Lisboa |
Canonização de Francisco e Jacinta
Papa abraça Lucas, o menino miraculado
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Eram 10h26, do dia 13 de maio, quando Francisco e Jacinta Marto se tornaram nos mais jovens santos não-mártires da Igreja Católica. No final da celebração onde os pastorinhos foram canonizados, a criança miraculada, Lucas, de 9 anos, subiu ao altar com os pais e abraçou o Papa.


O rito de canonização, em português como todas as intervenções do Papa, decorreu logo no início da Missa da primeira Peregrinação Internacional Aniversária do Centenário das Aparições. O Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, acompanhado pela postuladora da Causa da Canonização de Francisco e Jacinta, irmã Ângela Coelho, pediu ao Santo Padre que declarasse santos Francisco e Jacinta Marto. Além da canonização, um dos momentos altos da celebração ocorreu durante o Cortejo dos Dons, em que participaram, entre outros, Lucas, a criança miraculada, e a sua família. No início da celebração, o Bispo de Leiria-Fátima destacou a espiritualidade contemplativa e compassiva de Francisco e Jacinta Marto, “que os leva a ser espelho da luz de Deus na prática das boas obras”. Ao apresentar ao Papa Francisco uma breve biografia dos dois videntes, D. António Marto recordou que os dois pastorinhos “cresceram num ambiente familiar e social modesto, profundamente cristão”. Do perfil de Francisco, o bispo destacou “o seu jeito pacífico e sereno”, referindo que depois das aparições passou a ter um estilo de vida caracterizado “pela adoração e pela contemplação”. “Sempre que podia, refugiava-se num lugar isolado para rezar. Frequentemente, passava longas horas no silêncio da igreja paroquial, junto ao sacrário, para fazer companhia a «Jesus escondido»”, acrescentou. De Jacinta acentuou o “caráter carinhoso e expansivo”, afirmando que depois dos “encontros com o Céu, vive completamente esquecida de si, oferecendo orações e sacrifícios para o bem de todos quantos sofrem. A sua espiritualidade é caracterizada pela entrega generosa de si, como um dom para os demais”. “Todos os pequenos gestos do seu dia, inclusive as contrariedades na doença, eram motivo de oferta a Deus pela conversão dos pecadores e pelo Santo Padre”, lembrou D. António Marto.


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Papa ficou muito feliz com coincidência da peregrinação com a canonização

Na viagem de regresso ao Vaticano, na tarde do dia 13 de maio, o Papa Francisco afirmou que a coincidência da conclusão do processo de canonização de Francisco e Jacinta com a sua peregrinação foi, para ele, “uma felicidade muito grande”. Falando aos jornalistas a bordo do Grão Vasco, o avião da TAP que o levou de Monte Real a Roma, o Santo Padre garantiu que vai repetir a mensagem de paz que Fátima representa a todas as pessoas com quem falar. “Fátima tem uma mensagem de paz, levada à humanidade por três grandes comunicadores”, Francisco, Jacinta e Lúcia, referiu, esclarecendo que tudo o que havia a dizer sobre o Segredo de Fátima foi explicado “claramente” em 2000 pelo seu antecessor, o Papa Emérito Bento XVI, na altura cardeal Joseph Ratzinger, responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé. Revelou, no entanto, que procurou saber a que dizia respeito a imagem do “bispo vestido de branco” referido na terceira parte do segredo. “Há uma ligação ao branco, a Senhora de branco, a alvura branca da inocência das três crianças após o Batismo”, salientou. O Papa revelou ainda que ao longo dos oito minutos de oração, em silêncio, em frente à imagem de Nossa Senhora, ao chegar no dia 12 à Capelinha das Aparições, se lembrou que há 25 anos, num dia 13 de maio, tinha recebido a notícia da sua ordenação episcopal.

O Papa regressou a Roma cerca das 19h20 locais (18h20 em Lisboa), no termo da peregrinação a Fátima, nos dias 12 e 13 de maio, para presidir à primeira Peregrinação Internacional Aniversária do Centenário das Aparições, durante a qual canonizou os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, os mais jovens santos não-mártires da Igreja Católica. Na despedida aos funcionários e colaboradores do Santuário de Fátima, Francisco deixou uma palavra: “Obrigado eu”. Foi depois do almoço na Casa do Carmo e de uma fotografia com os bispos portugueses, no exterior, ao entrar no Papamóvel. O Papa Francisco deixou solo português às 15h53, altura em que o avião da TAP levantou voo da Base Aérea de Monte Real.

Francisco foi o quarto Papa a visitar Fátima, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).

 

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D. Manuel Clemente destaca reforço da ligação de Fátima ao Papa

O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considerou que a visita de Francisco à Cova da Iria reforçou a ligação histórica de Fátima aos Papas e agradeceu a peregrinação papal. “Com os irmãos bispos de Portugal, agradeço a Deus a grande graça de vos ter connosco na celebração do centenário das aparições de Nossa Senhora do Rosário de Fátima”, referiu D. Manuel Clemente, na Casa de Nossa Senhora do Carmo, onde decorreu o almoço do Papa com os bispos de Portugal, último ato oficial da viagem. Com a presença de Francisco, a “união de Fátima e da sua Mensagem com o Papa e o seu ministério ganham especial relevo e urgência”, acrescentou, observando que esta ligação vem desde 1917, quando os pastorinhos começaram a rezar “pelo Santo Padre e as suas intenções”. “Assim sucedeu até hoje e assim continuará a ser, com um sentido reforçado pela Vossa presença aqui, Santo Padre”, referiu o Presidente da CEP, concluindo: “Em Fátima continuaremos sempre a rezar por Vossa Santidade”.

O Núncio Apostólico em Portugal – o representante do Papa no nosso país – avaliou a visita do Papa Francisco como “um grande dom de Deus”. À Agência Ecclesia, D. Rino Passigato referiu ainda que a 19ª viagem internacional do Papa pode ser “potencialmente” um fator de renovação da Igreja Católica em Portugal.

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