Missão |
Mariana Belchior Pimenta, dos Leigos para o Desenvolvimento
A alegria das pequenas coisas
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Mariana Belchior Pimenta nasceu a 8 de maio de 1988. É licenciada em Design da Comunicação, pela Faculdade de Belas Artes, da Universidade de Lisboa, e tem uma pós-graduação em Educação Artística. Em setembro de 2011 partiu por um ano, com os Leigos para o Desenvolvimento, para S. Tomé e Príncipe e, entre julho e outubro de 2016, voltou a partir com a mesma organização para Angola.

 

“O meu olhar mudou!”

Foi batizada e recebeu a primeira comunhão, em 1998, na Igreja dos Santos Reis Magos, da Paróquia do Campo Grande, em Lisboa. Em 2011, recebeu o Sacramento do Crisma, na Sé de Lisboa. Entre agosto de 2009 e julho de 2012 fez um Intercâmbio Académico com a Universidade de S. Paulo, na Escola de Comunicações e Artes sobre Design Gráfico e Editorial, Web Design, Desenho, Ilustração, Multimédia, Cinema, Fotografia e Marketing. Entre 2010 e 2011 frequentou a formação para voluntários missionários da ONGD Leigos para o Desenvolvimento, com quem viria a partir em setembro de 2011 para S. Tomé e Príncipe como voluntária. Em julho de 2016 voltou a partir com os Leigos para o Desenvolvimento, desta vez para Angola, onde esteve até outubro do mesmo ano. Foi jogadora de rugby e diz-nos que “o rugby é um desporto onde as equipas se respeitam muito e apesar de ser muito físico e de alguma agressividade, não é necessariamente violento”. Considera que o ano de intercâmbio no Brasil lhe deu a conhecer “uma realidade que desconhecia até sair de Portugal, a pobreza”. “ O meu olhar mudou, fiquei mais atenta aos outros e por isso o Design deixou de fazer sentido profissionalmente.  Senti que o fim do curso e todas as oportunidades que tinha tido até aqui tinham de ser postas ao serviço dos outros, queria poder contribui para a melhoria e qualidade de vida dos outros. Foi quando entrei na formação dos Leigos para o Desenvolvimento e o momento da minha reconversão. O ano de formação foi um ano de grande crescimento, Deus passou a ser o centro da minha vida e o que dá sentido à minha missão no mundo”, conta.

 

A missão em S. Tomé e Príncipe e em Angola

Em relação ao seu ano de missão em S. Tomé e Príncipe conta-nos: “Fui com a minha comunidade de mais três leigos abrir uma nova missão em Porto Alegre, S. Tomé, no distrito de Caué, o mais pobre do país. Acompanhei a criação de raiz do Grupo Comunitário de Porto Alegre, onde as lideranças da comunidade identificam e tenta resolver os problemas da sua comunidade. Tínhamos reuniões quinzenais e ao longo do ano o número de participantes foi estabilizando, as reuniões foram sendo mais produtivas, o grupo começou a ser visto como um “porta-voz” da comunidade para outras comunidades e até mesmo para as organizações e entidades externas à comunidade. Na atividade pastoral acompanhei um grupo de jovens 12/18 anos, reuníamos de semana a semana, uma semana tínhamos um debate e na semana seguinte uma atividade mais física ou cultural.  Abordamos temas como a relação com os outros, o namoro, o respeito pelo homem e pela mulher, etc.”

Em julho de 2016 voltou a partir com a mesma organização, desta vez para Benguela (Angola) onde esteve até outubro do mesmo ano. Aqui, as suas principais atividades passaram por atividades tais como: “Integração na comunidade dos Leigos para o Desenvolvimento em Benguela, Angola; acompanhamento e dinamização do projeto Epongoloko Lyukay (Mudança da Mulher) que promove o empoderamento da mulher do bairro da Graça (180 000 habitantes) através da sua formação pessoal e em áreas como o artesanato, bordados, sabão artesanal, cuidados de infância, serviços domésticos, empreendedorismo e pequenos negócios; acompanhamento e mediação das atividades e reuniões do Grupo Comunitário do Bairro da Graça, onde líderes formais e informais das entidades e estruturas associativas locais procuram identificar e resolver os problemas do seu bairro; gestão de projeto: angariação de fundos; realização de contactos institucionais; planificação e construção de relatórios de atividades dos projetos”.

 

“Aprendi a relativizar”

No regresso, diz-nos que veio uma pessoa muito diferente e que aprendeu a “relativizar”. “Não foi fácil voltar. Mudei muito a minha maneira de viver aqui. Para mim, aquilo que eu ganhei, foi esta noção de que o melhor que podemos fazer uns pelos outros é a partilha das experiências. Aquilo que antes de estar em missão um ano podia ser um problema, deixou de o ser.  Por exemplo, não ter frigorífico e aprender a viver um dia de cada vez sem poder organizar-me com as  “compras da semana”. A alegria das pequenas coisas. E o olhar também mudou, viver um ano ao serviço dos outros ensinou-me e entranhou-se na minha maneira de viver agora. Qualquer trabalho que procure agora, tem de ser para servir o outro e contribuir para a sua felicidade e qualidade de vida”.

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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