Lisboa |
Assembleia Diocesana de Catequistas
“Somos a boca que Jesus tem para falar, somos as mãos que Ele tem para segurar”
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Mais de 900 catequistas estiveram presentes, em Torres Vedras, no passado Domingo, 17 de abril, para a Assembleia Diocesana de Catequistas. A partilha de ensaios sinodais enriqueceu os agentes desta pastoral que receberam do Cardeal-Patriarca de Lisboa o incentivo para tornarem presentes, nos catequizandos, a imagem de Cristo, Bom Pastor.

 

Todas as 17 vigararias do Patriarcado de Lisboa responderam ao desafio proposto pelo Sector da Catequese da diocese: durante alguns meses, os catequistas refletiram sobre o capítulo V da Exportação Apostólica ‘Evangelii Gaudium’, intitulado ‘Evangelizadores com Espírito’, e na Assembleia Diocesana de Catequistas, em Torres Vedras, partilharam algumas das experiências que também farão parte do documento de trabalho para o Sínodo Diocesano 2016 (ver caixa). A catequista Margarida Morato da Costa, da Vigararia de Alenquer, deu a conhecer, em declarações, em direto, via Facebook do Patriarcado de Lisboa, o ensaio sinodal ‘Páscoa infantil’, que conseguiu uma maior integração das crianças e das suas famílias na comunidade paroquial. “Nós, catequistas, procuramos trazer os meninos para fora da sala, sempre que possível. É óbvio que não os podemos dispensar de estar dentro da sala e ter um modelo mais ou menos escolar mas procuramos integrá-los na comunidade porque, para além da integração, é uma forma de trazermos os pais até nós e até à Igreja”, apontou Margarida, explicando uma das iniciativas que foi concretizada na sua paróquia, Arruda. “Por altura das festas tradicionais – Natal, Páscoa, e outras –, convidamos os pais a participarem. Na paróquia de Arruda, temos uma proposta diferente do habitual, que se chama ‘Páscoa infantil’. Aceitamos as inscrições de todos os meninos, a partir do 3º ano, para passarem connosco os dias desde Quinta-Feira Santa até Domingo de Páscoa. Aí procuramos viver em comunidade e integrá-los. Chamamos os pais para, juntamente com as crianças, fazerem refeições, orações, e, até, assistirem a filmes. Dessa forma, não só os meninos ficam integrados, vivendo a Páscoa de uma outra forma, como também as suas famílias. É um momento em que conseguimos trazer os pais até nós e criar laços entre eles”, revelou a catequista.

 

Metodologia sinodal

O diretor do Sector da Catequese do Patriarcado de Lisboa, padre Tiago Neto, destacou, em declarações, em direto, através do Facebook do Patriarcado de Lisboa, “o facto de todas as vigararias terem participado e se terem empenhado num trabalho de sinodalidade, na preparação desta assembleia diocesana”. “Houve um guião preparatório e as pessoas puderam refletir, ao longo de várias semanas, em primeiro lugar trabalhando em grupos paroquiais, depois em vigararia, resultando numa síntese final”, referiu. Esta metodologia sinodal pretendeu, assim, preparar a Assembleia Diocesana de Catequistas que teve como tema ‘Catequistas com Espírito: acolher o olhar de Jesus e ser dom para todos, educar para a Misericórdia’. “Mais do que vir com alguma coisa de cima, quisemos que a preparação desta assembleia viesse da base, onde a vida acontece e a Igreja de desenvolve”, explicou o padre Tiago Neto.

De entre as partilhas das vigararias, o diretor do Sector da Catequese realçou a presença de dois aspetos transversais: “Em primeiro lugar, a atenção à vida das pessoas e a necessidade de colocar os catequistas e a catequese numa atenção de proximidade ao sentido da vida e àquilo que a mensagem do Evangelho pode proporcionar ao homem contemporâneo. A catequese aparece na linha da frente daquilo que é a proximidade da Igreja à vida concreta das pessoas, seja dos catequizandos, seja das famílias, das comunidades, seja da realidade envolvente; por outo lado, a dimensão da relação profunda entre a catequese e a família e, sobretudo, os inúmeros esforços que têm sido desenvolvidos no sentido de integrar as famílias na catequese e devolver à família o primeiro lugar naquilo que é a evangelização e a transmissão da vida e, consequentemente, da fé”.

 

Voz e mãos de Jesus

O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, marcou presença no encontro que reuniu os catequistas da diocese, no Pavilhão Multiusos de Torres Vedras. No início do encontro, aos agentes desta pastoral, D. Manuel Clemente desejou que a iniciativa possa avivar “a consciência” de que os catequistas são “a primeira linha da Igreja de Cristo”. “O nosso ânimo e motivação vão servir para que Cristo continue a ser a inspiração e o caminho para as novas gerações no século XXI”, afirmou.

O Cardeal-Patriarca ouviu as partilhas das vigararias, no período da manhã, e na sua intervenção, agradeceu o “empenho e o trabalho de todos” os agentes da pastoral da diocese, alegrando-se “por tão rico contributo para o Sínodo Diocesano”. “Tudo isto será tomado muito em conta no nosso caminho sinodal. É um caminho que se faz em conjunto”, garantiu.

Na homilia da Missa que encerrou a Assembleia Diocesana de Catequistas, D. Manuel Clemente afirmou que “evangelizar ou catequizar com Espírito é fazê-lo no Espírito de Deus e participar, por isso, na alegria dessa mesma aventura, com todas as dificuldades que traz”. Recordando a primeira leitura da celebração, que descrevia as “aventuras” de Paulo e Barnabé, o Cardeal-Patriarca garantiu que “apesar das dificuldades que eles encontravam, faziam-no com alegria... uma alegria pascal, que é uma alegria que não omite dificuldades – pelo contrário, até parece que as procura... É uma alegria em forma de cruz e sabe que isto acabará bem. Por isso, com as dificuldades que se levantarem no caminho, nós seguimos em frente porque já temos este horizonte de esperança garantido porque como aconteceu na ressurreição de Cristo, acontecerá em todos nós e na ressurreição do mundo inteiro”, assegurou D. Manuel Clemente aos catequistas do Patriarcado.

Na celebração no Domingo IV da Páscoa, Domingo do Bom Pastor, o Cardeal-Patriarca de Lisboa afirmou que a imagem de Cristo Bom Pastor “deve passar e muito pelo ato catequético”. “As crianças, adolescentes e jovens têm de captar este Jesus que tem tantos sinais de presença na vida da Igreja, como o Bom Pastor, que não os larga da mão, que conhece as suas ovelhas uma por uma e olha particularmente para aquela que mais precisa de apoio e precisa de ser transportada às costas”, desejou. “Jesus hoje tem voz para falar: a nossa! E as mãos que Jesus tem para segurar, também são as nossas. Paulo escreve que nós, ‘unidos pelo mesmo Espírito a Jesus Cristo, somos o seu corpo’, e o corpo é a manifestação da pessoa. Unidos a Jesus Cristo ressuscitado, somos a boca que Jesus tem para falar, somos as mãos que Ele tem para segurar”, assegurou D. Manuel Clemente, aos mais de 900 catequistas presentes.

  

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Contributos para o Sínodo Diocesano

Na Assembleia Diocesana de Catequistas, em Torres Vedras, foram partilhadas as sínteses que resultaram da reflexão do capítulo V da Exportação Apostólica ‘Evangelii Gaudium’, intitulado ‘Evangelizadores com Espírito’. Apresentamos algumas dessas partilhas:

- Cuidar da identidade cristã do catequista

- Aproximação aos sacramentos, em particular da Eucaristia

- Maior serviço à comunidade

- Lectio Divina com frequência regular

- Acompanhar e estimular projetos que façam sair a Igreja para a rua

- Ser catequista é uma vocação, não um emprego

- Fazer uso de novos meios e novas linguagens que vão de acordo à linguagem atual

- Não deixar que o método catequético seja tão escolar e procurar a mistagogia

- Levar os mais novos a experimentar valores e gestos que são os de Jesus, no concreto da sua realidade

- Sentir-se amado e reconhecido pelo Pai

- Maior leitura de livros espirituais

- Investir na formação pessoal e de grupo

- Ser testemunhas vivas do rosto de Jesus na vida concreta

- Envolver os pais no processo catequético através de projetos como o da Catequese Familiar

- Apresentar exemplos de santidade atuais

  

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Renovar a catequese

No encontro que reuniu os catequistas do Patriarcado de Lisboa foi apresentado o documento de trabalho ‘Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo’, elaborado pela Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé. Trata-se de um documento, entregue aos secretariados diocesanos da catequese, publicado por ocasião da última visita ‘ad limina’ dos Bispos de Portugal, em setembro de 2015. Face à “debandada dos jovens” e o aconselhamento da “passagem de um modelo escolar ao catecumenal”, apontados pelo Papa Francisco, a Comissão Episcopal entregou este documento aos catequistas “para que possam refletir sobre as dificuldades e frutos que observam e, a partir da sua experiência de base, pronunciar-se sobre as novas acentuações referidas nesta proposta em ordem a renovar a catequese”, refere a apresentação do documento de trabalho.

texto por Filipe Teixeira; fotos por Catequese de Lisboa
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