DOMINGO XXVIII COMUM ANO A
“Ide às encruzilhadas dos caminhos
e convidai para as bodas todos os que encontrardes.”
Mt 22, 9
“A bodas e baptizados não vás sem seres convidado!” Diz o povo, e é regra de boa educação e de respeito a cumprir. Que todo o convite significa atenção, amizade e interesse, e merece uma resposta, também é do senso comum. Não somos convidados em cada dia, para a festa da vida que Deus nos oferece, e na qual participamos com os nossos dons? É grande a tristeza de não descobrir os inúmeros convites que nos são feitos, para a vida feliz que gosto de identificar com a santidade, nas palavras de Sophia de Mello Breyner Andresen, no conto “O retrato de Mónica”: “A poesia é oferecida a cada pessoa só uma vez e o efeito da negação é irreversível. O amor é oferecido raramente e aquele que o nega algumas vezes depois não o encontra mais. Mas a santidade é oferecida a cada pessoa de novo cada dia, e por isso aqueles que renunciam à santidade são obrigados a repetir a negação todos os dias.”
O banquete das bodas do filho do rei, da parábola deste Domingo, representa a felicidade dos tempos messiânicos. A vida com Deus é anunciada por Jesus como banquete de encontro festivo, em que se come e bebe até à saciedade, e não como liturgia triste e cinzenta, ou um silêncio vazio e estéril. Já o profeta Isaías anunciava o “banquete de manjares suculentos” e antecipava que a morte seria “destruída para sempre”. Como então recusar o convite que Deus faz? O biblista Fernando Armellini identifica quatro tipos de recusa: o desinteressado (não liga aos convites à fé); o atrasado (compromete-se o mais tarde possível); o obstinado (cumpridor de mandamentos e preceitos, por medo de ir para o inferno, e confiante nos seus méritos); e o maltrapilho (o baptizado que vive como pagão). O auditório das autoridades máximas de Israel ter-se-á reconhecido nos convidados que recusaram ir à festa, chegando a maltratar e matar os enviados do rei?
Desde sempre Deus deseja que todos participem na sua festa de amor. O convite universal não é apenas uma consequência da recusa de Israel. Esta é exemplo da tentação da privatização da fé e do condomínio privado da salvação, que tenta pôr limites ao amor expansivo e inclusivo de Deus. Assim, o convite estendido aos errantes, aos que estão nas encruzilhadas da vida, é insistência na missão da Igreja “em saída”, testemunhando a felicidade de viver em festa com Deus, na celebração do banquete de cada eucaristia, onde conflui a vida em renovação dos discípulos de Cristo. Quando se transformou a eucaristia em “preceito dominical”, não se tinha já esquecido a alegria da festa e do encontro pascal?
Contrasta com a festa de todos que encheram a sala do banquete o silêncio de um que não trazia a veste nupcial. E ainda assim o rei trata-o como “amigo” e interpela-o! É o seu silêncio que o condena. Como o silêncio de Judas quando traiu Jesus. Maltrapilho, nada diz da sua vida esfarrapada, recusando o convite do diálogo como recusou a veste da vida nova com Cristo! O convite não menciona traje especial mas inclui a oferta da veste nupcial de vivermos como filhos de Deus, à maneira do Filho, o noivo da festa!
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