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ROMA
“Tragédia sem sentido”
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O Papa assegurou a sua oração pelas vítimas e familiares do tiroteio em Las Vegas. No passado Domingo, Francisco visitou as dioceses de Cesena e Bolonha e, no dia anterior, garantiu que a visita a Fátima "superou todas as expectativas". No Vaticano foi divulgado o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais.

1. O Papa Francisco começou esta semana com o envio de um telegrama ao Bispo de Las Vegas, Dom Joseph Anthony Pepe, mostrando-se “profundamente entristecido” ao saber do tiroteio que vitimou dezenas de pessoas, no passado Domingo, 1 de outubro, naquela cidade americana. Francisco assegurou também a sua “proximidade espiritual a todos os atingidos” pela “tragédia sem sentido” e as suas “orações pelos feridos e por todos os que morreram, confiando-os ao amor misericordioso de Deus Todo-Poderoso”.

No Domingo, Francisco realizou a Visita Pastoral às dioceses de Cesena e Bolonha, em Itália. À tarde o Papa discursou na Universidade de Bolonha, a mais antiga da Europa e apelou à defesa da paz e à esperança. “Perante a paz, não podemos ser indiferentes ou neutros”, advertiu, recordando a experiência das duas Guerras Mundiais, no século XX. Francisco apontou ainda o dedo aos “interesses” dos que “fabricam a violência” e traficam armas, “espezinhando a paz com os seus negócios”.

Num encontro com os estudantes, o Papa desafiou-os a “sonhar em grande”, procurando “afirmar os direitos das pessoas e dos povos, dos mais fracos, de quem é descartado”.

Momentos antes, o Papa reuniu-se com membros do clero e de institutos religiosos, recomendando-lhes mais atenção aos mais pobres e alertando-os para a “ruína” provocada pelo dinheiro. “O problema não está tanto na castidade ou na obediência, não! Está na pobreza. A psicologia da sobrevivência leva-te a viver mundanamente, com esperanças mundanas, não de colocá-la na estrada da esperança divina, a esperança de Deus. Mas o dinheiro é realmente uma ruína, para a vida consagrada”, disse o Papa na Catedral São Pedro, em Bolonha, logo após o almoço com pobres, refugiados e presos.

 

2. Durante a manhã de Domingo, o Papa esteve na diocese de Cesena onde começou por pedir uma “boa política”, sem o “caruncho da corrupção”. Francisco voltou a recordar que a Doutrina Social da Igreja considera a política como "uma forma nobre de caridade" e convidou os "jovens e menos jovens" a interessarem-se mais e participarem na ação política, que seja boa, independente e idónea. “A política pareceu, nestes anos, ter-se retirado, por vezes, diante da agressividade e da penetração de outras formas de poder, como a financeira e a mediática”, lamentou o Papa, considerando a política como "uma forma nobre de caridade".

De seguida, o Papa Francisco reuniu-se, na Catedral, com os representantes das paróquias da diocese de Cesena. Na sua intervenção, Francisco apelou à união de esforços em favor da evangelização, com “fraternidade e unidade”. O Papa evocou as “chagas de Jesus”, que continuam visíveis nos homens e mulheres que “vivem nas margens da sociedade, também as crianças”, marcadas pelo “sofrimento, o abandono, a pobreza”. A intervenção recordou São Vicente de Paulo que, há 400 anos, começava, em França, uma “revolução da caridade”, convidando os católicos a ir ao encontro do “mar aberto da pobreza” atual. Francisco apelou ainda a uma “revolução da ternura”, insistindo depois da necessidade do diálogo entre jovens e idosos e de valorizar o papel das famílias na Igreja.

 

3. Francisco garantiu que a visita a Fátima, no passado mês de maio, "superou todas as expectativas". A partilha foi feita durante uma audiência concedida, no passado sábado, 30 de setembro, ao Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, no Vaticano. Segundo o Santuário de Fátima, o bispo português foi recebido "num ambiente muito afectuoso e bem-disposto". "O encontro com o Santo Padre decorreu num ambiente muito afectuoso e o Papa estava muito bem-disposto, satisfeito e feliz. A primeira coisa que fiz foi agradecer-lhe a visita e contar-lhe os ecos nacionais e internacionais que a peregrinação teve ao que ele me respondeu que também ficou muito contente e que a peregrinação tinha superado as suas próprias expectativas deixando-o surpreendido", disse D. António Marto, citado na nota de imprensa do santuário. De acordo com o Bispo, o Papa Francisco terá ficado "muito satisfeito" e regressado "muito contente de Fátima", sublinhando que "a peregrinação foi uma bênção para a Igreja". D. António Marto disse ainda que o Papa lhe tinha pedido para transmitir uma mensagem aos peregrinos de Fátima: "Ele pediu-me para dizer aos peregrinos a memória grata com que ficou da peregrinação a Fátima, e que envia uma bênção especial para todos os peregrinos do Santuário".

 

4. O Papa Francisco quer combater o fenómeno das notícias falsas, conhecidas por "fake news", ao escolhê-lo como tema da mensagem para o 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais (2018). Na explicação fornecida pela Santa Sé, no passado dia 29 de setembro, lê-se que este tema (“A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32). Notícias falsas e jornalismo de paz.) foi escolhido pelo Papa por causa do fenómeno da “informação infundada que contribui para gerar e nutrir uma forte polarização de opiniões. “Frequentemente envolve uma distorção dos factos enganadora, com possíveis repercussões ao nível do comportamento individual e colectivo”, refere uma nota. O Vaticano manifestou também interesse em juntar-se às instituições comerciais e políticas que já começaram a confrontar esse fenómeno, no sentido de propor uma “reflexão sobre as causas, a lógica e as consequências da desinformação nos media, e ajudar a promover o jornalismo profissional, que busca sempre a verdade e, por isso, um jornalismo de paz que promove a compreensão entre as pessoas”. A Jornada Mundial da Comunicação Social tem lugar no Domingo que antecede o Pentecostes e terá por base uma mensagem do Papa que, como é habitual, será tornada pública no próximo dia 24 de janeiro, solenidade de São Francisco de Sales – padroeiro dos jornalistas.

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