Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Acreditar na conversão
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Esta semana, suscitado por algumas notícias que fui lendo, surgiu-me este pensamento: “Há um ‘mundo’ que não acredita na conversão porque não a experimentou. Basta abrir o coração à mudança”. Vamos percebendo uma forte resistência à mudança, sobretudo quando esta diz respeito a mudança de atitudes que nos podem afastar da vivência de valores que são consignados, não pela Igreja mas pela sua própria essência. Valores humanos, de dignificação do ser humano, do corpo humano, da natureza na sua pureza, na defesa da vida, de um mundo mais justo, mais caritativo, mais solidário, mais pacífico, mais convertido.

Se olharmos para a história da Igreja vemos que, ao longo dos séculos, muitos dos que são hoje confirmados Santos, foram no seu passado distantes de Deus. Talvez numa permanente e insistente atitude de fuga, fugindo do olhar de Deus que quando toca, transforma, converte. E tantas vezes queremos fugir à conversão porque nos acomodamos a uma vida que desejamos sem Cruz. Ao longo de todo o caminho, Jesus foi tocando o coração de homens e mulheres, mostrando-lhes um rumo novo a seguir, uma vida nova a aceitar, um coração novo para viver. São Paulo, que antes era perseguidor dos cristãos e assistiu impávido e sereno ao apedrejamento do diácono Estevão, tornou-se Apóstolo, evangelizador dos gentios, dos pagãos, daqueles a quem, antes, seria impensável chegar. Santo Agostinho relata-nos, nas suas ‘Confissões’, o que era a sua vida e o modo como sua Mãe, Santa Mónica, rezava pela sua conversão. Nos séculos mais próximos, e no hoje, há corações que se deixam perturbar pelo amor misericordioso de Deus, capaz de perdoar infinitamente. Por isso, eu acredito, até mesmo pela minha experiência pessoal, que todos os dias é possível a conversão. Julgar a conversão dos outros pode demonstrar um ressentimento por um caminho de libertação que não somos capazes ou não queremos fazer, ficando aprisionados à riqueza do que não somos. Que o tempo Quaresmal nos ajude a ser e a acreditar na conversão.

 

P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt

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