Lisboa |
Alocução antes da procissão das velas
Papa lembra que cristãos devem ser marianos
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O Papa Francisco sublinhou que todos os cristãos devem ser “marianos”. No Santuário de Fátima, onde presidiu à celebração do centenário das aparições, Francisco sublinhou a “relação essencial, vital e providencial que une Nossa Senhora a Jesus e que nos abre o caminho que leva a Ele”.

 

Na alocução que antecedeu a procissão das velas, na noite do dia 12 de maio, o Papa lembrou que, sempre que os cristãos retomam a oração do terço, “o Evangelho retoma o seu caminho na vida de cada um, das famílias, dos povos e do mundo”. Depois destas palavras introdutórias, Francisco dirigiu-se diretamente aos peregrinos, questionando-os: “Qual Maria? Uma «Mestra de vida espiritual», a primeira que seguiu Cristo pelo caminho «estreito» da cruz dando-nos o exemplo, ou então uma Senhora «inatingível» e, consequentemente, inimitável?”. O Papa afirmou ainda que o cristão deve “antepor a misericórdia ao julgamento e, em todo o caso, o julgamento de Deus será sempre feito à luz da sua misericórdia”. Na Capelinha das Aparições, referindo-se a Maria, Francisco salientou: “Nela vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos mas dos fortes, que não precisam de maltratar os outros para se sentirem importantes”.

O Papa participou depois na oração do terço, sentado numa cadeira, em frente à imagem de Nossa Senhora, e deixou o recinto do santuário cerca das 22h30. Ao sair da capelinha, o Santo Padre voltou a tocar na imagem de Maria, o que fez pela terceira vez, e benzeu-se, antes de voltar ao Papamóvel, sentando-se no lugar ao lado do condutor, no regresso à Casa do Carmo, onde pernoitou. Logo depois, a imagem foi retirada da peanha onde se encontra e colocada no andor, tendo sido transportada pelos Servitas até ao altar do recinto, onde foi celebrada a Missa da Vigília, presidida pelo cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, que lembrou que Fátima pede “perseverança na consagração ao Imaculado Coração de Maria” para alcançar a paz, na certeza de que a oração “nunca é inútil”. “Mais cedo ou mais tarde, frutificará. A oração é um capital que está nas mãos de Deus e que Ele tem a render segundo os seus tempos e os seus desígnios, muito diferentes dos nossos”, sublinhou o cardeal italiano.

 

A pé pelo Santuário de Fátima

Nesta noite de dia 12 de maio, o Papa tinha chegado ao Santuário de Fátima de Papamóvel. No momento da sua chegada, foram acesas as contas da Suspensão, o terço gigante colocado junto da Basílica da Santíssima Trindade, da autoria de Joana Vasconcelos. No recinto, a meio caminho da Capelinha das Aparições, Francisco deixou o Papamóvel e, sorridente, fez o restante percurso a pé. Acenando, o Santo Padre seguiu pelo corredor central, parando para falar com os peregrinos e recebendo cartas, que entregou à comitiva papal. No caminho, trocou palavras com D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, chegando à Capelinha das Aparições às 21h15. À chegada, o Papa rezou, em silêncio, durante cerca de quatro minutos, iniciando-se depois o rito da bênção das velas. Depois dos cânticos iniciais, o Papa dirigiu-se ao círio pascal, onde acendeu a sua vela, cedendo depois a luz da vela ao Bispo de Leiria-Fátima. 

 

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O helicóptero da Força Aérea que transportou o Papa até Fátima partiu de Monte Real às 17h28, sobrevoou por diversas vezes o santuário e aterrou no agora batizado Estádio Papa Francisco. Francisco entrou depois no Papamóvel e seguiu, de pé, o trajeto até ao santuário, saudando as pessoas que se encontravam ao longo do percurso de cerca de 4,5 quilómetros. Os sinos da Basílica repicaram na altura da chegada do Papa ao recinto do santuário, quando eram 18h15.

 

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A multidão de peregrinos que enchia por completo o recinto do santuário irrompeu em aplausos quando o Papamóvel assomou ao cimo da esplanada. Quando chegou à Capelinha das Aparições, pouco depois das 18h20, o Papa colocou um ramo de flores aos pés da imagem de Nossa Senhora de Fátima, antes de iniciar uma oração, em silêncio e de pé, durante cerca de oito minutos. Os peregrinos fizeram silêncio absoluto durante o período de oração individual do Santo Padre.

 

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O Papa Francisco leu depois uma oração e ofereceu a terceira Rosa de Ouro ao Santuário de Fátima. Ao entregar a Rosa de Ouro, rezando, tocou a imagem original de Nossa Senhora de Fátima, e manteve-se em oração, de pé, mais uns minutos. O mestre de cerimónias litúrgicas pontifícias, monsenhor Guido Marini, colocou então a estola no Papa, oferta do santuário, para a bênção da assembleia. No final, já sem a estola, voltou a rezar em silêncio em frente à imagem, tocou-a de novo, benzeu-se e retirou-se.

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