Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
A fé é feita de encontros

“Não me diga que, para si, Deus é uma pessoa…” – perguntava, há dias, um locutor de uma rádio para o seu entrevistado. Para muitos, com efeito, Deus é uma ideia, igual a tantas outras, semelhante aos desejos de paz no mundo ou à noção de fraternidade universal.

Não é aqui o lugar para mostrar que não só Deus é uma pessoa como, inclusivamente, é Ele que se encontra na origem da noção de “pessoa” tal como a concebemos actualmente. Aquilo que agora me parece importante afirmar é, antes de mais nada, que Deus é um Tu, a quem nos podemos dirigir, a quem podemos escutar, a quem podemos amar porque, antes, Ele nos falou, nos escutou, nos amou e veio ao nosso encontro. Por isso, não é, decididamente, no mundo das ideias e a partir de um pensamento nosso que O podemos encontrar. Ele não é a conclusão de um raciocínio, mesmo que o pensamento humano, se bem conduzido, possa chegar à conclusão da Sua existência.

Mais. Este encontro com Deus é essencial. Sem ele não existe fé cristã. O que nos faz cristãos é o facto de termos sido encontrados por Jesus Cristo e termos acolhido esse encontro.

Porque a nossa vida é feita de encontros. São eles – muito mais que o ADN, ou as ideias – que moldam a pessoa que somos, o que pensamos, o que desejamos fazer e ser. A amizade com pessoas concretas dirige muito mais as nossas opções que as ideias que temos (aliás, creio que podemos dizer que são as amizades e os encontros que estão na raiz daquilo que pensamos e das opções que tomamos).

A fé em Jesus é também assim que nasce. Nasce de um encontro que tivemos com um familiar, com um amigo, um catequista, um professor, com alguém que nos fez mudar de vida… Foi aí que O vimos presente, que O escutámos, que percebemos a Sua força transformadora. Foi na vida desse alguém que percebemos que Jesus Cristo não é uma ideia mas uma Pessoa, presente e atuante no mundo contemporâneo.

Longe de ser uma ideia que procuramos tornar vida (e nunca o conseguimos totalmente), o cristianismo é antes vida que vai transformando o que se encontra à sua volta. Foi sempre assim, desde Jesus e os discípulos. É vida que também nós sentimos o desejo de viver.

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