Lisboa |
Treinador Fernando Santos em entrevista
“O que eu luto é para que eu deixe que Deus me ame”
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O selecionador nacional de futebol, que levou Portugal à conquista do Euro 2016, revelou que se inspirou numa frase do Evangelho para motivar os jogadores para o jogo da final. Em entrevista ao Semanário Ecclesia, Fernando Santos salienta que a vitória na competição foi dedicada ao “grande Amigo, Jesus Cristo”.

 

Fernando Santos revelou que usou uma frase do Evangelho do dia 8 de julho – “Simples como as pombas e prudentes como as serpentes” (Mt 10, 16-24) – para motivar os jogadores para o jogo da final do Euro 2016, frente à seleção francesa. Questionado se a vitória no campeonato europeu de futebol teve inspiração tática no Evangelho do dia, o treinador salientou que, “nesse sentido, sim…” “Isto é uma questão de estar atento aos sinais. Não é a primeira vez que me acontece ter um sinal qualquer, ou entender como um sinal”, referiu.

Nesta entrevista, Fernando Santos falou igualmente da sua ‘famosa’ carta, escrita cerca de três semanas antes do jogo da final, onde agradecia a Deus a vitória de Portugal no Euro 2016. “Há um tempo ouvi uma expressão que me tocou: ‘É muito fácil amar a Deus. O que é difícil é deixarmo-nos amar por Deus’. O que eu luto é para que eu deixe que Deus me ame. Acho que a carte reflete isso, com muito respeito pelos outros”, recordou, lembrando que dedicou a vitória ao seu melhor Amigo, Jesus Cristo, e Sua Mãe: “Aquele que é o meu maior Amigo, e com quem eu falo muitas vezes, é Ele! E vou muitas vezes ao sacrário, um local de eleição. E a sua Mãe, porque foi Ele que disse ‘Eis a vossa Mãe’, por isso sou filho adotivo dela. A minha dedicatória era para Ele, esse grande Amigo meu! Mesmo nos momentos maus. Um dos problemas da fé passa por estarmos convencidos que a partir do momento em que vamos à Igreja, à Missa ou porque conhecemos padres, tudo nos vai sair bem. Mas não vai! E eu já tive tantos desaires… Só as vezes que já fui despedido…”

Assumindo-se “um crente por natureza”, Fernando Santos revelou que foi à Missa dominical durante o Campeonato da Europa, em França. “Desde que cheguei a Marcoussis [local de estágio da seleção portuguesa] fui à Missa todos os Domingos, como é meu dever. Não fiz nem mais nem menos do que faço na minha vida normal, porque acho que é um dever do cristão participar na Eucaristia pelo menos ao Domingo. Fui a essa paróquia, a 10 minutos do local onde estávamos, durante o tempo em que estivemos em Marcoussis”, contou, manifestando que o fez com naturalidade: “As pessoas acham que isto é tudo uma questão de ‘fezada’. Não! É tudo natural na minha vida. Desde 1994 assumi um compromisso com Cristo. Tal como o crucifixo que tenho no bolso, desde esse dia. Disseram-me: ‘Cristo conta contigo’, e eu disse: ‘Pode contar’. Assumindo este compromisso, o normal num cristão é o que eu faço. É a mesma coisa que respirar: é normal rezar, tal como respirar”.

À Agência Ecclesia, o treinador que levou Portugal ao título europeu de futebol sublinhou que pede a Deus que lhe dê “sabedoria e humildade” para guiar a sua “vida, familiar, profissional”. “Peço todos os dias que me conceda este dom, porque acredito nos dons do Espírito Santo! Se acredito, peço que me ajude a fazer bem, não só aos outros, mas profissionalmente também! E é isso que procuro fazer todos os dias. Depois à noite, às vezes digo-Lhe: ‘Desculpa lá, isto saiu tudo mal…’ Nos momentos em que eu vou refletir, a fé que eu tenho é muito importante para mim. Mas tenho a certeza de que não é só através da fé que vamos ganhar jogos. Se não corrermos, não lutarmos e não trabalhar, não ganhamos os jogos”, apontou.

 

CAIXA

Entrevista na íntegra em: www.agencia.ecclesia.pt/semanario

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