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Papa: “Santidade dos pastorinhos não decorre das aparições, mas da fidelidade”
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O Papa Francisco recordou a sua peregrinação ao Santuário de Fátima. Na semana em que o Papa lembrou Madalena, o Vaticano anunciou a redução de operações financeiras “suspeitas”. Francisco associou-se à peregrinação militar a Lourdes.

 

1. O Papa Francisco recordou a sua viagem a Fátima, nos dias 12 e 13 de maio, no centenário das aparições, sublinhando que a santidade dos pastorinhos não se deve ao facto de terem visto Nossa Senhora, mas sim da forma como viveram o resto das suas curtas vidas. “Com a canonização de Francisco e Jacinta quis propor a toda a Igreja – e quis também propor a toda a Igreja cuidar das crianças – o seu exemplo de adesão a Cristo e testemunho evangélico. A sua santidade não é consequência das aparições, mas da fidelidade e do ardor com que corresponderam ao privilégio recebido de poder ver a Virgem Maria”, salientou o Papa, na manhã do passado Domingo, 14 de maio, em Roma, antes da tradicional oração do Regina Coeli.

Francisco sublinhou que na sua peregrinação a Fátima mergulhou “na oração do santo povo fiel, oração que corre há cem anos como um rio para implorar a proteção materna de Maria sobre o mundo inteiro”. “Dou graças ao Senhor que me concedeu ir até aos pés da Virgem Mãe como peregrino da esperança e da paz”, frisou, recordando o momento de oração em silêncio, na Capelinha das Aparições, durante vários minutos em que todo o recinto do santuário esteve mergulhado em silêncio profundo: “Desde o início, quando permaneci longamente em silêncio na Capelinha das Aparições, acompanhado do silêncio orante de todos os peregrinos, criou-se um clima de recolhimento e contemplação, no qual se concentraram vários momentos de oração. E no centro de tudo estava e está o Senhor Ressuscitado, presente no meio do seu Povo na Palavra e na Eucaristia. Presente no meio de tantos doentes, que são protagonistas da vida litúrgica e pastoral de Fátima, tal como em todos os santuários marianos”.

Os pastorinhos, lembrou ainda o Papa, são um exemplo atual para os nossos dias. “Após o encontro com ‘a bela senhora’ – como lhe chamavam – eles recitavam frequentemente o terço, faziam penitência e ofereciam sacrifícios para alcançar o fim da guerra e pelas almas mais necessitadas da divina misericórdia. Também nos nossos dias há tanta necessidade de oração e penitência para implorar a graça da conversão, tal como o fim dos conflitos absurdos e das violências que aumentam cada vez mais e que desfiguram o rosto da humanidade”, referiu.

Francisco voltou a falar do papel de Nossa Senhora para garantir a paz no mundo, confiando-lhe sobretudo o fim dos conflitos no Médio Oriente. “Confio a Maria, Rainha da Paz, o destino das populações afligidas pelas guerras e conflitos, em particular no Médio Oriente. Tantas pessoas inocentes são duramente postas à prova, sejam cristãos sejam muçulmanos, seja pertencentes a minorias como os yazidi, que padecem trágicas violências e discriminações. À minha solidariedade junto a oração enquanto agradeço todos os que se empenham no socorro das necessidades humanitárias. Encorajo as diversas comunidades a percorrer o caminho do diálogo e da reconciliação para construir um futuro de respeito, segurança e paz, sem qualquer tipo de guerra”, apelou o Papa.

 

2. Na audiência-geral de quarta-feira, dia 17 de maio, o Papa lembrou Maria Madalena, a “apóstola da esperança”. “Após morte de Jesus e logo que o descanso do Sábado o permitiu, ela, fiel ao seu amor pelo Senhor, vai até o sepulcro, para completar os ritos fúnebres. Lá chegando, vê que alguém removera a pedra que estava à porta do sepulcro. Pensa que roubaram o corpo de Jesus. Adverte os discípulos e, em seguida, volta de novo ao sepulcro, com uma dupla tristeza: a morte de Jesus e o desaparecimento de seu corpo. Porém, dessa vez é surpreendida pelo aparecimento de dois anjos e, finalmente, do próprio Jesus, a quem reconhece quando este a chama pelo nome: Maria! É assim que Deus vem ao encontro dos nossos sofrimentos: chama-nos pelo nome! A ressurreição de Jesus é uma revolução que transformou a vida de Maria Madalena e transforma a vida de cada um de nós. Uma revolução que não vem a conta-gotas, mas é como uma cascata que se expande por toda a existência. Deus não quer a nossa tristeza, mas, a cada dia, nos chama pelo nome para que, junto com Cristo, possamos nos reerguer”, salientou o Papa, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

 

3. Em 2016, o Vaticano detetou 207 operações financeiras suspeitas, menos 62% do que em 2015 (544), revela o relatório anual da Autoridade de Informação Financeira (AIF) da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano. No documento, apresentado em conferência de imprensa, no dia 16, é referido que um “significativo reforço da cooperação internacional” entre o Vaticano e as autoridades internacionais permitiu reforçar o combate a “atividades financeiras ilícitas”, num quadro regulatório “mais forte”. Vinte e dois casos foram submetidos a maior investigação por parte das autoridades judiciais do Vaticano, em 2016. Relativamente aos casos de colaboração internacional, passaram de 308 em 2015 para 837 em 2016. O presidente da AIF, René Bruelhart, afirmou que esta cooperação é uma condição necessária para “combater crimes financeiros” e garantiu que o Vaticano está “firmemente empenhado nesta matéria”.

 

4. O Papa Francisco associou-se à peregrinação militar a Lourdes que vai juntar 12 mil pessoas de 40 países no santuário francês, de 19 a 21 de maio, para rezar pela paz. “Deus responde sempre a esta invocação de seus filhos; e responde concretamente, suscitando artesãos de paz, de fraternidade e de solidariedade”, refere a missiva do Papa, enviada através do Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.

O texto elogia o esforço dos militares em “restabelecer ou manter a paz no mundo”, convidando-os a seguir o exemplo de Jesus para vencer o mal e o ódio. “Nestes tempos tão conturbados é essencial recordar que a paz é um dom que os homens nunca devem deixar de pedir ao Pai”, acrescenta a mensagem do Papa, que manifesta a sua proximidade e apoio a todos os que estão empenhados em missões de paz, “especialmente em condições de perigo”, e confia todos à proteção de Nossa Senhora de Lourdes.

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