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Síria: AIS junta igrejas Católica e Ortodoxa em oração pela paz
Em nome dos filhos
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São milhares as crianças da Síria que apenas conhecem o dia-a-dia de um país em guerra. Todas elas carregam já histórias de sofrimento, de dor, de medo. Estas crianças são o rosto maior de uma tragédia que parece não ter fim à vista. No próximo dia 1 de Junho, as Igrejas Católica e Ortodoxa vão estar juntas em oração pela paz. Será que os canhões vão ficar calados, ao menos por umas horas?

 

Muitas vezes, as crianças brincam às guerras. Na Síria, as crianças vivem na guerra. Em muitos lugares, tragicamente, as suas vidas, os seus quotidianos, estão marcados pelo ritmo dos combates, pelo som da artilharia, pelo zumbido das bombas largadas pelos aviões, pelos prédios esfacelados, pelas ruas cheias de escombros, pelas sirenes das ambulâncias, pelos gritos de dor. Pela morte. Na Síria, há milhares de crianças que não compreendem como alguém pode brincar às guerras. Na verdade, são milhões. Os números mais recentes da UNICEF falam de uma tragédia que é difícil de entender. Cerca de 3,7 milhões de crianças  – ou seja, uma em cada três crianças sírias – nasceram depois do início do conflito há cinco anos. Muitas delas, mais de 150 mil, nasceram já como refugiadas.
Todas as guerras são trágicas, comportam histórias terríveis, difíceis de compreender. A guerra na Síria parece querer reunir o que de pior o homem é capaz de produzir. Há cidades cercadas, milhares de pessoas sem acesso a água, luz eléctrica, combustível, alimentos e medicamentos. O barulho das armas parece tão ensurdecedor que não deixa escutar os gritos das pessoas encurraladas, o desespero dos pais que levam os filhos ensanguentados nos braços, depois de mais um ataque, depois de mais uma explosão. E levam-nos para onde, se os hospitais estão destruídos, se a própria cidade é uma armadilha, com minas por explodir e ‘snipers’ escondidos? Na Síria, quando tudo o mais parece falhar, resta a fé. Dia 1 de Junho, dia Internacional da Criança, as Igrejas Católica e Ortodoxa vão estar juntas em oração pela paz, numa iniciativa da Fundação AIS, que tem procurado aproximar todas as pessoas de boa vontade num esforço que permita a reconstrução do país.

 

Rezar pela paz

No Dia Internacional da Criança, haverá dezenas de procissões em cidades como Damasco, Alepo, Homs, Tartus ou Marmarita. Em muitos destes lugares, quando os cristãos saírem para a rua entoando cânticos e orações, escutar-se-á seguramente o metralhar das armas nas frentes de combate e as pessoas terão de caminhar sobre os destroços dos últimos bombardeamentos. Em todas estas procissões, irão empunhar-se imagens do Menino Jesus, o Príncipe da Paz, símbolo também da inocência de todas as crianças. No próximo dia 1 de Junho, quando os cristãos descerem às ruas destas cidades em guerra, não levarão consigo nem guarda-costas nem armas para se defenderem. Em nome dos filhos que todos já perderam, em nome das crianças órfãs, das que ficaram mutiladas, das que foram arrancadas às suas famílias e obrigadas até a combater, estes cristãos vão entoar orações. Os seus dedos não vão carregar nos gatilhos das armas mas vão dedilhar, isso sim, as contas dos rosários. Todos estes cristãos vão ser símbolos de paz. Vão ser sinal de que o fim da guerra é possível. Nesta jornada de oração pela paz na Síria, dia 1 de Junho, iniciativa a nível internacional da Fundação AIS, convidam-se também todas as crianças de todas as escolas, paróquias e movimentos de Portugal para aderirem a esta campanha. As nossas crianças, às vezes, brincam às guerras, brincam aos soldados. As crianças que vivem na Síria não sabem sequer o que é a paz. Deus chora também com as lágrimas de cada uma delas, cada vez que ficam tolhidas pelo medo, cada vez que ouvem o zumbido das bombas a cair, cada vez que se cruzam com a morte e o sofrimento. Na Síria, 3,7 milhões de crianças  – ou seja: uma em cada três – nasceram depois do início do conflito, há cinco anos. Como podem elas brincar?

texto por Paulo Aido, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
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