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Isilda Pegado
Fátima - Na História

1 – Portugal tem uma longa história de intervenção de mulheres na Política. Nascemos como País após uma luta entre D. Teresa e seu filho, D. Afonso Henriques.

2 – A Rainha Santa Isabel foi, no seu tempo, uma eximia política de que se destaca o seu papel de diplomata na relação entre seu filho (D. Afonso IV) e o primo (D. Afonso XI) – Rei de Castela. Morreu nessa sua missão quando foi a Estremoz, mediar esse conflito.

3 – Conta a história (com alguma lenda, por certo) que uma padeira de Aljubarrota terá contribuído para a vitória de D. João I e de Nuno Álvares Pereira.

4 – Filipa de Lencastre educou e incentivou os filhos para a grande expansão portuguesa pelo mundo – Os Descobrimentos – o que tornou este pequeno país de pouco mais de 1 milhão de habitantes no grande fazedor da História que uniu todos os continentes – Os Descobrimentos.

5 – D. Luísa de Gusmão, mulher do futuro rei D. João IV, perante aquela natural indecisão do marido terá dito: “Antes rainha por um dia, que serva toda a vida”. E assim nasceu a Dinastia de Bragança.

6 – A Rainha D. Leonor, mulher de D. João II percebeu, que a caridade (a solidariedade) é elemento estruturante do governo e da sociedade de um país. E por isso, por todo o país com ela nasceram as Misericórdias, o hospital das Caldas da Rainha e, já viúva, incentiva a construção do Hospital de Todos os Santos em Lisboa.

7 – D. Maria I que reinou com a certeza de que o bem-comum só seria cumprido se aos homens fosse restituída a Igreja (património, Jesuítas, etc.). Não temeu revogar, afrontar e pôr fim a uma política anticlerical e de perseguição à Igreja, que o Marquês de Pombal tinha feito sangrar no país.

8 – A Política não é apenas o uso da lei, das armas ou do Poder pelo Poder. A política é o uso de todo o potencial de um Povo que cumpre as necessidades de todos e realiza o bem de cada um dos homens e mulheres. A Política parte da contribuição de cada um, da contribuição de todos. Organiza-se através de corpos sociais intermédios, como a família, a empresa, os sindicatos ou a Igreja e os Governos.

9 – No início do século XX, Portugal viveu uma das fases mais sangrentas da perseguição à Igreja, de destruição de património económico e social e de conflito social trazidos pelos últimos tempos da Monarquia mas, acima de tudo, pela I República do medo e do desgoverno.

A nível mundial, o século XX foi um século profundamente sangrento (duas guerras mundiais, as ocupações de Países do Leste Europeu, conflito no Vietname, guerrilhas em África e na América do Sul, etc.).

10 – Em 1917 Nossa Senhora aparece em Fátima e fala da política do Mundo, a três Pastorinhos, que nada sabiam de Política. A “Rússia” era “uma senhora”. Nossa Senhora de Fátima fala das guerras, da Igreja e da sua perseguição e fala dos pecados que ofendem a Nosso Senhor. Pede a conversão e oração de homens e mulheres. Confia o governo da Igreja e do seu chefe, o Papa, à oração dos Pastorinhos.

Nossa Senhora ensina-nos que o Reino de Deus aqui na Terra se faz com tudo. Não há o espiritual por um lado e o mundano por outro lado. O homem vive no mundo com todas as circunstâncias que o levam ao caminho da Eternidade.

11 – Em Fátima vive-se esta consciência – estamos na nossa carnalidade, com as nossas fraquezas, na procura do “Encontro” com Maria, com Seu Filho e com Deus.

A mensagem de Fátima é para os nossos dias, para Portugal e para o Mundo inteiro. A presença de Nossa Senhora de Fátima em inimagináveis recantos do Mundo, no seio de culturas adversas, é também uma realidade relatada e vivida.

12 – O Papa Francisco, que não se tem eximido a falar de Política, nos diferentes cantos do Mundo, vem agora a Fátima onde Nossa Senhora falou de política. Vem à Sua casa.

Muita é a Esperança que nos une ao Papa e a Nossa Senhora de Fátima.

Boa Peregrinação do Centenário de Fátima.