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Testemunho: acompanhamento após a celebração do matrimónio
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Nós somos a Maria e o Tomás Albergaria, estamos casados há 5 anos e temos dois filhos, o Salvador e a Teresa. Fazemos parte do Movimento Apostólico de Schoenstatt, onde pertencemos a um grupo de casais. Para nós foi sempre muito clara a necessidade de crescermos interiormente, não só enquanto homem e enquanto mulher, mas também a necessidade de crescermos em casal. Por isso, já desde o tempo de namorados, fizemos o nosso caminho e crescimento enquanto parte de um grupo de namorados, cujo trabalho foi depois continuado no nosso atual grupo de casais.

Para nós é fundamental sermos acompanhados e estimulados no nosso caminho de matrimónio. O facto de pertencermos a um grupo permite-nos crescer e aprofundar a nossa fé bem como falar sobre temas pertinentes acerca da igreja e da sociedade atual. É também um espaço onde somos convidados a refletir sobre vários aspetos do nosso casamento e da nossa relação, tais como a sexualidade ou a parentalidade.

Uma das exigências e dos maiores frutos que sentimos com este acompanhamento é o facto de privilegiar e fortalecer a partilha e o diálogo entre o casal. É um crescimento mais profundo e mais íntimo e que, do nosso ponto de vista, não se consegue trabalhar tão profundamente sem ter estes momentos de abertura de espírito e de contacto entre o casal.

Outro pilar essencial para nós é pertencermos a um grupo de casais que estão na nossa fase de vida. Somos todos casais que partilhamos as mesmas motivações e inquietações, as mesmas dúvidas e os mesmos receios e com os quais podemos partilhar as nossas conquistas e os nossos fracassos. É um sítio onde vamos buscar forças para as nossas batalhas diárias e para a nossa missão. É um grupo de vida onde, em conjunto, aspiramos todos à santidade da vida diária e a sermos santos do dia-a-dia e, onde também em conjunto, nos ajudamos uns aos outros a crescer e aproximar desse objetivo.

texto por Maria e Tomás Albergaria 

 

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ComTributo à Igreja

À luz da Palavra, é o nome do Capítulo I da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, A Alegria do Amor. Segundo o Papa Francisco, “a Bíblia aparece cheia de famílias, gerações, histórias de amor e de crises familiares, desde as primeiras páginas…”.

Tu e a tua esposa

A família vem claramente definida na Bíblia, pelas próprias palavras de Jesus: “Não lestes que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher?”.

Ser casal, é ser “escultura” viva, capaz de mostrar Deus. …” a capacidade que o casal humano tem de gerar é o caminho por onde se desenrola a história da salvação.”

São João Paulo II, dizia estas palavras riquíssimas: “O nosso Deus, no seu mistério mais íntimo, não é solidão, mas uma família, dado que tem em Si mesmo paternidade, filiação e a essência da família, que é o amor. Este amor, na família divina, é o Espírito Santo.”

São Paulo, relacionava, a propósito deste aspeto trinitário, o casal o “mistério” da união entre Cristo e a Igreja.

Na criação do mundo, o homem não consegue vencer a solidão, quando vê animais e outros seres vivos. Isso só acontece quando vê um semelhante, a mulher, “… num diálogo também sem palavras, porque no amor, os silêncios costumam ser mais eloquentes do que as palavras…”

“Deste encontro, que cura a solidão, surge a geração e a família.”

Os teus filhos como rebentos de oliveira

A palavra que mais aparece no Antigo Testamento, depois de Senhor, é filho.

Os filhos são as “pedras vivas” da família, do mesmo modo que os pais são os alicerces.

No Novo Testamento, fala-se da Igreja que se reúne em casa. Quando Jesus bate à porta da nossa casa, se a abrirmos, ele entrará para ficar, para habitar entre nós.

“A Bíblia considera a família também como o local da catequese dos filhos.” E é impressionante ver, como a Bíblia está sempre atual, é intemporal. Hoje em dia, no Ocidente, falta muito esta perspetive, de que em casa é que educa para os valores.

Os pais devem cumprir a missão de educar os seus filhos.

Os filhos devem honrar os seus pais, sendo que honrar, indica “o cumprimento das obrigações familiares e sociais em toda a sua plenitude, sem os transcurar com desculpas religiosas.”

Os filhos não propriedade da família, uma vez que devem seguir o seu caminho pessoal.

Devem obediência aos pais, mas por amor e entrega ao Reino de Deus, poderão seguir outro caminho, diferente das dos seus pais.

Por outro lado, Jesus valoriza imenso as crianças, apresentando-as mesmo como mestres, no que à confiança simples e à sua espontaneidade diz respeito.

Um rasto de sofrimento e sangue

A Palavra de Deus, é uma companheira de viagem. Há várias citações na Bíblia de sofrimento e sangue, que fazem parte da nossa vida, e que vamos buscar forças para as ultrapassar em Cristo, pois ele também passou por situações de sofrimento extremo.

O fruto do teu próprio trabalho

O trabalho é apresentado, desde as primeiras páginas da Bíblia, como parte fundamental da dignidade da vida humana: “O trabalho torna possível simultaneamente o desenvolvimento da sociedade, o sustento da família e também a sua estabilidade e fecundidade.”

São Paulo estava tão convencido da importância do trabalho, que disse: “Se alguém não quer trabalhar, também não coma.”

A ternura do abraço

Devemos reger-nos pelos frutos do amor: a misericórdia, o perdão e a ternura.

“A família é chamada a compartilhar a oração diária, a leitura da Palavra de Deus e a comunhão eucarística, para fazer crescer o amor e tornar-se cada vez mais um templo onde habita o Espírito.” Assim, deve cada família ter “diante de si o ícone da família de Nazaré”.

texto por Bruno de Jesus

 

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Ecos das XXVIII Jornadas Nacionais da Pastoral da Família

O tema das XXVIII Jornadas de Pastoral Familiar – ‘A alegria do amor e os desafios à Pastoral Familiar’ – retrata de forma sintética o que foi vivido no fim-de-semana de 22 e 23 de Outubro, em Fátima.

O encontro teve como ponto de partida uma abordagem, por D. António Marto, aos vários capítulos da exortação apostólica pós-sinodal do Papa Francisco, Amoris Laetitia. Os temas centrais em debate, sempre com a encíclica como pano de fundo, foram ‘Preparar o matrimónio e acompanhar os casais novos’, pelo sacerdote jesuíta, Carlos Carneiro e ‘Acompanhar, discernir e integrar as situações “irregulares”: a liberdade e a responsabilidade do bispo diocesano’, pelo cónego Arnaldo de Pinho. Houve ainda uma partilha vivencial de um casal recasado e outra do padre Amaro Lopes. As diversas intervenções deixaram vários desafios pastorais, entre os quais destacamos:

- A “Alegria do Amor” é um documento riquíssimo que deve ser lido e relido (individualmente, em casal, em família, em comunidade);

- A nossa pastoral deve ser alegre, acolhedora e de proximidade. Temos que ser autocríticos: menos cursos e mais acompanhamento; linguagem menos arcaica; maior cuidado com o excessivo moralismo e idealização;

- Devemos ser mais ousados na preparação para o matrimónio: 1) Reconhecer a Igreja; 2) Integração na vida da Igreja; 3) Preparação imediata para a vida de casal. Queremos realizar muitos matrimónios ou preparar noivos para viverem o Evangelho? Salientou-se que a preparação para o matrimónio deve começar no nascimento, alimentar-se do exemplo de vida matrimonial dos pais e da família e continuar a descoberta vocacional na catequese, grupos de jovens, aulas de EMRC, grupos de namorados, pastoral universitária...

- O matrimónio deve ser visto como um dom em que o Amor “tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. Há muita gente disposta a discernir, mas temos que os desafiar e que acreditar mais no Evangelho.

- Nenhum casal está definitivamente excluído da Misericórdia de Deus. As “situações irregulares” implicam um acompanhamento sério e responsável, que leve ao discernimento e à posterior integração na comunidade. É importante que cada Diocese crie uma equipa de apoio (sacerdotes, teólogos, casais) para acompanhamento destas situações.

É tempo de agir, de levar estas reflexões para as nossas comunidades e para as nossas famílias. As comunidades devem ser familiares, com espirito familiar, e deve haver entrosamento entre os vários grupos para que as nossas comunidades sejam verdadeiras famílias de famílias.

texto por Sofia e Bruno de Jesus

 

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Próximas atividades

Novembro 2016

Encontro Anual de Agentes de Preparação para o Matrimónio

Realiza-se no próximo dia 12 de Novembro, no Convento do Varatojo em Torres Vedras, o encontro anual de agentes de Preparação para o Matrimónio, com o tema “A tua descendência será numerosa”. O acolhimento inicia às 9h45 e os trabalhos decorrerão até às 18h00.

Encontro de formação para agentes da Pastoral do Batismo

No dia 19 de Novembro realiza-se, no Seminário dos Olivais, um encontro de formação para agentes da Pastoral do Batismo. A formação decorrerá entre as 10h00 e as 17h00.

A formação terá duas vertentes, que decorrem em simultâneo:

- Curso 0 – ‘Tu és especial’ (Formação de iniciação)

- Formação Permanente ‘A Alegria do Amor’

 

Dezembro 2016

11 – III Domingo do Advento – sugestão de celebração de bênção das grávidas nas paróquias

26 – Dia Sagrada Família – sugestão de celebração de bênção das grávidas nas paróquias

A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
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Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
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O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
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Pedro Vaz Patto
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