Missão |
Teresa Folhadela, da Missão País e das Equipas de Jovens de Nossa Senhora
“Esta missão tem sido uma escola de vida e essencialmente de serviço!”
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Teresa Folhadela é natural do Porto e nasceu a 27 de abril de 1994. Foi batizada a 7 de maio do mesmo ano. Vem de uma família católica que se põe ao serviço “como caminho para ser feliz”. Está a terminar a licenciatura em Enfermagem e é membro da Missão País e das Equipas de Jovens de Nossa Senhora.

 

Uma fé “de namoro”

Estudou em colégios católicos e frequentou a catequese quase até ao 7º ano apesar de confessar que “não gostava assim muito, ia muito pela obrigação.” Após a profissão de fé, sentiu vontade de desistir mas graças à sua mãe acabou por permanecer e ficou nos grupos de jovens da Paróquia de Cristo Rei no Porto (os chamados Convívios). “Foi lá que comecei esta fé de namoro, essencialmente por me mostrarem um Deus que nos quer feliz e que se mostra na minha vida desde o início da criação e que conhece cada fio do meu cabelo. Foi nesta idade, 12 anos, que comecei a fazer algo que foi sem dúvida uma grande escola - os campos de férias - que durante 6 anos como animada, mostraram-me sempre com muito encanto uma faceta nova de Jesus”, partilha. Recebeu o Sacramento do Crisma a 7 de julho de 2012 e diz-nos: “Ao longo do ano foi-me dito que este era o sacramento do serviço que depois dali nunca mais podíamos parar de servir a Igreja, tínhamos mesmo de ser apóstolos cheios de línguas de fogo e servir! Na realidade, só olhando para trás é que percebi o quão importante tudo isto foi, e vem-me muito à cabeça esta frase da Madre Teresa de Calcutá que diz: “Se não vives para servir, não serves para viver”. Na altura foi difícil perceber onde é que estava o meu serviço, onde é que era suposto eu ir… Estas dúvidas assaltavam-me a cabeça e o coração nos primeiros tempos, logo a seguir a receber o Espírito Santo, que era uma coisa que até nem parece fazer muito sentido, e foi ao ler um livro biográfico da Madre Teresa que me vieram duas ideias fortes: a fidelidade (mesmo na dúvida) e o serviço, talvez ainda hoje os maiores desafios que o Senhor me coloca”.

 

Um gosto que se tornou numa missão

Na mesma altura que recebeu o Sacramento do Crisma entrou na faculdade para ser Enfermeira, curso que escolheu “como um gosto pessoal pelas pessoas, por amar as pessoas e tenho percebido que isto é realmente parte da minha missão terrena. Aliás tem graça perceber que um gosto se tornou também numa vocação, numa missão, essencialmente por poder fazer do meu trabalho um serviço claro aos outros, um levar da alegria de Cristo ao sofrimento, à doença, um pormo-nos (como diz o Papa Francisco) na miséria do outro. Quando nos meus estágios tenho momentos duros, quando o sofrimento vem comigo para casa dá-me muito alento lembrar desta alegria pascal e sobretudo daquilo que Jesus nos diz”: “O que fizeres aos meus irmãos mais pequeninos, é a mim que o fazes”, partilha. No seu primeiro ano de faculdade conheceu dois projetos que transformaram a sua vida, o seu percurso de fé e que “vieram revigorar e esclarecer qual era então o sentido do serviço que o Senhor me pedia com o Crisma. Foram eles, a Missão País e as Equipas de Jovens de Nossa Senhora (EJNS)”.

 

Deus que fala através de convites concretos

Em Fevereiro de 2013 participou na primeira atividade da Missão País. Foi sem conhecer ninguém e só sabendo o que os amigos mais velhos lhe tinham contado. “Mandei-me na confiança! Fui para uma semana de missão com a Faculdade de Direito da Universidade do Porto, em Famalicão. Nessa semana, senti de forma muito especial o servir sem limites, e pôr-me no papel do outro, ver as vias-sacras da vida de quem ajudava, chorar com eles mas acima de tudo mostrar-lhes a alegria de cristo. Missionei numa instituição de apoio a deficientes, onde os primeiros dois dias foram bem duros, o meu coração estava bem fechado, mas a partir do momento em que levei a oração para o serviço e o serviço para a oração comecei no meu coração a perceber o tal significado de servir e fazer da vida um serviço que procurava. Nos anos seguintes já com o 2º semestre em grande ou com a época de recurso completa lá fazia umas trocas ou dava umas faltas para ir. Fiz mais um ano como missionária, até que o Senhor me pediu para servir o projecto de forma diferente, como chefe de oração e depois este ano, em 2016 como chefe geral”. Sempre que os convites chegavam tinha receio e medos mas estava certa de que era o caminho a seguir. “E no fundo penso muito que o Senhor não me falta e por isso me tenho de por ao seu serviço, ao serviço desta Igreja que me mostrou Jesus e que hoje me pede para o levar a outros. Confesso que todos os anos de missão país sempre pensei que nada me ia acontecer mais, que já tinha vivido tudo, que já tinha dado tudo. Mas em todos estes 4 anos o Senhor mostrou-me que isso não é verdade, que o meu coração ainda é transformado e nem imaginam as graças que a missão faz na minha vida”, diz-nos. Na mesma altura da primeira missão inscreveu-se nas EJNS onde nos diz que aprende “todos os dias a olhar para a igreja com um amor filial maior, a olhar e ver em Nossa Senhora o modelo do sim, da confiança e da atuação da Providência no concreto da nossa vida”. Partilha que aprendeu neste Movimento a ver uma coisa inacreditável: “Os jovens existem, os jovens querem ser Igreja, querem seguir Cristo! São João Paulo II diz ‘a Igreja só será jovem quando os jovens forem Igreja’ e realmente que maneira mais concreta que Jesus me entrega a este movimento pedindo-me para ser uma jovem ao serviço da sua Igreja”. Tem a sua equipa, a “Porto 89”, onde todos os meses conhece melhor um tema e coloca em comum a sua fé e o seu percurso de crescimento. Há um ano foi-lhe pedido que ficasse responsável até 2017 pelo sector do Porto das EJNS, desafio que “depois de rezar, num dia que recordo ser a quinta-feira santa, depois de ver o Padre a lavar os pés, como Jesus fez, entendi no meu coração que o Senhor me pedia para ir lavar os pés. E confiei. Esta missão que me foi confiada tem sido uma escola de vida e essencialmente de serviço e lá vem outra vez aquilo que o Padre dizia nessa missa: a vida, a tua vida, é um serviço”. Serviço que estende ainda aos campos de férias para outros jovens. Teresa termina partilhando: “O Senhor não me pede que seja a maior, nem que seja a melhor, nem a que fala melhor, ou consiga fazer coisas de super heróis mas este Senhor que me conhece melhor que ninguém, que sabe os meus limites, desde o tempo em que estava “nas estranhas da minha mãe”, que sabe que tenho mau feitio pela manhã, e que conhece cada fio do meu cabelo, fala-me na minha vida, na minha missão, na minha vocação através de convites concretos para O servir, para me por ao serviço sem medos, confiando, servindo com imensa alegria, sabendo que nunca me faltará”.

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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