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Papa condena a “inaceitável tragédia” na Síria
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O Papa Francisco lamentou as tragédias na Síria e em São Petersburgo. Na semana em que assinalou os 50 anos da publicação da encíclica ‘Populorum Progressio’, o Papa desafiou os jovens, mostrou-se contra a “lógica inútil e inconsequente do medo” e escreveu às famílias de todo o mundo.

 

1. O Papa Francisco considera “inaceitável” o ataque ocorrido na Síria e voltou a apelar ao fim da guerra e à ajuda das populações. “Assistimos horrorizados aos últimos acontecimentos na Síria, Exprimo a minha firme rejeição pela inaceitável tragédia ocorrida ontem na província de Idib, onde foram mortas dezenas de pessoas indefesas, incluindo crianças. Rezo pelas vítimas e seus familiares e faço um apelo à consciência de todos os que têm responsabilidade política, a nível local e internacional, para que acabe esta tragédia e se alivie esta cara população há demasiado tempo esgotada pela guerra”, referiu o Papa, na passada quarta-feira, 5 de abril, na Praça de São Pedro, durante a habitual audiência-geral. “Encorajo os esforços dos que, apesar da insegurança e dos problemas, se esforçam em fazer chegar a ajuda aos habitantes daquela região”, acrescentou. Recorde-se que o número de vítimas mortais devido ao bombardeamento químico de terça-feira, dia 4, em Khan Cheikhoun, no norte da Síria, subiu para 72, incluindo 20 crianças, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

No encontro público semanal, Francisco lamentou ainda o ataque de segunda-feira, 3 de abril, no metro da cidade russa de São Petersburgo. “O meu pensamento vai, neste momento, para o grave atentado de há dias no metropolitano de São Petersburgo que provocou vítimas e perdas na população. Ao confiar à misericórdia de Deus todos os que tragicamente desapareceram, exprimo a minha proximidade aos seus familiares e a todos os que sofrem por causa deste dramático evento”, referiu, a propósito do atentado que matou 14 pessoas e feriu 51.

 

2. O Papa assinalou, esta terça-feira, os 50 anos da publicação da encíclica ‘Populorum Progressio’, de Paulo VI. “Os vários sistemas: a economia, a finança, o trabalho, a cultura, a vida familiar, a religião são, cada um no seu contexto, um momento irrenunciável do desenvolvimento. Nenhum deles se pode absolutizar, nem nenhum se pode excluir de uma conceção de desenvolvimento integral que tenha em conta que a vida humana é como uma orquestra que só toca bem se os vários instrumentos estão afinados e seguem um ritmo partilhado por todos”, salientou o Papa, voltando a criticar um modelo de globalização que esmaga os povos, privando-os de liberdade em nome do avanço económico: “Não faltam visões ideológicas e poderes políticos que esmagaram a pessoa, que a massificaram e a privaram daquela liberdade sem a qual o homem já não se sente homem”. Um verdadeiro progresso, considera o Papa, implica o respeito pelo indivíduo, que não pode ser vítima de sistemas políticos ou financeiros, mas também recusa a queda no individualismo. “A Igreja não se cansa de oferecer esta sabedoria e a sua obra ao mundo, na certeza de que o desenvolvimento integral é a estrada do bem que a família humana é chamada a percorrer”, concluiu o Papa.

 

3. No mais recente ‘O Vídeo do Papa’ (https://thepopevideo.org/pt-br.html), o Papa Francisco convidou os jovens a serem “protagonistas da mudança”. “Não deixem que outros sejam os protagonistas da mudança. Vocês jovens são os que têm o futuro. Eu peço-lhes que o construam, que trabalhem por um mundo melhor. É um desafio, sim, é um desafio! Vocês aceitam?”, refere o Papa, no seu vídeo mensal.

A intenção de oração deste mês de abril convida os católicos a rezar pelos jovens, “para que saibam responder com generosidade à sua própria vocação, e se mobilizem pelas grandes causas do mundo”. O Papa afirma que os jovens “não querem viver na ilusão de uma liberdade que se deixa levar pela moda do momento, mas que apostam alto”. “É assim, ou estou errado?”, questiona, neste ‘Vídeo do Papa’, uma iniciativa do Apostolado da Oração, da Companhia de Jesus.

 

4. O Papa Francisco rejeitou a lógica do medo e do pessimismo perante o mal, durante uma visita pastoral a Carpi, localidade italiana atingida por sismos que fizeram mais de 20 mortos, em 2012. Na celebração de homenagem às vítimas, o Papa disse que é preciso estar ao lado de quem sofre sem ceder ao pessimismo e deixou uma mensagem de esperança à população. “Há quem se deixe fechar na tristeza e há quem se abra à esperança. Há quem fique preso nas ruínas da vida e há quem, como vós, com a ajuda de Deus, sai das ruínas e reconstrói, com paciente esperança. Perante os grandes ‘porquês’ da vida, temos duas hipóteses: ficar a olhar melancolicamente para os sepulcros de ontem e de hoje, ou aproximar Jesus dos nossos sepulcros”, frisou, na Missa a que presidiu, na Praça dos Mártires, convidando depois à superação da lógica inútil do medo. “Não nos deixemos aprisionar da tentação de ficar sozinhos e desconfiados, a lamentarmo-nos por tudo o que acontece; não cedamos à lógica inútil e inconsequente do medo, quando repetimos resignados que está tudo mal e já nada é como dantes. Esta é a atmosfera do sepulcro; em vez disso, o que o Senhor deseja é abrir o caminho da vida, o do encontro com Ele, da confiança n’Ele, da ressurreição do coração”, sublinhou Francisco.

 

5. O Papa Francisco escreveu uma carta às famílias de todo o mundo, publicada dia 30 de março, pelo Vaticano, para dirigir-lhes uma mensagem de “misericórdia”, com atenção às “feridas” da humanidade. “Sonho com uma Igreja em saída, não autorreferencial, uma Igreja que não passe longe das feridas da humanidade, uma Igreja misericordiosa que anuncie o coração da revelação de Deus Amor, que é a misericórdia”, refere o texto, que apresenta o próximo Encontro Mundial das Famílias (EMF), que vai decorrer na capital irlandesa, Dublin, de 21 a 26 de agosto de 2018, com o tema ‘O Evangelho da família: alegria para o mundo’.

Francisco escreveu ainda que é a misericórdia que torna as pessoas “novas no amor”. “Sabemos como as famílias cristãs são lugares de misericórdia e testemunhas de misericórdia; depois de Jubileu da Misericórdia ainda o serão mais e o encontro de Dublin poderá dar sinais concretos disso”, sustentou, manifestando o desejo de que as famílias possam “aprofundar a reflexão e a partilha dos conteúdos da exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’”.

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