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Papa inspira cessar-fogo na Colômbia
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O Papa iniciou a sua visita à Colômbia. Em Roma, Francisco alertou para o perigo do “narcisismo”, expressou proximidade para com as vitimas dos furacões e das chuvas e encontrou-se com líderes religiosos sul-coreanos. Na semana anterior, juntamente com o Patriarca de Constantinopla, alertou para o cuidado da criação. 

 

 

1. Nesta quarta-feira, 6 de setembro, o Papa Francisco iniciou uma visita de 5 dias à Colômbia. Quando sobrevoou Portugal, o Papa enviou um telegrama dirigido ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, onde garante as suas orações para que todos possam "gozar de paz e prosperidade".

Na passada segunda-feira, 2 de setembro, o governo colombiano e o grupo rebelde marxista Exército de Libertação Nacional alcançaram um acordo de cessar-fogo, motivado pela visita de Francisco.

Dias antes da sua partida, Francisco elogiou a "busca pela paz" do povo colombiano. Através de uma mensagem vídeo, o Papa disse que vai como “peregrino de esperança e de paz”. “Querido povo da Colômbia, dentro de poucos dias visitarei o vosso país. Irei como peregrino de esperança e de paz, para celebrar com vocês a fé no Senhor e também para aprender com a vossa constância em busca de paz e harmonia”, afirmou o Santo Padre. O lema da sua viagem àquele país da América Latina é, precisamente, “Vamos dar o primeiro passo”. Isso “encoraja-nos a sair ao encontro do outro e a estender a mão, dando um sinal de paz”, sublinhou o Papa, manifestando o desejo de uma paz “duradoura” naquele país. “A paz é o que a Colômbia procura há muito tempo e trabalha para o conseguir. Uma paz estável, duradoura, para nos vermos e tratarmo-nos como irmãos, nunca como inimigos. A paz recorda-nos que somos todos filhos do mesmo Pai, que nos ama e consola”, referiu. A visita do Papa à Colômbia termina nesta segunda-feira, dia 11 de setembro, e inclui passagens pela capital Bogotá, mas também Villavicencio, Medellín e Cartagena.

 

2. Num encontro, em Roma, com cerca de três mil jovens, famílias e sacerdotes da Comunidade Católica Shalom, o Papa Francisco alertou para o perigo do “narcisismo”. “O narcisismo produz tristeza, porque significa maquilhar a alma todos os dias. É a doença do espelho. Quebrem os espelhos, jovens”, exortou o Papa. “O espelho engana. Olhem para fora, para os demais, fujam dessa cultura que vivemos, que é consumista e narcisista. E se quiserem olhar para o espelho, olhem para rir de vós mesmos. Saber rir de nós mesmos, dá-nos alegria”, assegurou. Durante a audiência, que decorreu na passada segunda-feira, 4 de setembro, na sala Paulo VI, Francisco, dirigiu-se à comunidade católica que está a comemorar 35 anos, e apontou a necessidade do diálogo entre os jovens e os membros mais antigos. “É preciso passar a herança, o carisma, a vivência interior de cada um de vós. Um dos desafios que este mundo nos pede é o diálogo entre os jovens e os idosos. Os jovens necessitam escutar os idosos para ouvir a sabedoria que chega do coração e os impulsiona adiante. Animem-se neste diálogo, que é promessa de futuro”, desafiou.

 

3. Após a oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no passado Domingo, o Papa Francisco lembrou as vítimas do furacão e das chuvas que, ao longo dos últimos dias, causaram o caos no Texas e na Luisiana, Estados Unidos, fazendo dezenas de mortos e milhares de deslocados. Francisco não esqueceu, contudo, outras vítimas de desastres naturais no mundo. “Ao renovar a minha proximidade espiritual às populações da Ásia meridional que ainda sofrem as consequências das inundações, desejo exprimir a minha viva participação nos sofrimentos dos habitantes do Texas e da Luisiana atingidos por um furacão e chuvas excepcionais que provocaram vítimas, milhares de desalojados e consideráveis danos materiais”, referiu o Papa, pedindo a intercessão de “Maria Santíssima, consoladora dos aflitos” para “que obtenha do Senhor a graça do conforto para todos estes nossos irmãos tão duramente atingidos”.


4. O Papa Francisco pediu a uma delegação de líderes religiosos sul-coreanos para que promovam a paz. A delegação visitou Roma, no passado sábado, dia 2 de setembro, numa altura em que as tensões na península coreana estão particularmente altas. Neste encontro, o Papa disse ainda que os líderes religiosos são convocados a “arregaçar as mangas para semear a esperança num futuro, onde o homem possa ser mais humano e onde possamos ouvir o grito daqueles que repudiam a guerra e imploram mais harmonia”. Perante a delegação sul-coreana, Francisco recordou as palavras que lhes dirigiu, em Seul, quando da sua visita ao país: “A vida é um caminho, um caminho longo, mas é um caminho que não pode ser percorrido sozinho. É preciso caminhar com os irmãos na presença de Deus. Eis, que hoje, aqui, se realiza uma parte do caminho que percorremos juntos”.

 

5. O Papa e o Patriarca de Constantinopla deixaram uma mensagem conjunta, dedicada ao Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação (1 de setembro). Francisco e Bartolomeu I destacam a Terra como “um presente sublime confiado ao Homem”, um “legado” que tem sido progressivamente destruído devido à "continuada degradação” dos valores que deveriam reger a relação humana com a Natureza. Os dois líderes religiosos apelam a “todos quantos ocupam lugares de responsabilidade, a nível social e económico, político e cultural”, para que “escutem o grito da Terra e atendam a necessidade dos marginalizados" que sofrem com esta realidade, e "acima de tudo respondam ao clamor de milhões que reclamam uma solução para esta Criação ferida”. “A deterioração humana segue a par com a deterioração do meio-ambiente, e esta realidade do planeta recai sobre os ombros das populações mais vulneráveis”, denunciam Francisco e Bartolomeu I, elegendo como “desafio” da humanidade, o trabalho “rumo a um desenvolvimento integral e sustentável”. “O nosso dever de usar os recursos do planeta com responsabilidade implica o reconhecimento e o respeito por todas as pessoas e todos os seres vivos da Terra", apontam.

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