Lisboa |
Corpo de Deus 2017
A Eucaristia “compromete-nos”
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Milhares de pessoas preencheram as ruas da Baixa de Lisboa, no passado dia 15 de junho, para participarem na tradicional procissão da Solenidade do Corpo de Deus. Aos fiéis, o Bispo Auxiliar de Lisboa D. Joaquim Mendes referiu que o Sacramento da Eucaristia mostra “Deus que não nos deixa sozinhos no caminho” e “compromete-nos na promoção da cultura do encontro e na edificação da paz”.

 

É uma das mais antigas procissões de Lisboa e realizou-se no passado dia 15 de junho, cumprindo assim o percurso por algumas ruas da Baixa da cidade, dando a esta tradição um valor e significado que vão muito para além do turismo. “É difícil dizer o amor que nós sentimos por tudo o que a Igreja representa”, comenta uma leiga, durante a transmissão vídeo, em direto, pelas plataformas online do Patriarcado de Lisboa (ver caixa).

De vários pontos da cidade de Lisboa acorreram fiéis para testemunharem in loco esta manifestação de fé. Mas a origem de quem procura participar ou simplesmente ver a procissão é de todo o mundo. A Lisboa chegou uma família de Singapura que, depois de ver a divulgação da Solenidade, e de ter passado por Fátima, não quis deixar passar este momento.

 

Caminhar com o Senhor

Com partida e chegada na Sé de Lisboa, a procissão do Corpo de Deus conta atualmente com a representação de todas as paróquias da cidade e inicia-se com 12 cavaleiros e damas a cavalo e integram-na escolas católicas, catequese das paróquias de Lisboa, escuteiros e guias. Ao fim da tarde, no adro da Sé, o Bispo Auxiliar de Lisboa D. Joaquim Mendes, que presidiu este ano às celebrações – em representação do Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, que esteve como enviado do Papa Francisco no I Congresso Eucarístico Nacional de Angola, no Huambo –, explicou aos fiéis, no final da procissão, o significado do gesto de levar, “em procissão pelas ruas da nossa cidade”, o Corpo de Cristo. “Para manifestar a nossa fé em Cristo ressuscitado, vivo e presente na Santíssima Eucaristia, adorando, louvando, dando graças pela sua presença real no meio de nós”. O gesto de “caminhar com o Senhor” é “o significado do que deve ser a nossa vida”, acrescentou. “A Eucaristia é o Sacramento de Deus que não nos deixa sozinhos no caminho, mas se coloca ao nosso lado para nos ajudar a enfrentar a peregrinação da nossa existência, para nos indicar a direção. Não é suficiente ir em frente, é preciso saber por onde se vai!”, alertou o Bispo Auxiliar de Lisboa, no término da procissão e antes da tradicional bênção.

 

Existência eucarística

Na sua intervenção, D. Joaquim Mendes lembrou o poder de “congregar, de fazer comunhão, de fazer unidade, de eliminar as diferenças” que é confiado, pelo sacramento da Eucaristia, e através dos gestos de toda a vida de Jesus, a todos os que caminham juntos. “A vida eterna está já aqui como promessa, como acontecimento pascal, para quem crê, comunga o Corpo do Senhor, sofre e ama como Ele. Este dom que Jesus nos doou na intimidade do Cenáculo na tarde de Quinta-feira Santa, hoje manifestámo-lo publicamente porque o amor de Cristo está destinado a todos”, referiu o Bispo Auxiliar de Lisboa.

A terminar a reflexão, D. Joaquim Mendes apelou aos milhares de fiéis presentes para serem “instrumentos de comunhão e a partilhar com Ele e uns com os outros, aquilo que somos e temos, para que a nossa existência seja verdadeiramente fecunda, seja uma existência eucarística”.  Segundo o Bispo Auxiliar, esta experiência só acontece “à volta de Jesus”, onde “acontece o encontro, constrói-se a verdadeira fraternidade, nasce a solidariedade, o pôr à disposição de Deus aquilo que temos, as nossas capacidades humildes, porque somente na partilha e no dom a nossa vida será fecunda e dará fruto”.

 

Alimento

Na Missa da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, que decorreu na manhã do mesmo dia, na Sé, o Bispo Auxiliar de Lisboa D. Joaquim Mendes apontou a carência do “alimento divino” que existe na vida de todos os cristãos. “Para vivermos, não nos basta o pão quotidiano, mas precisamos do Pão de Deus, do Pão da sua Palavra, do Pão da Eucaristia; precisamos da sua graça, do seu amor, da sua força, para resistirmos ao cansaço, ao desânimo, às dificuldades que encontramos no caminho da vida. A Eucaristia é o grande dom de Jesus que nos sustenta, nos dá alento e esperança e sacia a nossa fome de vida, de amor e de eternidade”, referiu.

A participação na Eucaristia, que se prolonga em “pão repartido” para os outros, foi também relevado na homilia da celebração. “Participar na Eucaristia e alimentar-se dela, é inserir-se num caminho que não admite divisões, um caminho que nos compromete na construção da comunhão e da fraternidade, e nos insere no dinamismo da vida de Jesus, que se doa a nós e por nós”, apontou D. Joaquim Mendes, frisando que “a participação e a comunhão do Corpo do Senhor, se é verdadeira e consciente”, incita todos a “uma doação quotidiana, transformando-nos, tornando-nos «pão repartido» para os outros”.

 

Serviço

Na homilia da celebração da Missa do Corpo de Deus, D. Joaquim Mendes alertou para que não se separe “comunhão eucarística, a adoração e o louvor” do “serviço aos pobres e aos últimos”. “A Eucaristia é o Sacramento de comunhão que nos faz sair de nós mesmos, do nosso individualismo, para viver juntos o seguimento de Cristo e a fé nele, e olhar os outros, não como estranhos, mas como irmãos”, salientou. “A participação na Eucaristia compromete-nos na promoção da cultura do encontro e na edificação da paz, tão urgente e necessária no nosso mundo marcado por muitas violências e guerras, pelo terrorismo e pela corrupção económica, por situações de indigência e pela tragédia dos refugiados”, reforçou o Bispo Auxiliar de Lisboa, na homilia da celebração que antecedeu a Adoração Eucarística e a celebração do Sacramento da Reconciliação.

 

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Mais de 4000 visualizações online, em direto

O Departamento da Comunicação do Patriarcado de Lisboa transmitiu, em direto, os principais momentos da procissão do Corpo de Deus, em Lisboa. As visualizações dos momentos de partida e chegada da procissão à Sé de Lisboa registaram mais de 4000 de visualizações, divididas pela página do Patriarcado no Facebook, no YouTube, Meo Canal e a partir do próprio site (www.patriarcado-lisboa.pt).

 

fotos por Nuno Moura/Arautos do Evangelho e João Cláudio Fernandes/Missão Press 

texto por Filipe Teixeira
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