãos somos chamados a comunicar esta mensagem de Ressurreição àqueles que encontramos, especialmente a quem sofre, a quem está só, a quem se encontra em condições precárias, aos doentes, aos refugiados, aos marginalizados. A todos, façamos chegar um raio da luz de Cristo ressuscitado, um sinal da sua potência misericordiosa”, convidou Francisco, no passado Domingo, 10 de abril, antes da oração do Regina Coeli.

Perante milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o Papa Francisco teceu algumas considerações acerca do Evangelho daquele Domingo, III da Páscoa, e a aparição de Cristo ressuscitado no Lago da Galileia. “A presença de Jesus ressuscitado transforma tudo: a escuridão é vencida pela luz, o trabalho inútil torna-se novamente frutuoso e prometedor, o sentido de cansaço e de abandono dá lugar a um novo elã e à certeza de que Ele está connosco”. Estes sentimentos, segundo o Papa, animam desde então a Igreja. “A Igreja tem a certeza de que sobre aqueles que seguem o Senhor Jesus resplandece a luz da Páscoa que jamais se esconde”.

 

4. Em mais uma das audiências mensais dedicadas ao Jubileu da Misericórdia, o Papa Francisco falou sobre misericórdia e esmola, recordando que esmola deriva do termo grego que significa, precisamente, misericórdia. E, como a misericórdia chega até nós por “mil estradas, também de inúmeros modos a nossa esmola pode beneficiar o necessitado”, afirmou o Papa, no passado dia 9 de abril. “Nesta categoria de necessitado, a Bíblia inclui os indigentes, os forasteiros, os órfãos e as viúvas. A esmola é um gesto de sincera solicitude por quem se aproxima de nós e nos pede ajuda”, observou o Santo Padre, lembrando ainda que “esta ajuda não deve ser prestada com alarde para sermos louvados pelos outros, mas no segredo onde só Deus vê e compreende o valor do ato realizado”.

Segundo o Papa, “não é a aparência que conta, mas a capacidade de parar e fixar, olhos nos olhos, a pessoa que pede ajuda”. “Assim, não devemos identificar a esmola com a oferta duma moedinha, dada à pressa para nos livrarmos de um pedinte, mas olhar a pessoa e deter-se a falar com ela, para se entender verdadeiramente o que ela necessita”, assinalou Francisco.

 

5. O Papa vai visitar a Arménia, de 24 a 26 de junho, e a Geórgia e o Azerbaijão, no outono. O anúncio foi feito este sábado, 9 de abril, pelo Vaticano, em comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé. Francisco responde assim aos convites que lhe foram endereçados pelos Patriarcas católicos da Arménia e da Geórgia e ainda pelas autoridades civis e religiosas do Azerbaijão.

A Geórgia e o Azerbaijão têm sido palco de conflitos que já fizeram dezenas de mortos. Na véspera tinha sido assinado um cessar-fogo. O comunicado do Vaticano não faz referência ao conflito, indicando apenas que a visita deverá acontecer entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro.

Ainda este ano, o Papa Francisco tem agendada a deslocação à Polónia, em julho, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude.

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