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Papa recebeu peregrinação com pobres
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“A vossa presença é importante para mim”, referiu o Papa Francisco a um grupo de peregrinos franceses necessitados. Na semana em que pediu o fim da guerra na Síria, o Papa rezou pelas vítimas dos atentados, lembrou à Europa “as suas raízes cristãs” e voltou a apelar à paz no Cáucaso. O Papa Emérito Bento XVI vai publicar um livro onde faz o balanço do seu próprio Pontificado.

 

1. O Papa recebeu no Vaticano um grupo de 200 peregrinos pobres, vindos de França, a quem pediu que rezassem pela “conversão” dos responsáveis por essa pobreza. “Dou-vos a missão de rezar por eles, para que o Senhor mude o seu coração, peço-vos que rezeis pelos culpados da vossa pobreza, para que se convertam”, manifestou, numa intervenção divulgada pela Rádio Vaticano. Francisco sublinhou que a Igreja, a exemplo do que fez Jesus Cristo, “não pode ficar descansada até ter chegado a todos os que sentem a recusa, a exclusão, os que não contam para ninguém”.

Este encontro da passada quarta-feira, dia 6 de julho, não fazia parte da agenda oficial do Papa e decorreu na sala Paulo VI, na presença do cardeal Philippe Barbarin, que acompanhou os peregrinos das dioceses francesas da Província de Lyon. Francisco saudou os presentes e mostrou-se muito “feliz” por este encontro de “irmãos”. “Gostaria que vos sentísseis todos bem-vindos, a vossa presença é importante para mim, é importante que vos sintais em casa”, salientou.

 

2. O Papa associou-se à campanha pela paz na Síria lançada pela Cáritas Internacionalis e evocou o sofrimento da população atingida pela guerra há mais de cinco anos. “Hoje desejo falar-vos de uma coisa que enche de tristeza o meu coração: a guerra na Síria que já entrou no seu quinto ano. É uma situação de indizível sofrimento de que o povo sírio é vítima”, declarou Francisco, numa mensagem-vídeo, onde recorda um povo forçado “a deixar as suas casas, tudo”, a procurar “caminhos de fuga” para outros países ou para zonas da Síria menos atingidas pela guerra. “Penso também nas comunidades cristãs, a quem dou todo o meu apoio, pela discriminação a que estão sujeitas”, acrescentou. Francisco aponta o dedo aos traficantes de armas e a todas as potências internacionais que continuam a alimentar esta guerra. “Alguns dos países que fornecem as armas estão entre aqueles que apelam à paz. Como podemos acreditar em alguém que nos acaricia com a mão direita e nos golpeia com a esquerda?”, questionou.

A Campanha da Cáritas Internacionalis ‘Síria: a Paz é Possível’ (http://syria.caritas.org) procura alertar para a importância de apoiar as conversações que visam o fim do conflito iniciado em 2011.

 

3. O Papa Francisco rezou, no Domingo, 3 de julho, no Vaticano, pelas vítimas dos recentes ataques terroristas no Bangladesh e no Iraque, que fizeram dezenas de mortos e centenas de feridos. “Manifesto a minha proximidade aos familiares das vítimas e dos feridos do atentado que ontem [sábado] aconteceu em Daca e também aos do que teve lugar em Bagdade”, declarou, desde a janela do apartamento pontifício. “Rezemos juntos por eles, pelos defuntos, e peçamos ao Senhor que converta o coração dos violentos, cegos pelo ódio”, apelou, rezando em silêncio durante alguns instantes, antes de recitar uma Avé Maria com os peregrinos, na Praça de São Pedro.

 

4. Francisco apelou para que a Europa reflita. “Para além de alguns muros visíveis, estão a ser reforçados alguns muros invisíveis que tendem a dividir o nosso continente. São muros que estão a ser construídos no coração das pessoas”, manifestou, numa mensagem enviada aos participantes do congresso internacional ‘Juntos pela Europa’, que decorreu na cidade alemã de Munique. Francisco lembra que são “muros feitos de medo e de agressividade, de falta de compreensão por pessoas de diferentes origens ou convicções religiosas. Muros de egoísmo político e económico, sem respeito pela vida e pela dignidade das pessoas”.

O Papa defendeu uma Europa centrada na pessoa humana e nos valores cristãos: “A Europa é chamada a refletir e a questionar-se se o seu imenso património, permeado de cristianismo, faz parte de um museu ou se ainda é capaz de inspirar a cultura e de doar os seus tesouros à humanidade inteira”.

 

5. O Papa Francisco renovou o apelo à paz e reconciliação no Cáucaso, dias depois de ter voltado da Arménia. Na audiência jubilar extraordinária, na Praça de São Pedro, no Vaticano, no dia30 de junho, Francisco recordou que esta foi a primeira etapa das suas viagens à região, onde vai regressar no final de setembro para visitar a Geórgia e o Azerbaijão. “Daqui a três meses, se Deus quiser, farei outra viagem à Geórgia e ao Azerbaijão, dois outros países da região do Cáucaso. Aceitei o convite para visitar estes países por duas razões: por um lado, para valorizar as antigas raízes cristãs presentes naquelas terras, sempre em espírito de diálogo com outras religiões e culturas; por outro lado, para encorajar esperanças e caminhos de paz. A história ensina-nos que o caminho da paz exige uma grande tenacidade e passos constantes, a começar pelos mais pequenos, fazendo-os crescer, a pouco e pouco, indo ao encontro uns dos outros. Por isso, o meu desejo é que todos e cada um deem o seu contributo para a paz e reconciliação”, afirmou Francisco.

 

6. No livro-entrevista ‘Bento XVI: Conversas finais’, com o jornalista alemão Peter Seewald, Bento XVI faz um balanço do seu ministério enquanto Papa, tornando-se no primeiro a fazê-lo nos dois mil anos de história da Igreja. O jornal italiano ‘Corriere della Sera’ teve acesso ao livro, que vai ser publicado em setembro, onde o Papa Emérito confirma que existiu um “lóbi gay” na Santa Sé, que foi identificado e neutralizado. Bento XVI admite que foi apanhado de surpresa pela eleição do seu sucessor argentino, embora essa surpresa se tenha transformado depois em “alegria” ao vê-lo “a comunicar e a rezar com a multidão”. Já a sua própria eleição, em 2005, deixou-o “incrédulo”. O Papa Emérito sublinha novamente que resignou de livre vontade e que não sofreu qualquer tipo de pressão.

Ainda segundo o ‘Corriere della Sera’, Bento XVI diz que manteve um diário durante todo o tempo do seu pontificado, mas que o irá destruir antes de morrer, reconhecendo todavia que o mesmo representa uma “oportunidade de ouro” para os historiadores.

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