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11.06.2017

Papa |

Roma

�Jesus ensinou-nos a tratar Deus por Pai, ou melhor, por Pap�

O Papa Francisco refletiu sobre a ora��o do Pai-Nosso. Na semana em que voltou a apelar � prote��o do ambiente, o Papa alertou para divis�es, convidou a rezar pelo fim do com�rcio das armas e assinalou o 50� anivers�rio do Renovamento Carism�tico.

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1. O Papa dedicou a audi�ncia-geral de quarta-feira � ora��o do Pai Nosso. “Jesus ensinou-nos a tratar Deus por Pai, ou melhor, por Pap� (na l�ngua dele: Abb�). Quem n�o recorda a ora��o que Ele nos ensinou: o Pai-Nosso? A paternidade de Deus � fonte da nossa esperan�a. Como vemos no Evangelho, Deus n�o consegue estar sem n�s. Nunca estamos sozinhos. Podemos viver afastados d’Ele, ou mesmo estar contra Ele; podemos at� professar-nos como pessoas �sem Deus�. Mas Ele n�o pode estar sem n�s. Pensemos na par�bola do Pai misericordioso. Quando o filho pr�digo, depois de ter gasto tudo, regressa � casa onde nasceu, o pai n�o aplica crit�rios de justi�a humana, mas primariamente sente a necessidade de perdoar e, com o seu abra�o, faz o filho perceber que, durante todo o tempo da sua aus�ncia, sentiu falta dele, o seu amor de Pai sofreu. Como Jesus ensinou e viveu, Deus � Pai, mas n�o � nossa maneira humana: nenhum pai deste mundo se teria comportado como o Protagonista da referida par�bola. Deus n�o pode estar sem n�s; sente a nossa falta. Ele nunca ser� um Deus �sem o homem�. Esta certeza � a fonte da nossa esperan�a, que encontramos espelhada em todas as invoca��es do Pai-Nosso. Quando precisamos de ajuda, Jesus n�o nos diz para nos resignarmos e fecharmos em n�s mesmos, mas ensina-nos a elevar ao Pai do C�u uma s�plica confiante. Todas as nossas necessidades, desde as mais evidentes e di�rias como a alimenta��o, a sa�de, o trabalho, at� � necessidade de sermos perdoados e sustentados contra as tenta��es, n�o s�o uma prova de que estamos abandonados e sozinhos, mas h� um Pai amoroso nos C�us que sempre olha por n�s e nunca nos abandona”, garantiu o Papa, no passado dia 7 de junho, na Pra�a de S�o Pedro.

Francisco aben�oou, ainda, um altar para um centro de adora��o eucar�stica pela paz que se destina ao Santu�rio de Nossa Senhora do Ros�rio de Namyang, na Coreia do Sul. “Que neste m�s de junho, dedicado � devo��o ao Sagrado Cora��o de Jesus, n�o falte a ora��o de cada um pela paz”, concluiu.

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2. O Papa lan�ou um apelo pela prote��o do ambiente. “Nunca esque�amos de que o ambiente � um bem coletivo, patrim�nio de toda a humanidade e responsabilidade de todos”, afirmou Francisco, numa mensagem no Twitter (https://twitter.com/pontifex_pt) assinalando o Dia Mundial do Ambiente, a 5 de junho, que decorreu este ano marcado pela sa�da dos Estados Unidos do Acordo do Clima de Paris, anunciada na semana passada pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Ainda neste dia, Francisco elogiou o Papa Pio XII pela sua a��o em defesa dos judeus, durante a II Guerra Mundial, apresentando-o como exemplo do cumprimento das obras de miseric�rdia. “Muitas vezes corremos riscos. Pensemos aqui, em Roma, em plena guerra: quantos arriscaram, a come�ar por Pio XII, para esconder os judeus, para que n�o fossem mortos, para que n�o fossem deportados”, lembrou, na homilia da Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta. “Arriscavam a sua pele, mas era uma obra de miseric�rdia salvar aquelas pessoas”, acrescentou.

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3. Na Solenidade de Pentecostes, o Papa Francisco lembrou que a Igreja deve rejeitar “coliga��es e partidos” no seu seio, apelando � unidade dos cat�licos, sem “posi��es excludentes”. “Inflex�veis guardi�es do passado ou vanguardistas do futuro, em vez de filhos humildes e agradecidos da Igreja: assim temos a diversidade sem a unidade”, assinalou, na homilia da Missa do passado Domingo, 4 de junho, perante milhares de pessoas reunidas na Pra�a de S�o Pedro, no Vaticano.

Tamb�m neste dia foi publicada a Mensagem para o Dia Mundial das Miss�es 2017, com o Papa a desafiar a Igreja a transmitir a “for�a transformadora do Evangelho” a um mundo ferido e muitas vezes sem rumo. “O Evangelho ajuda a superar os fechamentos, os conflitos, o racismo, o tribalismo, promovendo por todo o lado a reconcilia��o, a fraternidade e a partilha entre todos”, defendeu, na mensagem para o pr�ximo Dia Mundial das Miss�es (22 de outubro), que tem como tema ‘A miss�o no cora��o da f� crist�’. “A miss�o da Igreja n�o � a propaga��o duma ideologia religiosa, nem mesmo a proposta duma �tica sublime”, escreveu Francisco, sublinhando a responsabilidade de transmitir a mensagem crist� “num mundo baralhado com tantas quimeras, ferido por grandes frustra��es e dilacerado por numerosas guerras fratricidas”, que precisa do “poder transformador do Evangelho”. “A miss�o adverte a Igreja de que n�o � fim em si mesma, mas instrumento e media��o do Reino”, apontou.

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4. No mais recente ‘V�deo do Papa’ (https://thepopevideo.org/pt-br.html), Francisco convidou a rezar pelos respons�veis das na��es para que se “comprometam em p�r fim ao com�rcio das armas”. “� uma absurda contradi��o falar de paz, negociar a paz e, ao mesmo tempo, promover ou permitir o com�rcio de armas”, afirmou o Papa Francisco, no v�deo divulgado no YouTube e nas redes sociais. “Acabemos com esta situa��o”, apelou. “Rezemos todos juntos pelos respons�veis das na��es, para que se comprometam decididamente em p�r fim ao com�rcio das armas, que provoca tantas v�timas inocentes”, � o convite do Papa Francisco na inten��o de ora��o para o m�s de junho.

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5. Numa mensagem de felicita��es ao Renovamento Carism�tico Cat�lico (RCC), que celebrou, em Roma, o seu 50� anivers�rio, o Papa destacou o papel destas comunidades no di�logo ecum�nico. “Voc�s s�o um precioso instrumento do Esp�rito para caminhar com os outros irm�os crist�os, unidos na ora��o e no trabalho pelos mais necessitados, ‘caminhando juntos para a mesa da Eucaristia’, como disse no Egito, quando rez�mos com o Papa Tawadros”, afirmou Francisco, numa sauda��o divulgada pela R�dio Vaticano.

Os participantes nas comemora��es dos 50 anos do RCC participaram na Vig�lia ecum�nica de Pentecostes, no s�bado, dia 3 de junho, com o Papa, no Circo M�ximo. A celebra��o teve a participa��o de cerca de 30 mil pessoas, cat�licos e tamb�m do mundo evang�lico e pentecostal, oriundos de cerca de 130 pa�ses, incluindo Portugal.

Aura Miguel, jornalista da Renascen�a, � conversa com Diogo Paiva Brand�o