
A FEC, em parceria com a CIDSE, tem vindo a lançar ao longo dos últimos meses várias Histórias de Mudança. Em cada mês são lançadas uma ou duas histórias (nacionais e internacionais) de pessoas que mudaram os seus estilos de vida em prol de um mundo mais sustentável.
O objetivo é que estas histórias, enquanto exemplo de boas práticas de comportamento individual e histórias de mudança, individuais ou coletivas, possam contribuir para uma mudança positiva, trazendo exemplos de pessoas comuns, das suas lutas, ideias e iniciativas sustentáveis que constroem os seus dias.
Cuidar ativa e verdadeiramente da nossa Casa Comum
Ambicionamos inspirar os cidadãos a agir e a ter iniciativas para modos de vida, de consumo e produção, mais sustentáveis, tornando-os mais conscientes para o uso dos recursos naturais e do seu papel enquanto cidadãos para trazer mudanças significativas para as nossas sociedades indo contra o ritmo alucinante a que estamos habituados e fazendo o desafio de parar. Parar e reparar. Com duplo sentido, primeiro tomamos consciência das tantas coisas que se passam à nossa volta e depois colaboramos para que a sua integridade seja restabelecida. Mais do que tomar conta, apurar um olhar crítico, pensar e dar o que o outro (ou determinada realidade) realmente precisa. Olhar o (nosso) mundo, entendê-lo na sua realidade – como foi, como é e como pode ser mais e melhor – e colaborar com ele nesse sentido. Cuidar ativa e verdadeiramente. Porque é a nossa casa (Mundo) e é o nosso corpo (Humanidade) que estão em causa e quanto a isso não podemos ser indiferentes. Temos uma voz e juntos podemos encontrar boas soluções para o futuro, não só na forma como tratamos o planeta mas também como nos tratamos, a nós, seres humanos. Queremos ir para além dos sintomas, chegar ao cerne da questão. E sonhamos muito alto: mais do que aprender a renunciar, queremos reaprender a dar – passar do consumo ao encontro do que é de facto preciso para mim e à minha volta, da avidez à generosidade, do desperdício à capacidade de partilha. Não queremos ser apenas consumidores muito menos viver consumidos, queremos ser colaboradores, livres e responsáveis. Todos podemos participar, como instrumentos, no cuidado da criação, cada um a partir da sua cultura, experiência, iniciativa e capacidades.
Quando ignoramos – consciente ou inconscientemente – alguma realidade, estamos a alimentá-la. Neste sentido, este é o mês de pensar e avaliar a nossa pegada ecológica, de iluminar as nossas decisões, e acabar com as não-decisões. Tornar a nossa rotina diária consciente para poder transformá-la para melhor. Inspirados pelo nosso dia-a-dia, vamos valorizar mais os nossos recursos, reorientá-los tanto na distribuição como na sua finalidade e promover a relação com o mundo, para que seja relação de afeto e não de afeção.
A História de Mudança da Dulcineia Carvalho
Esta semana, lançamos a história de Mudança da Dulcineia Carvalho. Licenciada em filosofia, bibliotecária, voluntária, casada, Dulcineia nasceu em S. Tomé e Príncipe e veio para Lisboa há 8 anos. Tem uma alegria contagiante, bem-disposta por natureza, sensível aos outros, à natureza e aos seus ritmos, bem como aos ritmos musicais que a fazem dançar espontaneamente em qualquer situação. Natural do pequeno arquipélago de S. Tomé e Príncipe, na linha do Equador. Há 8 anos veio estudar para Lisboa, onde se licenciou em Filosofia. A preocupação com o mundo e com o seu papel levou-a a fazer um mestrado em Cultura e Desenvolvimento, dimensão que vai aprofundando em diferentes áreas da sua vida. Desde cedo que em Lisboa se ligou ao projeto dos Gambozinos (uma associação juvenil católica sem fins lucrativos a trabalhar a coesão social em diferentes bairros do país com a Companhia de Jesus) e desde há 4 anos ao grupo de voluntariado Atravessados que uma vez por mês se reúne um fim-de-semana na Associação Casa Velha - Ecologia e Espiritualidade. Como Atravessada pode começar a aprofundar o desafio de Cuidar da Casa Comum (das pessoas e da Terra), experimentando outros ritmos de vida e um estilo de vida mais simples, partilhado, comunitário e ao serviço. A partir deste projeto e da Casa Velha, é um dos membros de um grupo de leitura e reflexão da Encíclica Laudato Si, que desde há um ano se reúne mensalmente em Lisboa. Atualmente trabalha como Bibliotecária no Colégio Pedro Arrupe, onde chega todas as manhãs de bicicleta, hábito que adotou do marido, o Du. Na verdade, a bicicleta passou a ser o seu meio de transporte. Dulcineia desafia-nos a pensar a sustentabilidade a partir da simplicidade e da relação com os outros, de quem estamos interdependentes. Ser capaz de viver bem e com constante boa disposição e abertura aos outros, será provavelmente o seu grande segredo para uma vida sã e sustentável, onde vai aprofundando com uma consciência crítica crescente, critérios e hábitos de vida responsáveis e coerentes, aos quais, com a sua alegria, nos desafia.
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Pode ver a História de Mudança da Dulcineia em: http://www.fecongd.org/2017/01/30/historias-de-mudanca-dulcineia-carvalho onde também poderá encontrar todas as Histórias de Mudança lançadas até aqui.
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