Na Tua Palavra |
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D. Nuno Brás
Atrofiados?
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Eu sei que os programas de televisão são todos eles artificiais, montados para dar a parecer que são espontâneos sem o serem, e que as pessoas que ali parecem estar a viver uma grande surpresa estão, no fim de contas, apenas a representar um papel. Mas não deixa de ser significativo que tantos programas de tv proponham um carro, uns quantos euros ou uma viagem a um destino mais ou menos exótico como horizonte de felicidade. Porque mesmo que aqueles que ganham essas “maravilhas” estejam a fingir ao saltarem de alegria como se tivessem ganho o Céu, o facto é que isso significa que, para a maioria daqueles que os vêem, esse é o horizonte da sua felicidade.
Oferecemos pouco ao ser humano, e ele vai definhando. É como quando um atleta deixa de treinar: passado algum tempo deixa de ter a capacidade de chegar às medalhas; e, logo depois, deixa de poder entrar na corrida; mais algum tempo e já não sabe correr.
Assim é o ser humano. Quando deixa de ter Deus como horizonte, quando deixa de O procurar, quando se contenta com o mundo que está à sua volta, deixa de esperar, e o seu coração e a própria mente começam a ficar atrofiados. Depois, quando passa a olhar apenas para o seu umbigo, deixa de contar com os outros. E, a partir desse momento, qualquer carro lhe basta para ser feliz.
É por isso que estou convencido de que grande parte da actividade da Igreja deve consistir, antes de mais nada, em acordar no coração (no pensamento e no desejo) de cada ser humano a procura por Deus. O ser humano é um peregrino de Deus, como já afirma o Salmo 39: “Eu sou, junto de vós, um peregrino”. Mas, para isso, há uma inquietação a nascer; há a necessidade de erguer os olhos e procurar ver mais longe. E a Igreja tem por missão ser este claro sinal erguido da presença de um Deus que veio até nós em Jesus Cristo.
Projectos, programas, actividades pastorais que andem à procura de justificar os erros que este nosso mundo comete, com o objectivo de serem “mais atraentes” a todo o custo, acabam apenas por dizer ao homem de hoje que está tudo muito bem e que este mundo é o melhor possível, e que o ser humano é o melhor possível – e que, sendo assim, é o Evangelho a ter que mudar, que se “modernizar”…
Não se oferecem carros, dinheiro ou viagens. Mas não também não se ajuda o coração a procurar, insatisfeito, para que seja possível encontrar Deus.
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