Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Notícias falsas

Está na moda (e bem) a preocupação com as “notícias falsas” (as “fake news”, como agora se costuma dizer – em inglês, que parece melhor). Com a chegada dos “smartphones” (telefones inteligentes) – quero dizer: daqueles pequenos aparelhos que, para além de telefones, são também máquinas fotográficas e câmaras de filmagem, permitindo editar (e falsificar) um filme; e, segundos depois, publicar “a notícia” pela internet nas inúmeras redes sociais que a irão copiar imediatamente, acompanhada de comentários mais ou menos positivos, chegando em curto espaço de tempo ao outro lado do mundo –, tornou-se muito mais fácil espalhar boatos, sempre com o ar de grande notícia.

Infelizmente, são estas “falsas notícias” que, não raras vezes, os meios de comunicação social logo se apressam a reproduzir. Aliás, há sítios na internet que se especializaram em produzir declaradamente “notícias falsas”. É certo que nos “media institucionais” se mantém a obrigação de confirmar a notícia e de procurar ouvir todas as partes interessadas na mesma antes de a difundir. Mas a necessidade de ser o primeiro a dar a informação faz tantas vezes com que isso não aconteça. E já não seria o primeiro caso em que vemos um órgão de informação fazer-se eco de uma notícia simplesmente inventada, não se sabe por quem, nem como, nem porquê.

Mas as notícias falsas não são de agora. Todos conhecemos o “boato” – já o escutámos, se é que não contribuímos para que ele se espalhasse, ou se é que não fomos vítimas dessa realidade que surge não se sabe de onde mas que acaba sempre por magoar alguém.

Há dias, um sítio espanhol de notícias da Igreja, “Religión en libertad”, chamava a atenção para um facto: “A Igreja, uma vítima milenária das fake news”, dizia. E elencava 10 situações em que a Igreja católica foi ou é vítima de informações falsas. São estes os 10 casos de “falsas notícias”, mais ou menos clássicas: 1) a Igreja católica disse que as mulheres não têm alma; 2) a Igreja católica é inimiga da ciência; 3) a Igreja católica chegou a dizer que os índios não tinham alma; 4) a Igreja católica apoiou Hitler e calou-se perante o holocausto; 5) os conventos espanhóis deram caramelos envenenados para matar as crianças dos bairros pobres durante a Guerra Civil; 6) a Inquisição: a Igreja foi responsável por muitos milhares de mortos, condenados barbaramente e sem misericórdia; 7) na Idade Média a Igreja foi obscurantista e um obstáculo ao progresso e à ciência; 8) a Igreja é responsável por milhares de mortos de SIDA; 9) a Igreja condena e persegue os homossexuais; 10) qualquer desastre público ou desgraça é culpa dos cristãos (esta “fake news” começou a ser difundida logo nos primeiros anos, pelo império romano).

Já sabe: se lhe chegar alguma vez uma destas “falsas notícias”, pode, simplesmente, dizer que é falso.

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