Missão |
Andreia Barracha
“A missão foi de curta duração mas gratificante!”
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Andreia Barracha nasceu em Faro, a 15 de dezembro de 1988. É licenciada em Educação Social e pós-graduada em Gerontologia Social. É atualmente animadora turística-cultural no INATEL e realiza viagens por Portugal com seniores. É membro do grupo Boluka Kua Zua e esteve em missão durante três meses em Moçambique.

 

Sem medo de mudanças

Aos seis anos de idade foi viver para Alemanha, onde permaneceu por três anos. “Nessa altura os meus pais estavam emigrados e fui para lá por motivos de saúde, para ser operada, no entanto de depois várias consultas optaram por não o fazer. Foi um país onde não gostei de viver, sinto que perdi um pouco da minha infância, para além de ser um país mais ‘frio’ não só de temperatura mas também nas relações humanas”, partilha. Frequentou a catequese desde criança e fez o percurso religioso “normal”. Com a entrada na universidade, afastou-se um pouco. “Quando fui convidada para fazer os convívios fraternos houve uma mudança e voltei a frequentar assiduamente a minha paróquia (Nossa Senhora da Graça) onde fiz depois o crisma. Hoje sou animadora dos jovens da minha paróquia juntamente com uma colega, pois o meu trabalho muitas das vezes não me permite estar todas as semanas com o grupo”, conta-nos. A nível profissional, trabalhou durante três anos no Centro Paroquial de S. Martinho de Estoi onde teve a “oportunidade de exercer a minha profissão como educadora social e trabalhar com vários públicos, desde os bebés até ao público mais idoso. Trabalhei em todas as valências daquele centro: Creche, Pré-escolar, Lar de idosos, Serviço de apoio domiciliário e programas de ajuda a carenciados.” Atualmente, trabalha para a INATEL como animadora turística-cultural e realiza viagens dentro de Portugal com seniores.

 

A formação é essencial para a missão

Em novembro de 2015, conheceu o Grupo Boluka Kua Zua, ligado às Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria (FMM) e diz-nos que a marcou o espírito vivido durante os encontros e a amizade entre todos os membros do grupo. “Percebi que o desejo missionário não era vivido apenas por mim e com os testemunhos percebi que queria mesmo ir em missão. Frequentei todas as formações da FEC | Fundação Fé e Cooperação. Em todas elas fui sozinha, mas mesmo assim não foi um impedimento. Todas as formações foram importantes para o meu desenvolvimento pessoal e cristão. Foram sem dúvida uma grande aprendizagem e um incentivo para ir em missão. As vivências em grupo e as amizades que realizei durante aquele ano vão permanecer para sempre. Foi sem dúvida muito importante participar em todas as formações. Aconselho vivamente a quem tiver o desejo de ir em missão em realizá-las, pois com elas temos uma melhor perceção do que é a missão”, partilha.

 

A missão é um trabalho de Amor

No dia um de janeiro de 2017 partiu para a Beira (Moçambique) onde esteve até ao final de março. Sobre a sua experiência de missão, conta-nos na primeira pessoa: “Quando parti em missão estava muito entusiasmada e com muita vontade de ajudar no que fosse preciso. No entanto nem tudo correu como desejava. No geral a experiência foi positiva, mas acho que podia ter feito mais, mas infelizmente nem tudo dependia da minha vontade. No primeiro mês de missão estive com a minha ‘mana’ Elisabete. Tivemos a oportunidade de visitar todas as crianças e respetivas famílias do apadrinhamento das Franciscanas Missionárias de Maria, com a preciosa ajuda de uma mãe (Cacilda) que nos guiou até às suas casas. Estas visitas foram muito importantes, pois podemos observar como vivem e em que condições. Fomos sempre muito bem recebidas. As condições em que vivem na maioria dos casos são más. Era época de chuva e muitas famílias lamentavam-se que chovia dentro de casa. Algumas casas eram feitas de pedra, paus e uma simples chapa que muitas das vezes estava furada… Em alguns casos, as crianças para irem para a escola têm que andar vários quilómetros e por vezes em caminhos quase intransitáveis (onde a água podia chegar aos joelhos). Pois é, a visita a estas famílias foi uma autêntica aventura, mas assim podemos vivenciar um pouco das suas dificuldades. Realizámos uma tarde de convívio com todas as crianças do apadrinhamento e suas famílias. Distribuímos as lembranças dos padrinhos e lemos as suas cartas. Para mim foi o momento mais marcante da missão. Ao ler as cartas dos padrinhos aos meninos pude transmitir todo o Amor e alegria que os padrinhos sentem por aquelas crianças, foi emocionante e muito gratificante. Nessa tarde demos um conjunto de material escolar, higiénico e alguns brinquedos aos afilhados. Todo o material foi oferta de várias pessoas que quiseram juntar-se a nós nesta missão. Finalizámos o encontro com um pequeno lanche. No final foi visível a alegria nos seus rostos. No último mês, estive sem a minha companheira de missão. No início foi complicado pois senti a falta da partilha e da nossa convivência, é sempre bom ter alguém que nos compreenda. No entanto nesse mês estive mais ocupada. Abriu o Jardim de infância Santa Maria Amandia das FMM, onde pude colaborar. Um espaço grande com 4 salas e uma cozinha e casas de banho, mas que está quase vazio. Tem apenas mesas, cadeiras e colchões. O material pedagógico que levámos está a ser útil para as crianças, pois graças a eles podem brincar com os bonecos de peluche, colorir os desenhos e ouvir histórias. Gostei de contatar com aquelas crianças, muito carinhosas e de sorriso fácil. Durante as tardes dava explicações a algumas crianças do apadrinhamento. Foi uma tarefa um pouco complicada e no início desesperante pois são crianças que têm muitas dificuldades de aprendizagem e que o nível de escolaridade não corresponde às nossas. Por exemplo, havia uma criança que estava na 5ª classe e não sabia ler nem escrever. Mesmo com todas estas dificuldades consegui ver progressos mesmo que tivessem sido poucos, houve avanços e isso deixa-me feliz. A missão foi de curta duração mas gratificante. Muito ficou por fazer, mas de certeza que os próximos missionários irão continuar este trabalho de Amor e ajuda ao próxima. Faz pouco tempo desde que regressei a Portugal e já tenho saudades daquele país que me acolheu, mas sobretudo das pessoas que tive o privilégio de contactar.”

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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