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A. Pereira Caldas
Fé, razão e humildade

Há alturas da vida em que é fundamental acreditar. Querer acreditar e saber acreditar. E querer e saber acreditar é um primeiro passo fundamental para desbravar o duro e difícil caminho da fé.

Valerá, talvez a pena, ir um pouco mais fundo nesta questão.

No espaço de dois meses, o país viveu horas que não podem deixar de marcar, de uma maneira ou de outra, o seu futuro imediato e, é quase certo, de pelo menos o próximo. Por um lado, foi a canonização dos Pastorinhos, que trouxe a Fátima mais uma grande peregrinação papal e, por outro lado, a ocorrência no norte e centro do país de vários incêndios que devastaram vidas e bens nessas regiões. Estes acontecimentos, a exemplo de outros, deixaram valiosos testemunhos e interpretações de episódios e momentos importantes num debate sempre aberto entre a razão e a fé. Apesar de, nem sempre com o interesse desejado.

Detenhamo-nos, agora, para olharmos, neste contexto, a peregrinação de Francisco à Cova de Iria. Foi, como sempre, uma jornada impressionante, um apelo à Paz de centenas de milhares de vozes unidas em torno de Cristo e da Sua Palavra.        

Aí, nessa terra sagrada da Cova de Iria, não há lugar à discussão entre a razão e a fé. Porque a unanimidade não se discute.

Reza-se com fé pela conquista da fé junto de consciências ainda e sempre subjugadas pelas maravilhas da técnica e tecnologia – os seus verdadeiros deuses. Para elas os verdadeiros “deuses”, lá no fundo, talvez desejassem ver um milagre só que, para esses, não há milagres.

E, certamente, também não lhes faria mal um banho quente de humildade.


foto por Filipe Amorim