Missão |
Afonso Virtuoso, Movimento Apostólico de Schoenstatt
“Aprendi coisas que não se aprendem à distância!”
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Afonso Virtuoso nasceu a 29 de julho de 1996, no Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa. Está, neste momento, a meio da licenciatura na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa. Em agosto de 2016 participou num projeto missionário na Guiné-Bissau, integrado no Movimento Apostólico de Schoenstatt.


Uma proposta que vai para além do voluntariado

Frequentou o Externato Marista de Lisboa até ao 4º ano de escolaridade e, entre o 5º e o 12º ano, frequentou o Colégio Militar. Considera “o ter completado o percurso no Colégio Militar, o ter entrado para a faculdade de Direito e, a nível espiritual, a entrada para as Equipas de Jovens de Nossa Senhora” uns marcos na sua vida, que são consolidados por uma boa estabilidade familiar e “bons amigos”. O seu percurso cristão tem passado pela paróquia de Carcavelos, pelas Equipas de Jovens de Nossa Senhora, pela Missão País e pela Missão Servus Mariae – onde participou durante o mês de agosto de 2016. O projeto missionário Servus Mariae, integrado no Movimento Apostólico de Schoenstatt, “é uma proposta que vai para além do voluntariado e que faz com que, durante as semanas de missão, a importância da relação pessoal de cada um dos missionários com Deus seja alimentada através de um serviço diário, que não dispensa a oração”. Este projeto “traz consigo uma forte inspiração mariana que se reflete necessariamente na própria espiritualidade diária da Missão. Não podemos perceber este projeto sem entender o potencial missionário que nos dá Nossa Senhora, por aquilo que é o seu exemplo de serviço a Deus, humilde, silencioso e apaixonado. Vistas as coisas, não há melhor exemplo que possamos seguir e no qual nos possamos inspirar”, partilha Afonso Virtuoso.

 

“Este amor não pode deixar de ser anunciado!”

Uns meses antes da sua partida, um amigo apresentou-lhe a Missão de Bissau 2016 e despertou-lhe, desde logo, o interesse. “A possibilidade de fazer uma missão num país com uma realidade (que por vezes parece tão distante) e com pessoas tão diferentes despertou logo em mim uma vontade de me ‘pôr a mexer’ e arranjar forma de não deixar de ir. E assim foi! Fui, e que bem fiz em não ter deixado de arriscar. Não porque tenha sido perfeito, longe disso, mas porque aprendi coisas que não se aprendem à distância, quer seja pelo ecrã da televisão ou pela internet. Aprendi que, apesar de serem verdade muitas das desgraças e corrupções que nos dizem serem vividas neste país, existem ali muitas pessoas que, como eu, querem ser felizes. Apenas lhes falta este desígnio fundamental que é o de encontrar o sentido para a sua vida, os critérios a seguir nas decisões diárias, ou até, a certeza de saber que nunca são deixados ao abandono… E é aqui que eu acho que a nossa Missão passa a fazer todo o sentido! A cada pessoa que encontramos, queremos dar testemunho da felicidade que nasce da amizade com Jesus. Esse amigo fiel, exigente mas compreensivo, que, nos bons e nos maus momentos, está lá para dizer, não o que queremos, mas o que precisamos de ouvir. Mostrar-lhes que para cada um deles, como para mim, Jesus não é um Deus distante e desconhecido, mas que, pelo contrário, Se faz presente, bem presente, e que Se revela por amor infinito a cada um de nós, rico ou pobre, branco ou preto, mais ou menos inteligente… De facto, este amor não pode deixar de ser anunciado porque é bom demais para ser desperdiçado. Diria mais, se tivesse de caracterizar esta missão numa frase. Diria que ela faz todo o sentido dado que a salvação que vem do amor infinito de Deus por cada um, não pode deixar de ser anunciada, sendo essa a nossa missão como cristãos”, aponta.

 

“Onde levarmos Maria connosco, Ela fará Milagres!”

Sobre os trabalhos realizados, conta-nos: “normalmente, de manhã, temos o chamado ‘porta-a-porta’, onde, em pequenas comunidades, andamos pelas tabancas (bairro de casas típicas) de Bissau e visitamos as pessoas nas suas casas, ou na rua, onde se encontram a maior parte das crianças e jovens”. “Este momento serve para nos apresentarmos e darmo-nos a conhecer à população, mas também para conhecermos melhor e mais a fundo a realidade em que missionamos. Muito podemos dizer para descrever o quanto recebemos naquelas manhãs: ajudar na reconstrução de uma casa que se incendiou na semana anterior à nossa chegada; ajudar as pessoas nas suas casas, no que fosse preciso; ficarmos sentados a falar com uma mãe de família, viúva com mais de 10 filhos para cuidar; rezarmos o terço com uma avó que se tinha convertido ao catolicismo (realidade minoritária na Guiné); ou, simplesmente, jogarmos futebol com as crianças, na rua, tentando fazer com eles (que pouco percebem de português) as típicas rodas que quem faz campos de férias bem conhece. Para completar a missão matinal de conhecer a realidade dos bairros à volta da paróquia (paróquia do Cristo Redentor), na qual tínhamos a base da nossa missão, juntávamo-nos à tarde com os jovens que quisessem aparecer na paróquia e realizávamos momentos de comunidade, tais como testemunhos e partilhas de experiências de vida e de fé, com o objetivo de assegurar que, após o nosso regresso a Portugal, aqueles jovens assumissem também eles o papel de missionários, continuando a levar Jesus a todas as pessoas que o quisessem receber. Com as crianças organizávamos várias atividades onde, para além de tentarmos garantir que passavam um bom momento, tinham - por mais pequeno e simples que fosse - um primeiro contacto com Jesus e a história incrível que Este tem para lhes contar. Para além disso, fomos, durante uns dias, a um orfanato junto da paróquia, cuja visita marcou muito a nossa missão e levou, como explicarei a seguir, à criação de um projeto futuro. Andámos sempre acompanhados da Mãe peregrina que, no fundo, é a forma de Maria levar Jesus a cada uma daquelas pessoas. Na verdade, é através desta imagem tão elucidativa que apresentámos Jesus e Maria aos guineenses, que Deles muito pouco ou nada ouvem falar” conclui Afonso, garantindo que este é o projeto que lhe foi “oferecido” e que agora, da mesma forma, também “apresenta e oferece”. “Um projeto de risco, de inconformação, de uma certa dose de loucura e onde a única certeza é esta: Onde levarmos Maria connosco, Ela fará Milagres!”

texto por Catarina António, FEC | Fundação Fé e Cooperação
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