Na Tua Palavra |
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D. Nuno Brás
Que cristianismo?
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Nas leituras destas férias encontrei um estudo, já algo antigo (2005), realizado por dois sociólogos (Christian Smith e Melinda Denton) sobre um universo diversificado no que toca ao meio social e ao pano de fundo religioso, acerca da vida religiosa e espiritual dos adolescentes dos Estados Unidos.
Aqueles investigadores chegaram a cinco grandes pontos que constituíam como que o “credo” dos jovens americanos, católicos ou das tradicionais Igrejas e comunidades protestantes, de há uma década atrás: 1) Deus existe, criou o mundo e vela pela vida humana na terra; 2) Deus quer que as pessoas sejam boas, simpáticas e justas uns para com os outros, como nos dizem a bíblia e a maioria das religiões; 3) o objectivo central da vida é ser feliz e sentirmo-nos bem connosco mesmo; 4) não precisamos de contar com Deus no quotidiano, excepto para resolver algum problema; 5) as boas pessoas vão para o céu quando morrem.
A esta “religião”, aqueles dois investigadores deram o nome de MTD (deísmo terapêutico-moralista): um deus que surge espontaneamente no pensamento humano, que nos faz sentir bem e julgar que somos felizes e que nos ajuda a portarmo-nos bem para, no final, nos dar uma recompensa. Como é óbvio, os autores alertavam para o facto de aquelas cinco verdades serem simplesmente fruto de uma religiosidade natural, sem estarem propriamente relacionadas com a Sagrada Escritura ou a fé apostólica. De cristianismo, praticamente, não havia sinais.
E, no entanto, este era o fruto da educação religiosa que aqueles adolescentes tinham recebido, ao longo de anos, e que as respectivas comunidades e famílias lhes proporcionavam. Era o modo como, de uma forma mais ou menos ingénua, pensavam viver bem o cristianismo…
Creio que, se alguém realizasse um estudo semelhante entre os jovens portugueses que frequentam a nossa catequese e os nossos grupos (e, quase arriscaria, mesmo entre os menos jovens…) os resultados não seriam muito diferentes. No final de 10 anos de catequese; de encontros, retiros, festas e preparações, celebrações e actividades, o que ficou é que Deus existe, é alguém simpático e quer que sejamos bons e simpáticos, para depois desta vida irmos para o céu. Toda a novidade do Evangelho se perdeu. Toda a radicalidade de Jesus, da salvação e da vida nova, da Sua morte e ressurreição, tudo isso ficou no passado da história, arrumado como algo bonito e edificante, mas sem nada a dizer para a nossa vida presente.
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